Dom, 10/03/2024 - Genebra (Suíça) | SPS - O representante da Frente Polisario na Suíça e junto das Nações Unidas e das organizações internacionais em Genebra, o embaixador Abbi Bachraya Bachir, advertiu que "o governo espanhol será processado perante as instâncias judiciais internacionais, incluindo o Tribunal de Justiça Europeu, porque (a Espanha) não só apoiou politicamente as ambições expansionistas marroquinas, mas também começou a fornecer ao regime de Makhzen instrumentos legais para legitimar o processo de ocupação e anexar o Sahara Ocidental".
O embaixador saharaui explicou em entrevista à Rádio Argélia Internacional no programa "Convidado Internacional" que a deslocação da população saharaui em várias zonas das Zonas Ocupadas do Sahara Ocidental ocorre no contexto da persistência da força ocupante - o Reino de Marrocos - na sua política de colonização, bem como da exploração irracional e ilegal dos recursos do povo saharaui.
Em relação às informações que circulam nos meios de comunicação social sobre a cessão por parte de Espanha a Marrocos da gestão do espaço aéreo das zonas ocupadas do Sahara Ocidental, o porta-voz saharaui explicou que não foi oficialmente confirmada, mas que o atual governo espanhol está envolvido desta forma desde março de 2022, abandonando a sua responsabilidade histórica para com o povo saharaui, como evidenciado pela carta do Presidente do Governo, Pedro Sánchez, ao Rei de Marrocos, que incluía muitos pontos, incluindo o seu apoio à proposta de autonomia do Sahara Ocidental.
O embaixador saharaui considerou que a Espanha, com a sua posição, compromete a estabilidade na região do Magrebe.
Recorde-se que os acórdãos do Tribunal de Justiça da UE deixaram claro que o Reino de Marrocos e o Sahara Ocidental são países separados e distintos, considerando que a soberania sobre as riquezas e a sua disposição pertence exclusivamente ao povo saharaui, através do seu único e legítimo representante, a Frente Polisario.
Sendo o atual diferendo um conflito que põe diretamente em causa a Espanha enquanto potência administrante do território, é necessário que o atual governo espanhol compreenda que não pode continuar à deriva com Marrocos no Tribunal de Justiça da UE para manter o Sahara Ocidental dentro dos acordos comerciais e de pesca da UE com Marrocos.
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