Uma representação da Associação de Amizade com o Povo Saharaui (AAPSO) juntou-se à grande manifestação anual de Madrid exigindo o cumprimento da legalidade internacional no território, a defesa dos DDHH nos territórios ocupados por Marrocos e a realização do Referendo de autodeterminação que a ONU está por levar a cabo desde 1991.
Cerca de cinco mil pessoas desfilaram pela capital para exigir o respeito pela legalidade internacional no Sahara Ocidental, assim como a sua descolonização por Marrocos. Nestes dias assinalam-se 48 anos da assinatura dos Acordos Tripartidos de Madrid que abortaram o processo de descolonização do Sahara Ocidental, dando início a uma fase de ocupação militar, de sistemáticas violações dos direitos humanos e de permanente violação do direito internacional, como refere o manifesto lido no final da marcha.
Enretanto a Frente Polisario aguarda para 2024 que a justiça europeia lhe dê mais uma vez razão no que respeita à exploração ilegal dos recursos naturais do Sahara por parte da UE e de Marrocos.
A Coordinadora Estatal de Asociaciones Solidarias con el Sáhara (CEAS-Sahara) convocou a manifestação para este sábado, 11 de novembro, tendo a manifestação arrancado às 12h00 na Atocha até à Praça de Jacinto Benavente, contígua ao imóvel onde está o Ministérios dos Assuntos Exteriores e da Cooperação. O lema escolhido foi "Direito Internacional, o caminho; independência, o destino".
A manif reuniu milhares de manifestantes, tanto espanhois como saharauis que residem e trabalham no Estado espanhol.
Em declarações ao jornal Publico.es, o delegado da Frente Polisario em Espanha, Abdullah Arabi, referiu que a manifestação coincide com um momento politicamente complicado a nível internacional devido à situação no Médio Oriente. "Assistimos a mobilizações em todo o mundo contra a violação da legalidade internacional e a favor das reivindicações do povo palestiniano, que luta contra uma ocupação, tal como o povo saharaui, e onde a Espanha continua a ser a potência administrante", explicou.
A segunda vice-presidente do governo interino e líder do Sumar, Yolanda Díaz, fez uma aparição fugaz na manifestação a favor do direito à autodeterminação do Sahara Ocidental. Uma presença fugaz durante a qual evitou a cabeça do protesto. A ministra do Trabalho optou por participar brevemente com outros membros da coligação no meio da manifestação após o mal-estar causado entre os activistas saharauis pelo esquecimento da causa no acordo de governo alcançado entre Sumar e o PSOE.
Fontes da Sumar invocaram razões de segurança para a sua breve presença entre os manifestantes. "O Sumar não ignorou a causa saharaui, combateu-a até ao fim, mas para as opções oferecidas pelo PSOE, para o qual o Sahara Ocidental é uma linha vermelha e que está claramente do lado de Marrocos, é melhor que não haja nenhuma. Sumar continua na sua linha", declarou ao El Independiente Tesh Sidi, deputado de origem saharaui de Sumar. "Foi uma negociação muito complexa", acrescentou.
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