AbrilAbril – 28-02-2022 - No 46.º aniversário da proclamação da República Árabe Saarauí Democrática, Brahim Ghali alertou para a «perspectiva agressiva» de Marrocos e apelou a um maior envolvimento da União Africana.
A perpetuação da ocupação marroquina, a sua «perspetiva agressiva e expansionista» e as suas «alianças duvidosas» irão conduzir toda a região a uma «perigosa tensão e desestabilização», denunciou este sábado o presidente saharaui e SG da Frente Polisário, Brahim Ghali.
Num discurso a propósito do 46.º aniversário da proclamação da República Árabe Saharaui Democrática (27 de Fevereiro de 1976), Ghali alertou para «a indulgência e a autocomplacência» das Nações Unidas no que respeita à «aplicação da lei», bem como a «cobertura» que França dá à «flagrante violação da legitimidade internacional» no Sahara Ocidental por parte do Estado marroquino.
Isto «não faz mais que alimentar e encorajar a intransigência e a arrogância da parte marroquina na sua escalada de práticas coloniais agressivas e provocadoras», criticou o chefe de Estado, acrescentando que «o povo saharaui não pede o impossível», mas a «aplicação do direito» e das «resoluções das Nações Unidas», refere a agência Sahara Press Service.
Neste contexto, recordou as responsabilidades que a ONU tem na proteção dos civis saharauis numa zona de conflito armado, também «acelerando o fim do processo de descolonização da última colónia em África».
Referindo-se ainda ao papel das Nações Unidas, o dirigente saharaui disse que o organismo «se contentou com a gestão da crise em vez de a resolver» e que «marginalizar o papel e a responsabilidade da sua missão para o referendo no Sahara Ocidental» tinha levado a «potência ocupante» a violar o cessar-fogo, em Novembro de 2020, e, depois aos confrontos militares.
Maior envolvimento da UA e agradecimentos a quem abraçou a causa
O presidente da República Saharaui solicitou também maior envolvimento à União Africana (UA) na resolução do conflito e reafirmou a disposição da parte saharaui para cooperar com a organização continental com vista à implementação de decisões.
No seu discurso, o chefe de Estado agradeceu a todos os amigos e aliados que têm acompanhado e apoiado o Sahara Ocidental e o seu povo na luta pela independência.
Ghali enviou saudações especiais à Mauritânia, à Argélia («orgulho de revoluções e povos») e à África do Sul («país da liberdade, país de Nelson Mandela e da luta contra o apartheid»), refere a Sahara Press Service.
Agradeceu ainda «a todos os povos do continente africano que abraçaram a nossa causa» e saudou o movimento de solidariedade com o povo saharaui em Espanha, na Europa e no mundo.
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