13 de Julho - A ONU chegou a
um acordo com Marrocos para restaurar a “funcionalidade completa” de sua missão
no Sahara Ocidental (MINURSO), um processo que começará com o regresso nos
próximos dias de um primeiro grupo de 25 funcionários civis, afirmou hoje à Efe
um porta-voz da organização.
“Na sequência de discussões
construtivas, ONU e Marrocos concordaram em restaurar a funcionalidade completa
da MINURSO através de um processo gradual”, disse Stephane Dujarric, porta-voz
do Secretário-Geral Ban Ki-moon.
A postura firme da Rússia
nesta questão dentro do Conselho de Segurança e o facto que a expulsão do
contingente civil por parte de Marrocos (ocupante ilegal) criou um grave
precedente para todas as missões de paz das Nações Unidas, foram factores
determinantes para que França retirasse o seu apoio ao Reino Alauita nesta
questão, o que indubitavelmente fez Marrocos recuar na sua intransigência.
Com o regresso da componente
civil da MINURSO, esta missão está novamente apta a executar a sua função
primordial, ou seja a realização do referendo de autodeterminação.
A questão da marcação de uma
data para o referendo está a ser adiada há mais de duas décadas e tornou a
situação insustentável para o povo saharaui, tanto nos territórios ocupados,
como nos campos de refugidos. O contínuo adiamento permite a Marrocos a
exploração selvagem dos recursos do território, a violação sistemática dos
direitos humanos, com detenções arbitrárias, torturas e terrorismo contra a
população, assim como um agravamento diário das condições de vida nos campos de
refugiados.
Brahim Ghali, presidente da
RASD e SG da Frente Polisario recentemente eleito com 93% de votos, está
consciente da impossibilidade de continuação deste status quo, como se pode ler em todas as entrevistas e declarações
dadas na última semana. A pressão do povo saharaui e o apoio incondicional da
maioria dos países da América Latina e África e da União Africana, são
determinantes para que a última colónia de África possa finalmente alcançar a
independência.
A polémica e confronto com as
Nações Unidas e seu Secretário-Geral, criada por Marrocos nos últimos meses
tornam evidente que é necessário e urgente uma postura mais firme contra
Marrocos, não só da comunidade internacional como das Nações Unidas
Fonte: Por un Sahara Libre
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