domingo, 29 de setembro de 2024

De Ivry (França) a Kénitra (Marrocos), a longa marcha pela libertação dos presos saharauis

 

Claude Mangin-Asfari (esposa do preso saharaui Enaama Asfari - na foto,
preso desde 2010 e condenado a 30 anos de prisão)


Sahara Infos - 23-09-2024 | Lançada oficialmente durante a Festa de L'Humanité, 14 de setembro, perto de Paris, a marcha Ivry-Kénitra (Marrocos) pela libertação dos presos políticos saharauis terá início a 30 de março de 2025. Foi o que Claude Mangin-Asfari (esposa do preso saharaui Enaama Asfari, condenado a 30 anos de prisão em 2017, por supostamente ter sido um dos organizadores do acampamento da dignidade de Gdeim Izik, em 2010, nos territórios ocupados do SO) informou, contando com o apoio do presidente da Câmara de Ivry-sur-Seine, Philippe Bouyssou, e de representantes da diáspora saharaui em França.

“O objectivo desta marcha é obter a libertação dos saharauis detidos nas prisões marroquinas e permitir-me recuperar o meu direito de visita”, defende a esposa de Naâma Asfari detido em Novembro de 2010, após a manifestação pacífica de Gdeim Izik (Sahara Ocidental). Recorde-se que a cidadã francesa, residente em Ivry, e presidente da associação Val-de-Marnaise de amigos da República Árabe Saharaui Democrática (Aarasd 94), desde 2016 tem sido expulsa regularmente do território marroquino e impedida pelas autoridades de se encontrar com o marido na prisão de Kénitra.


Um escândalo que perdura há 50 anos

“Depois da minha greve de fome em 2018, muito pouco mudou. É por isso que apelo a todas as pessoas de boa vontade, a todas as associações francesas e europeias que apoiam o povo saharaui, para que se juntem a mim no objetivo de poder entrar em Marrocos”.

Durante a sua viagem, Claude Mangin fará escala em Tours, Bressuire (Deux-Sèvres), Poitiers, Uzeste (Gironde), Toulouse e Perpignan, antes de se dirigir para Espanha, onde fará escala nas principais cidades da costa mediterrânica para “dar visibilidade à causa”. Com a ajuda de grupos locais, serão organizadas conferências e reuniões em cada paragem para sensibilizar os habitantes locais, os representantes eleitos e a imprensa.

“Queremos denunciar este escândalo que dura há cinquenta anos [a ocupação do Sahara Ocidental pelo vizinho Marrocos] e obter finalmente o referendo de autodeterminação prometido pela ONU, bem como o fim da pilhagem dos recursos naturais do território”, conclui a ativista.

A marcha pela autodeterminação do Sahara Ocidental deverá chegar a Algeciras, no sul de Espanha, no início de junho. E depois... A história dirá se se tornará tão famosa e tão eficaz como a Marcha do Sal de Gandhi pela independência da Índia.

Sem comentários:

Enviar um comentário