sábado, 7 de dezembro de 2013

Protocolo de pesca UE-Marrocos é ilegal segundo 21 juristas internacionais

 

De acordo com a opinião de 21 juristas, expressa numa detalhada Análise de Legalidade, o novo Protocolo de pesca não resolveu os aspetos da legalidade internacional que, em 2011, obrigaram o Parlamento Europeu a rejeitar a renovação do acordo de pesca entre a União Europeia e Marrocos.

O Acordo de Associação de Pescas UE-Marrocos, que aguarda por aprovação em plenário no próximo dia 10 de dezembro, "continua por suprir a falta de conformidade com o direito internacional, que foi uma das razões que levaram o Parlamento a chumbar o Protocolo em 2011". Assim afirma o relatório de um grupo de vinte e um juristas de Espanha, Suécia, Estados Unidos, Hong Kong, Luxemburgo, Dinamarca, Canadá e Finlândia, de 2 de dezembro de 2013.

O grupo afirma que o Acordo "pode levar a UE e os seus Estados-Membros a ser responsáveis por uma violação do direito internacional, ou, por outras palavras, uma aceitação e cumplicidade a graves violações da legalidade internacional por parte de Marrocos, levando assim à agressão e negação de direitos à autodeterminação, incluindo o direito de dispor livremente das suas riquezas e recursos naturais.

Leia aqui o relatório (em inglês).

A conclusão do documento diz:

A conclusão é que o Protocolo de 2013 continua a não dar resposta à problemática da falta de conformidade com o direito internacional, uma das razões que levaram o Parlamento Europeu a rejeitar o Protocolo em 2011.

Na parecer legal de 2013 ao Parlamento Europeu, os Serviços Jurídicos do Parlamento citaram o seu próprio parecer anterior de 2009, afirmando que "o cumprimento do direito internacional exige que as atividades económicas relacionadas com os recursos naturais de um território não Não-Autónomo sejam levadas a cabo em benefício dos povos desses territórios e de acordo com seus desejos." Além disso, "no caso em que não se possa demonstrar que o acordo se aplica em conformidade com os princípios do direito internacional relativo aos direitos do povo saharaui sobre os seus recursos naturais, princípios que a Comunidade [Europeia] é obrigada a respeitar, a Comunidade deve abster-se de permitir que embarcações pesquem nas águas do Sahara Ocidental, solicitando licenças de pesca apenas para zonas de pesca que se encontram em águas de Marrocos. "

Dado que não existam provas de que este tenha sido o caso, antes ou depois de 2009, o Parlamento deve rejeitar o presente Protocolo, dando conhecimento à Comissão que aguarda que seja negociado um novo acordo que respeite plenamente o direito internacional.

O parecer é subscrito por:

·   — Oscar Abalde Cantero, Profesor de Derecho Público Internacional, Universidad del País Vasco

Lennart Aspegren, Former UN Judge

Nathaniel Berman, Rahel Varnhagen Professor of International Affairs, Law, and Modern Culture, Brown University

 Maria Dolores Bollo Arocena, Profesora de Derecho Público Internacional, Universidad del País Vasco

 Ove Bring, Professor Emeritus in International Law, Stockholm University & Swedish National Defence College

 Candelaria Carrera Asturiano, Miembro de AIODH (Asociación Internacional para la Observación de los Derechos Humanos), Abogada de Badajoz.

 Tony Carty, Sir Y K Pao Chair in Public Law, Hongkong University

 Ola Engdahl, Associate Professor of International Law Swedish National Defence College

 David Fisher, Professor of International Law, Faculty of Law, Stockholm University

 Andres Marin Garcia, Miembro de AIODH, Abogado de Badajoz

 Matthew Happold, Professor of Public International Law, Université du Luxembourg 4

 Frederik Harhoff, Professor of International Law, Syddansk Universitet i Odense

 Iñigo Iruretagoiena Agirrezabalaga, Profesor de Derecho Público Internacional, Universidad del País Vasco

 Francisco Javier Quel Lopez, Profesor de Derecho Público Internacional, Universidad del País Vasco

 Mark Klamberg, LL.D. and senior lecturer in Public International Law at Uppsala University

 David Langlet, Associate Professor, Stockholm University, Stockholm Centre Oxford Fellow, Faculty of Law, University of Oxford

 Nicolás Alonso Moreda, Profesor de Derecho Público Internacional, Universidad del País Vasco

 Frédéric Mégret PhD, Associate Professor at the Faculty of Law, McGill University, and the holder of the Canada Research Chair in the Law of Human Rights and Legal Pluralism.

 Jarna Petman, Senior Lecturer/Professor a.i. in International Law, Helsinki University

 Juan Soroeta Liceras, Profesor de Derecho Público Internacional, Universidad del País Vasco y Presidente de AIODH

 Pål Wrange, Professor of Public International Law at Stockholm University.


Fonte: wsrw.org

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