- · Condenam
a traição do governo socialista ao apoiar o ocupante do Sahara Ocidental.
- · Denunciam
que o povo saharaui sofre detenções arbitrárias, torturas, execuções sumárias,
julgamentos sem garantias, desaparecimentos forçados, violações das liberdades
de imprensa, expressão, opinião e reunião.
- · O
governo espanhol, ao proteger a ocupação ilegal do Sahara Ocidental, dá
cobertura legal às violações dos direitos humanos.
"Não
em nosso nome". Sob esta palavra de ordem, teve lugar uma grande concentração
frente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, UE e Cooperação, na Plaza de la
Provincia em Madrid, que manifestou rejeição e repúdio pelo apoio do governo
espanhol ao plano de autonomia marroquino para o Sahara Ocidental.
Vários
milhares de saharauis e apoiantes da causa saharaui, de Madrid e de várias
partes de Espanha, manifestaram a sua condenação da "traição" do
governo de Pedro Sánchez ao apoiar o ocupante marroquino da antiga colónia
espanhola.
"Mais
uma vez querem eliminar os direitos do povo saharaui e nós não o
permitiremos", disse o actor Willy Toledo, lendo uma declaração da
Coordinadora Estatal de Asociaciones Solidarias con el Sáhara (CEAS-Sáhara), os
organizadores da concentração.
Na
declaração aprovada sublinha-se que “o Sahara Ocidental não faz parte da
integridade territorial de Marrocos e que se trata de um Território Não
Autónomo até à descolonização, com o direito à autodeterminação e à
independência reconhecido pelas Nações Unidas, "pelo qual a Espanha não se
pode dissociar das suas responsabilidades como potência administrante do
território".
Proteger
a ocupação ilegal do Sahara Ocidental", acrescenta o texto, "supõe
para o governo espanhol dar cobertura legal às violações dos direitos humanos
denunciadas pelas organizações internacionais, e à pilhagem dos seus recursos
naturais".
Depois de perguntar a Sánchez se acredita poder decidir em nome do povo saharaui e se o governo mais progressista da história não sabe o que se passa no Sahara ocupado, é feita a seguinte declaração: "Sob ocupação marroquina, o povo saharaui sofre detenções arbitrárias, torturas, execuções sumárias, julgamentos injustos, desaparecimentos forçados, violações das liberdades de imprensa, expressão, opinião, reunião e todo o tipo de discriminação económica, social, laboral e cultural. Tudo isto por defenderem pacificamente o seu direito à autodeterminação".
Depois
foi feita a pergunta: "O que está a ser denunciado na Ucrânia é permitido
e protegido no Sahara?
O
comício contou com a presença, entre outros, dos deputados europeus Izquierda
Unida-Unidas Podemos Sira Rego e Manu Pineda; a porta-voz de Podemos, Isa
Serra; a porta-voz de Más Madrid na Assembleia, Mónica García, e o co-fundador
de Podemos, Juan Carlos Monedero.
Isa
Serra declarou que a decisão de Sánchez sobre o Sahara Ocidental é uma
reviravolta histórica em relação à posição espanhola, aos programas eleitorais
do Partido Socialista e às resoluções da ONU, o que "não é
admissível".
"A
sociedade espanhola tem um compromisso com o povo saharaui e é muito grave
tomar o lado do ocupante, daqueles que violam os direitos humanos, contra as
decisões do tribunal da União Europeia e as resoluções da ONU” - acrescentou.
O
actor Carlos Bardem leu uma carta dirigida à sua mãe, Pilar Bardem, defensora
do povo saharaui, que faleceu a 17 de Julho passado e que se tornou cidadã
saharaui a título póstumo e honorária. A carta começa com "Sim, mãe, o teu
povo foi traído de novo".
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