PUSL - 30-12-2022 - Nunca se escreveu tanto sobre a corrupção ativa no Parlamento Europeu como nas últimas semanas. Começou com o Qatargate e contínua com o Moroccogate. Sendo a corrupção do Qatar ligada a um evento único, o mundial de futebol, já o Moroccogate tem vida longa e é, como já tantos disseram antes de nós, um segredo público que todos conhecem.
Marrocos, envolvido em escandalos atrás de escandalos, parece sair incólume de tudo, e só isso já deveria ter feito disparar os alarmes da justiça.
O Juiz Michel Claise, que está com o processo, é conhecido por não ter medo nem de pessoas influentes nem de instituições gigantescas, foi responsável por apanhar criminosos de colarinho branco de várias nacionalidades e inclusive de bancos, como o HSBC britânico. Narcotraficantes e clubes de futebol encontram-se na longa lista de alvos que Michel Claise levou à justiça com êxito.
Infelizmente a sede das Nações Unidas não se situa em Bruxelas, se assim fosse o juíz destemido poderia investigar o Moroccogate aí também. Desde a corrupção da equipe de Navi Pillay, alta comissária para os direitos humanos das Nações Unidas, que foi denunciada pelo hacker Chris Coleman em 2014, que se sabe da podridão nos corredores da ONU quando se trata da ocupação ilegal do Sahara Ocidental por Marrocos (ver artigo: https://www.herald.co.zw/western-sahara-moroccan-shame-at-un-human-rights-council/).
A própria MINURSO, Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental, tem sido referida por ex-funcionários como um antro onde Marrocos ou corrompe ou exerce chantagem sobre os funcionários da Missão.
Mas também o Conselho de Segurança da ONU tem sido citado por ex-funcionários, onde alguns países do “grupo de amigos do Sahara” têm actuado nos bastidores para defender a ocupação marroquina e/ou prolongar o status quo, nomeadamente França, Espanha e EUA.
A chantagem é outra arma de Marrocos, que como foi denunciado pela Amnistia Internacional, utilizou ativamente o sistema de espionagem Pegasus no PE, mas também contra ativistas, politicos e ong’s a nível internacional não tendo escapado nomes de primeiros ministros como o caso de Espanha e França.
Os milhares de milhões que têm sido entregues de bandeja a Marrocos, e a impunidade com que Marrocos viola os direitos humanos, o direito internacional, e o desrespeito absoluto por decisões das Nações Unidas são indicadores claros da podridão das instituições e falta de investigação vigente.
Também na União Africana a admissão de Marrocos, país que viola o ato constitutivo da organização e pelo tanto não tem legitimidade para ser membro, demonstra que houve “trocas de favores” para conseguir o apoio necessário de alguns países africanos.
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