EFE - Campos
de refugiados de Tindouf (Argélia) -20/10/2017 - O presidente da República Árabe Saharaui
Democrática (RASD) e SG da Frente Polisario, Brahim Ghali, expressou ao enviado
pessoal do secretário geral da ONU para o Sahara Ocidental, Horst Köhler, a disposição
em colaborar na solução do conflito com Marrocos, sempre que seja através da
realização do referendo de autodeterminação.
Na sua primeira
visita aos campos de refugiados em que vivem os saharauis desde que em 1975
Marrocos ocupou a antiga colónia espanhola, Ghali ofereceu ao ex-presidente alemão
uma parada militar antes de se reunir com ele à porta fechada.
Segundo
disseram à Efe fontes oficiais saharauis, ambos abordaram a falta de avanços
reais que existem desde 2012 devido aos obstáculos de Rabat à consulta popular
e as opções que existem para sair de um
marasmo que se prolonga desde há mais de quatro décadas.
Ghali insistiu,
por eu lado que as autoridades saharauis não apoiaram plano algum que não inclua
o citado referendo, previsto desde o cessar fogo firmado em 1991 com Marrocos.
De acordo
com este argumento, o líder saharaui voltou a apelar para a vontade do Conselho
de Segurança da ONU, que exigia maior determinação, coesão e apoio sem fissuras
a Köhler para que este possa avançar pela nova dinâmica invocada pelo
Secretário-Geral , António Guterres.
"Esperamos
que ele tenha sucesso nos seus esforços, com o apoio do Secretário-Geral. E que
ele consiga o apoio dos países membros do Conselho de Segurança, em particular
dos cinco membros permanentes", disse Ghali em entrevista colectiva
posterior.
O presidente
saharaui também reiterou que, nesses esforços, a União Africana deve ser
incluída, organismos, que afirmou, ser chave para a resolução do conflito.
Köhler
desembarcou na quarta-feira no aeroporto argelino de Tindouf, e tomou a estrada
para os campos de refugiados, onde se encontrou com representantes da Frente
Polisario, a equipa de negociação, as organizações de mulheres e outros atores
da sociedade civil.
O ex-presidente
alemão, nomeado em setembro passado, também teve a oportunidade de caminhar
pelas ruas arenosas e conhecer parte da tradição saharaui e analisar a situação
no terreno com a MINURSO (Missão das Nações Unidas para o Referendo do Sahara Ocidental).
Amanhã, planeia
visitar as chamadas "zonas libertadas" antes de partir para a Argélia
e a Mauritânia, o fim de do périplo que começou terça-feira em Marrocos, onde
foi recebido pelo rei Mohamed VI.
A sua viagem
não incluirá, no entanto, os territórios saharauis sob ocupação marroquina, sem
que se saiba se foi por decisão do próprio Köhler ou por imposição de Rabat, que
impediu já impediu anteriormente essa visita ao seu antecessor, Christopher
Ross.
Espera-se
que o alemão apresente o seu primeiro relatório sobre o Sahara Ocidental dentro
de seis meses, documento em que explicará a "nova dinâmica" que o
Secretário-Geral da ONU prometeu promover em abril.
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