domingo, 24 de novembro de 2013

Imprensa marroquina destaca o fracasso da visita do rei Mohamed VI a Washington

 

Alifpost.com, através de um extenso artigo do doutor Husein Medjdubi, analisa o fiasco da visita, que o periódico digital publica na edição de sábado 23 de novembro 2013. Nele são sublinhadas as inesperadas pedras de tropeço diplomático que o monarca e seu séquito encontraram-no terreno ao entrevistar-se durante um tempo muito limitado  com o presidente dos EUA Barak Obama.

Protocolo reduzido

Segundo escreve o periódico marroquino:
“Protocolarmente a visita não constitui um salto qualitativo, já que Obama dedicou apenas hora e meia para receber o rei Mohamed VI. Caso que não ocorreu nas administrações do democrata Bill Clinton e do republicano George W. Bush; o tratamento na receção que ofereceram esses dois presidentes ao monarca foi muito distinto. Em sua homenagem, eles ofereceram ao rei um protocolo que incluía um jantar de honra, com troca de discursos oficiais, enfatizando assim as então fortes relações bilaterais. "

“A simpatia esteve ausente e retrocedeu a qualidade na agenda bilateral na era do presidente Barack Obama, e é isso que explica a falta de interesse para a Casa Branca em convidar o rei durante o primeiro mandato de Barack Obama. O protocolo de receção foi muito deficiente e muito simples, não pôs em relevo a importância de Marrocos como parceiro de Washington, e primeiro Estado que reconheceu o "Tío Sam". E no site da Casa Branca, nem na sexta-feira nem no sábado, foi sequer publicado um pequeno texto sobre a visita, nem transmitida a imagem de reunião de Obama com o rei", afirma o jornal Alifpost.com numa análise do Dr. Hussein Medjdubi, que concluiu a sua visão crítica sobre o fracasso da visita com este parágrafo:

"Na prática, a posição dos EUA não trouxe nada de novo, é completamente contrária ao que refletia a atitude clássica das anteriores administrações dos EUA que expressavam suas opiniões sobre a proposta de autonomia, durante a era do presidente republicano George W. Bush e da ex-secretária de Estado Hillary Clinton. "



Uma fonte especialista em política dos Estados Unidos e África do Norte revelou ao Alifpost que a posição norte-americana é clássica, sendo esta posição do governo norte-americano explicada por um porta-voz do Departamento de Casa Branca: "a autonomia pode contribuir para a estabilidade caso fosse aceite pela outra parte mas, no âmbito da ONU, Washington não considera que a autonomia possa substituir o direito de autodeterminação".

De acordo com esta fonte, "a Casa Branca enfatizou os direitos humanos, e não devemos esquecer que os homens que tomam as decisões de Estado nos EUA são a assessora de segurança nacional dos EUA, Susan Rice, o secretário de Estado John Kerry, e Phil Gordon, encarregado do Médio Oriente. Todos são conhecidos por sua defesa acirrada dos direitos humanos ".

A mesma fonte consultada pelo Alifpost.com revela que Mohamed VI, com a sua visita, talvez tenha só podido alcançar a neutralidade construtiva de Washington no conflito, e que não volte a pedir ao Conselho de Segurança a alocação às forças da MINURSO a proteção e monitoramento dos direitos humanos. Embora Washington não deixe de lembrar ao Conselho de Segurança a violação dos direitos humanos nas cidades do Sahara Ocidental.


Visita sem eco informativo na imprensa norte-americana

O Alifpost sublinhou também o fiasco informativo nos meios de comunicação norte-americanos e a fraca mobilização da monarquia marroquina sobre o evento. Ressaltando o fracasso de informação nos seguintes pontos:

Como habitualmente, a instituição monárquica continua a ser um ponto débil, que demostrou a incapacidade da Instituição Real de Marrocos. O protocolo da Corte Real não conseguiu criar um ambiente favorável nos meios de comunicação social norte-americanos para que se fizessem eco da visita do rei aos Estados Unidos. Só conseguiram publicar artigos genéricos em meios de pouca relevância, alguns deles relacionados com os marroquinos. E o maior jornal dos Estados Unidos, o New York Times, não dedicou qualquer notícia, breve que fosse, à visita do rei de Marrocos. Enquanto o Washington Post se limitou a reproduzir um despacho da Agencia Associated Press. Os canais de televisão da CNN e Fox News não prestaram nenhuma atenção à visita.

Por outro lado, artigos críticos apareceram em fóruns informativos com muita influência, como o Christian Science Monitor, que se converteram em severas criticas a Marrocos devido à questão do Sahara Ocidental.

O desempenho do rei para evitar o fiasco deveria ter sido outro; em vez de fazer uma conferência de imprensa isolada, esta deveria ter sido organizada no momento de completar o seu encontro com o presidente Barack Obama para tentar que Obama se referisse à proposta marroquina de autonomia."
                                                          
*Fonte: ALIFPOST.COM, 23 de novembro de 2013

Traduzido do árabe por poemarioporunsaharalibre

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