Federica Mogherini no Parlamento Europeu - Foto PE |
Sahara Ocidental - Espacios Europeos - (16/5/2017) - Pouco a pouco,
com tenacidade, o povo saharaui vai conseguindo que as suas petições sejam
ouvidas. Agora foi a Comissão Europeia que o faz, excluindo os territórios
ocupados do Sahara Ocidental de qualquer financiamento europeu a “projetos
marroquinos de energia renovável, e já terá informado as empresas europeias e os cidadãos da EU sobre
a situação legal deste território, cada vez que o solicitam”, informa a Agencia
Saharaui de Noticias (SPS).
A chefe da
diplomacia europeia (a Alta Representante da União para os Negócios
Estrangeiros e a Política de Segurança), Federica Mogherini, respondeu deste
modo, em nome da UE, ao eurodeputado Miguel Viegas, que lhe perguntou sobre a
exploração ilegal dos recursos naturais no Sahara Ocidental: "Quanto aos projetos
de energia renovável no Sahara Ocidental, a UE não financiará tais projetos e,
quando contactada por empresas e cidadãos europeus, a UE informa sobre o
estatuto jurídico do Sahara Ocidental e em particular a exploração de seus
recursos naturais. "
Mogherini
sublinhou na sua resposta que a exploração dos recursos naturais do Sahara
Ocidental "foi esclarecida num parecer jurídico de um Subsecretário-Geral
de Assuntos Jurídicos da Organização das Nações Unidas (Hans Corell)". Em
fevereiro de 2002, foi relatado que a exploração dos recursos naturais do
Sahara Ocidental deve ser em favor do povo saharaui e com o seu consentimento.
Há poucos
dias, Federica Mogherini afirmou que o estatuto do Sahara Ocidental continua a
ser o de um território não autónomo, tal como foi decidido em 1963 pelo Comité
de Descolonização da ONU:
A resposta
que Mogherini deu aos deputados europeu que a questionaram sobre a ocupação
militar marroquina do Sahara Ocidental, foi a seguinte: "O Sahara
Ocidental está na lista de territórios não não-autónomos da ONU".
A
responsável pelos NE da UE também reiterou o apoio da União Europeia aos
esforços do Secretário-Geral da ONU, a fim de alcançar "uma paz justa,
duradoura e solução política mutuamente aceitável, que permita a autodeterminação
do povo do Sahara Ocidental em conformidade com os princípios e objetivos da
Carta das Nações Unidas "; acrescentando que, "no futuro, a Comissão terá
em conta o acórdão de 21 de Dezembro de 2016, em quaisquer negociações com Marrocos."
A declaração
(sobre a troca de eletricidade renovável) será realizada, de acordo com a
agência de informação saharaui SPS, "com a devida consideração do estatuto
reconhecido separado e distinto do território do Sahara Ocidental sob a lei
internacional", disse Mogherini na sua resposta aos eurodeputados Florent
Marcellesi, Josep-Maria Terricabras e Jill Evans, "que pediram a exclusão
da energia produzida no Sahara Ocidental dessas trocas."
Em conexão
com esta posição da UE, devemos lembrar que em abril deste ano, a Comissária
Europeia do Comércio, Cecilia Malmstrom, disse que quaisquer negociações com
Marrocos terá em conta o acórdão do o Tribunal de Justiça Europeu de 21 de
dezembro de 2016. Naquela data o TJE sentenciou que, "em conformidade com
a Carta da ONU, o Sahara Ocidental não faz parte do território soberano de
Marrocos e que todos os tratados, acordos de associação e liberalização entre a
UE e Marrocos não são aplicáveis ao Sahara Ocidental sem o consentimento do
povo do Sahara Ocidental", recorda a SPS.
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