Mohamed Abdelaziz - Foto REUTERS/Juan Medina |
No sexto aniversário da morte do antigo presidente saharaui Mohamed Abdelaziz, o membro do Secretariado Nacional da Frente Polisario, Mohamed Sidati, proferiu uma vibrante homenagem ao dirigente saharaui.
"Era um grande líder panafricano, pertencente à linhagem dos heróis", disse Mohamed Sidati, referindo-se ao ícone da luta armada saharaui no 6º aniversário da sua morte.
Era "um panafricano convicto, pertencente à linhagem de heróis como Amílcar Cabral e Agostinho Neto", escreveu o representante da Frente Polisario em França.
"Mohamed Abdelaziz, que foi um homem excepcional, um lutador excepcional, um revolucionário de fé inabalável, foi capaz de estabelecer laços de profunda amizade e solidariedade com os líderes dos movimentos de libertação do sul do continente, tais como Oliver Tambo do ANC sul-africano e Sam Nujoma do SWAPO namibiana", disse ele.
Ilustrando as suas palavras sobre a fé panafricana do antigo presidente, Mohamed Sidati afirmou que "a Frente Polisario, sob a autoridade de Mohamed Abdelaziz, decidiu colocar simbolicamente à disposição do ANC (Congresso Nacional Africano) e da SWAPO (Organização Popular do Sudoeste Africano) um grande lote de armas fabricadas pelo regime do apartheid sul-africano, recuperadas ao exército invasor marroquino, que as utilizou contra o povo saharaui”.
Um apoiante da União do Magrebe
"O falecido presidente fez também visitas de trabalho regulares que lhe permitiram estabelecer fortes laços com líderes como Julius Nyerere, Kenneth Kaunda, José Eduardo dos Santos, Samora Machel e Thomas Sankara", recordou Sidati, sublinhando que Mohamed Abdelaziz era também um grande apoiante da União do Magrebe.
"Nas pegadas do seu grande companheiro El Ouali Mustapha Sayed, Mohamed Abdelaziz acreditava firmemente no Magrebe dos povos. Trabalhou incansavelmente para a aproximação da RASD (República Árabe Saharaui Democrática) aos seus vizinhos", observou, lamentando, no entanto, o comportamento de Marrocos que, "através do seu expansionismo, contrariou este grande projeto magrebino.
Observou que, apesar das contingências do momento, "Mohamed Abdelaziz continuou a acreditar. A sua fé na unidade da África e na libertação dos seus povos permaneceu inabalável.
Como prova, argumenta Sidati, "o falecido foi um dos primeiros signatários do Ato Constitutivo da União Africana, o culminar de um longo caminho de reflexão e ação para apoiar a dinâmica do continente e desenvolver o seu futuro”.
"A abordagem do falecido presidente derivava da sua forte convicção de que a primeira liberdade dos povos de África é a liberdade de lutar, que o colonialismo e o neocolonialismo são uma ameaça existencial permanente para os nossos países, de que a ocupação ilegal do Sahara Ocidental é paradigmática a este respeito", explicou.
Recordando, finalmente, que o empenho e a fé panafricana de Mohamed Abdelaziz em favor da libertação dos povos africanos foram saudados por muitos líderes e símbolos da luta africana durante a sua vida, seguindo o exemplo de Nelson Mandela, Sidati disse que a grande homenagem que o continente africano prestou ao falecido dirigente teve lugar em 1988, quando "os seus pares africanos o nomearam para proferir o discurso de encerramento da comemoração do 25º aniversário da Organização de Unidade Africana (OUA)".
Na ocasião, "Ele fez um apelo memorável pela libertação de África, pela emancipação dos seus povos, e pela unidade que eles forjaram na luta", recordou Sidati.
Mohamed Abdelaziz faleceu no dia 31 de Maio de 2016, com 69 anos
Prestigiado líder militar da luta de libertação saharaui contra a ocupação marroquina, foi secretário-geral da Frente Polisario de 1976 até à sua morte, substituindo Mahfoud Ali Beiba (também já falecido), que havia ocupado interinamente o cargo de secretário-geral após a morte em combate do histórico líder Uali Mustafa Sayed. Desde esse momento assumia o cargo de Presidente da República Árabe Saharaui Democrática (RASD.
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