Diario La
Realidad Saharaui, DLRS – 2 de junho de 2017
Tradução
para o hassania do لمير اصغير O Principezinho – a enganadora e asquerosa política
marroquina nos territórios ocupados do Sahara Ocidental.
"Os Saharauis
estão convencidos de que لمير اصغير Principezinho traduzido em Hassania - muito
embora o significado não exista no Hassania - nunca será lido por um marroquino
que viva no Sahara Ocidental ocupado e muito menos em Marrocos.
“Costumamos
dizer neste caso مهدنك يناك لهي يحلبك شلح
“que bem domada está essa camela que é ordenhado por um marroquino”, assim
reza o provérbio saharaui. Marrocos trata de se apropriar dos símbolos e
elementos culturais saharauis com o objetivo de diluir o Sahara Ocidental em
Marrocos, um intento que jamais logrará. O uso dos trajes tradicionais das
mulheres e dos homens saharauis (melhfa e darraá) por colonos marroquinos, significa
a procura de apropriação dos referenciais culturais saharauis.
É por isso
que estão tentando assimilar como se fossem marroquinos personagens e estórias saharauis,
como é o caso dos contos Shertat. Também procuram roubar figuras históricas saharauis
e, agora, até mesmo a própria língua Hassania. Se olharmos para o lado bom da
tradução de O Principezinho em Hassania, então constataremos que do trabalho realizado
vão desfrutar as crianças saharauis na parte ocupada do território, que assim
ficarão a saber que algo muito grande, como é a língua, os diferencia dos
marroquinos e irão confirmar a sua identidade face à ocupação e ao ocupante. Um
sonho que irá fazer acordar ainda mais a sua consciência e lutar por aquilo que
é seu, a sua língua, a sua identidade e sua terra natal saharaui usurpada.
Trata-se de
um trabalho de sabotagem cultural levado a cabo pelas autoridades marroquinas,
muito perigoso, e que procura deturpar o conflito exercendo esforços de "culturicídio".
“O Principezinho” traduzido para o
dialeto árabe hassania - língua e literatura do Sahara Ocidental e Mauritânia.
A agência
espanhola EFE, publicou a 31 de maio um despacho em que afirma que a célebre
obra de Antoine de Saint-Exupery “O Principezinho” foi traduzida para o dialeto
árabe hassania, hasaniya, falado no Sahara Ocidental e na Mauritânia.
Trata-se de
uma iniciativa marroquina, realizada conjuntamente pelo Conselho Nacional de Direitos
Humanos (CNDH), a Fundação Saint-Exupery e a Fundação Fosbucrá (minas de
fosfatos saharauis exploradas pela ocupação marroquina), que promove projetos de
desenvolvimento na parte do Sahara administrada por Marrocos, segundo informou
hoje o CNDH em comunicado.
A célebre
obra de Saint-Exupery, uma das mais traduzidas no mundo (conta com 300 versões)
será distribuída na próxima semana de forma gratuita nos estabelecimentos
escolares marroquinos de todas as regiões saharauis onde se fala o hassania,
incluindo a região de Tarfaya (*), fora do Sahara Ocidental.
Na verdade,
a distribuição foi anunciada para coincidir com o 90º aniversário da viagem que
Saint-Exupery fez a Tarfaya (então chamada Cabo Juby), onde viveu por alguns
meses como delegado da companhia aérea Aéropostale.
Tarfaya: Monumento a Antoine Saint-Exupéry |
Nota da
tradução portuguesa:
(*) – Em 1958,
Espanha entregou a região a Marrocos. Até então a região tinha sido um
protetorado espanhol e as populações que a habitavam eram saharauis. A região
foi entregue a Marrocos pela “boa colaboração” prestada na operação militar
“Ecouvillon” (Vassourada), quando em fevereiro de 1958 tropas francesas
penetraram no Sahara Ocidental com a colaboração das tropas coloniais
franquistas para reprimir os nacionalistas.
Do lado
francês a operação envolveu 5.000 homens, 600 veículos, 70 aviões e contou com
o apoio logístico de 9.000 soldados espanhóis.
O propósito
da operação visava aniquilar os «irregulares» marroquinos e saharauis do
chamado Exército de Libertação Nacional que, com o apoio de várias tribos
locais, fustigavam a guarnição espanhola e obrigavam-na a permanecer confinada
a três cidades costeiras, Villa-Cisneros (hoje Dakhla), El-Ayoun e Cabo Juby.
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