segunda-feira, 12 de março de 2018

Brahim Gali – SG da Frente Polisario - afirma que a decisão do Tribunal da UE constituiu um duro golpe para as pérfidas manobras marroquinas





Bir Lehlu (Territórios  Libertados da RASD), 12 de março de 2018 (SPS) - O presidente da República Saharaui e SG da Frente Polisario, Brahim Gali, afirmou este domingo na cidade libertada de Bir Lehlu que a decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia foi um duro golpe para as fracassadas manobras marroquinas.


"A decisão do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias proferida em 27 de fevereiro, coincidindo com as celebrações do 42º Aniversário da Proclamação da República Saharaui, determinou que o acordo de pesca entre o Reino de Marrocos e a União Europeia não se aplica a águas territoriais do Sahara Ocidental, demonstrando mais uma vez que Marrocos não tem soberania sobre o território, o que reafirma que o povo saharaui é dono e o senhor deste território ", disse o líder saharaui no final da reunião de quadros do Departamento Político do POLISARIO.

O Presidente da República saharaui afirmou que a sentença do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) e as sucessivas retiradas de empresas estrangeiras do Sahara constituem um sério golpe para o inimigo e seus planos destinados a perpetuar o status quo colonial.

Nesse sentido, afirmou que esta vitória da causa saharaui abrirá novas pontes na Europa e em outros lugares para continuar a batalha pelo direito inalienável do povo saharaui à autodeterminação e proteger os recursos naturais saharauis contra a pirataria e o saque.

"A sentença foi uma vitória histórica, mas exige unamos forças para garantir a sua aplicação e frustrar os planos para a escamotear", afirma o secretário-geral da POLISARIO.
Por outro lado, Brahim Gali afirmou que a aposta do Reino de Marrocos em influenciar a adesão da República Saharaui à União Africana fracassou.

"A aposta do Reino de Marrocos em se tornar membro da União Africana como passo para congelar a adesão da República Saharaui e neutralizar o papel que tem desempenhado aquela organização continental na descolonização da última colónia africana falhou rotundamente", disse o presidente da República no discurso de encerramento do Encontro Nacional de Comissários Políticos que teve lugar na cidade libertada de Bir Lehlu.

 "O que Marrocos não sabe é que, desde a sua adesão à UA, a República do Saharaui cresceu e reforçou-se como membro fundador da Organização continental através da sua presença nas cimeiras de associação da União Africana com entidades estrangeiras tanto com o Japão (em Maputo, em agosto de 2017), assim como em reuniões de trabalho com a União Europeia (em Abidjan, em novembro do mesmo ano), e nos encontros de preparação Em todas essas reuniões, Marrocos esteve representado, submisso, ao lado da RASD ", afirma Brahim Gali .

O presidente saharaui disse também que a firme posição dos países africanos e a sua solidariedade com o Estado saharaui, que se tornou num símbolo que incorpora a história dos africanos e sua luta pela libertação e dignidade, levaram a que Marrocos ficasse ainda mais isolado na cena africana.

Gali disse que a XXX Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Africana enviou uma mensagem clara a Marrocos de que os africanos estão cansados da sua falta de obediência e desprezo pela legitimidade africana e internacional, lembrando que "os líderes africanos têm expressado firmemente o seu apoio unânime a uma solução pacífica para o conflito através de negociações diretas entre os dois países membros da organização continental, a República do Sahara Ocidental e o Reino de Marrocos para organizar um referendo pelo qual o povo saharaui possa determinar o destino e a necessidade de um mecanismo independente para garantir o respeito pelos direitos humanos no Sahara Ocidental. A Cimeia da UA também pediu a todos os Estados que boicotem o Fórum Crans Montana ".


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