quinta-feira, 21 de abril de 2022

Aministia Internacional lança campanha contra maus tratos infligidos ao preso político saharaui Mohamed Lamine Haddi

 


Londres 21-04-2022 APS - A organização não governamental (ONG) Amnistia Internacional apelou aos defensores dos direitos humanos a enviar uma carta ao chefe do governo marroquino instando-o a pôr fim aos maus tratos infligidos ao preso político saharaui Mohamed Lamine Haddi, membro do Grupo "Gdeim Izik", que se encontra detido em regime de isolamento desde 2017, quando foi condenado a 25 anos de prisão.

A ONG pôs à disposição dos interessados nesta iniciativa uma carta modelo a dirigir às autoridades de ocupação marroquinas, na qual lhes pede que "ponham termo aos maus tratos de Mohamed Lamine Haddi (...), e que o retirem da solitária".

Insta o governo marroquino a "conceder-lhe acesso imediato a cuidados médicos adequados, acesso regular e sem entraves à sua família e ao seu advogado, e assegurar que as suas condições de detenção respeitem o direito e as normas internacionais".

A Amnistia Internacional clama ainda ao chefe de governo marroquino "a tomar todas as medidas para assegurar que um novo julgamento justo para Mohamed Lamine Haddi e os outros prisioneiros de Gdeim Izik seja prontamente realizado perante um tribunal civil regular, em conformidade com o direito internacional".

Expressando a sua "profunda preocupação" com os maus tratos infligidos a Mohamed Lamine Haddi, a AIG salienta que o ativista saharaui "disse à sua família numa chamada telefónica que, a 15 de Março de 2022, cinco guardas prisionais entraram na sua cela e espancaram-no com bastões e usaram um alicate de metal para lhe cortar a barba contra a sua vontade".

A ONG explica que Mohamed Lamine Haddi "tinha dito aos guardas prisionais na véspera que planeava entrar em greve da fome a 16 e 17 de Março para protestar contra as suas condições de detenção e a recusa de uma visita médica, apesar dos repetidos pedidos".

"O espancamento de Mohamed Lamine Haddi, no que parece ser uma retaliação pela sua planeada greve de fome, constitui uma violação do seu direito à liberdade de expressão, bem como maus-tratos a um detido", deplora a Amnistia Internacional.

A ONG internacional recorda, entre outras coisas, que "numa chamada telefónica para a sua família a 21 de Março, Mohamed Lamine Haddi declarou que os guardas tinham regressado à sua cela a 17, 18 e 21 de Março e o tinham espancado novamente com bastões", observando que "ele tinha um hematoma no lado esquerdo do rosto, e os guardas prisionais recusaram os seus pedidos de consultar um médico e de ter medicamentos para o seu grave problema digestivo".

"Desde 17 de Setembro de 2017, as autoridades (marroquinas) têm mantido Mohamed Lamine Haddi e outros prisioneiros Gdeim Izik em solitária. Está confinado sozinho na sua cela 24 horas por dia, sem contacto com outros detidos", deplora também a Amnistia Internacional, observando que "as visitas do seu advogado, Olfa Ouled, e da sua família foram proibidas desde Março de 2020".

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