sábado, 8 de julho de 2023

Delegado da Frente POLISARIO em Espanha salienta que só há duas opções nas águas do Sahara Ocidental após 17 de julho


Abdulah Arabi

Las Palmas de Gran Canaria, 8 de julho de 2023 (SPS) - O delegado da Frente Polisario em Espanha, Abdulah Arabi, colocou em cima da mesa as duas únicas formas de beneficiar dos recursos do Sahara Ocidental após 17 de julho, quando expira o acordo ilegal assinado entre o regime de ocupação marroquino e a União Europeia. Segundo Arabi, só há duas opções: uma em que os Estados membros da UE continuam a trabalhar sob a "pirataria marroquina", ou então escolher a "legalidade oferecida pelo único e legítimo representante do povo saharaui, a Frente Polisario".

Na sequência da realização do "1.º encontro entre o setor das pescas das Canárias e a Frente Polisario", o representante saharaui apela aos Estados-Membros da União Europeia a refletir sobre as implicações jurídicas e éticas das suas relações de pesca com Marrocos, com a inclusão das águas do Sahara Ocidental. Sublinha que a manutenção do atual acordo de pesca, que qualifica de "pirataria marroquina", seria contrária ao direito internacional e aos princípios de justiça.

Em contrapartida, o delegado saharaui oferece a alternativa de trabalhar com a Frente POLISARIO, que representa a "legalidade" no Sahara Ocidental. Sublinhou a vontade da Frente POLISARIO de estabelecer um quadro jurídico que garanta o desenvolvimento económico e das pescas de uma forma justa e respeitadora da legalidade internacional.

Esta declaração do delegado da Frente POLISARIO em Espanha, Abdulah Arabi, suscita um debate fundamental sobre o futuro das atividades de pesca no Sahara Ocidental e sublinha a necessidade de procurar uma solução com base jurídica que respeite o direito internacional e os princípios da Carta das Nações Unidas. A Frente POLISARIO apresenta-se como a única opção que procura garantir uma atividade de pesca sustentável e equitativa em benefício de todas as partes envolvidas na região.

 


A Comissão Europeia exclui a renovação do acordo de pesca com Marrocos que abrange o Sahara Ocidental ocupado


A Comissão Europeia confirmou que o acordo de pesca com Marrocos, que abrange as águas e a plataforma marítima e territorial do Sahara Ocidental ocupado, não será prorrogado. De acordo com fontes da Comissão, o acordo não será renovado antes de o Tribunal de Justiça da União Europeia emitir a sua decisão final, que deverá ocorrer até ao final deste ano.

O atual acordo de pesca, que foi estabelecido em 2019 e abrange as águas territoriais do Sahara Ocidental, chegará ao fim em 17 de julho. Numa carta ao parlamento neerlandês datada de 28 de março de 2023, o ministro da Agricultura neerlandês confirmou que não serão iniciadas conversações com Marrocos para prorrogar o acordo de pesca, apesar dos pedidos de vários Estados-Membros da UE.

Por outro lado, o Ministro espanhol das Pescas, Luis Planas, numa entrevista à Cadena SER, manifestou o seu desapontamento com a situação atual, que pressagia uma vitória histórica da Frente POLISARIO. Sentiu também a necessidade de anunciar ajudas económicas para os pescadores afetados pela cessação das actividades após o termo deste acordo de pesca ilegal.

Perante a Comissão dos Negócios Estrangeiros do Parlamento português, o Ministro português dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, deixou claro o compromisso de Portugal em respeitar o acórdão do Tribunal de Justiça Europeu sobre o acordo de pesca ilegal entre a UE e Marrocos.

A não renovação do acordo de pesca UE-Marrocos tem implicações importantes para a gestão dos recursos naturais do Sahara Ocidental. Isto abre a oportunidade de explorar alternativas legais e justas na região, reforçando simultaneamente o direito internacional e apoiando o processo de auto-determinação do povo saharaui.

Os pescadores das Canárias estão empenhados no diálogo com a Frente POLISARIO

Face a esta situação, os representantes do sector das pescas das Canárias manifestaram a sua vontade de explorar e trabalhar em conjunto com a Frente POLISARIO, uma vez estabelecidos os novos termos do quadro jurídico aplicável. O objetivo é garantir o desenvolvimento legal e ótimo da atividade económica da pesca e encontrar soluções que beneficiem tanto o sector como o povo do Sahara Ocidental.

Esta aproximação entre o sector das pescas das Canárias e a Frente POLISARIO teve lugar no histórico evento realizado em Las Palmas de Gran Canaria, sob o lema "construir pontes, tecer redes de diálogo que conjuguem os interesses do sector das pescas das Canárias e os do povo do Sahara Ocidental".

 

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