A 19 de
fevereiro de 2018, Malainine Sine, estudante saharaui de 18 anos, foi
seqüestrado na rua por três policias marroquinos à paisana, a cerca de 200
metros de sua casa, nas proximidades de Las Casas rojas, em El Aaiún. Em 23 de
fevereiro, foi acusado de ter atirado pedras.
Nas 48 horas de
detenção, foi interrogado e torturado para lhe extrairem uma confissão, foi
levado perante o juiz investigador do Tribunal de primeira instância de El
Aaiún. A família Sine está preocupada que a detenção do filho, um talentoso
futebolista, possa destruir as suas esperanças de evoluir e jogar a um nível mais
elevado. O juiz investigador estabeleceu a data do julgamento para 6 de março.
A 24 de
fevereiro, 40 trabalhadores despedidos do porto de Bojador manifestaram-se perto
do porto protestando contra a sua expulsão. Reclamavam a sua readmissão. De
2013 a 2017 foram descarregadores de peixe e foram demitidos em agosto de 2017
sem mais explicações.
Segundo referem,
descarregavam dos navios para os camiões 3.600 caixas de peixe por dia. As suas
reivindicações não foram ouvidas. Seis manifestantes foram feridos pela
intervenção da polícia marroquina.
Os 16 barcos registados
no porto pertencem todos a colonos marroquinos.
A 25 de
fevereiro, no bairro de Zemla, em El Aaiún, 50 jovens saharauis participaram em
manifestações comemorando o 42º aniversário da proclamação da República
Democrática Árabe Saharaui. As palavras-de-ordem e as pancartas denunciavam o
acordo de pesca entre a UE e Marrocos. A polícia marroquina dispersou-os à força.
7 manifestantes foram presos e outros 20 feridos.
Após 72 horas de
detenção preventiva, os 7 foram provisoriamente libertados sob controle
judicial até 26 de março, data em que devem comparecer perante o juiz de
instrução. São eles:
AbidinBougzatni,
20 anos.
Omar Lbhaih, 18
anos.
Mohamed Guergar,
19 anos.
Othman El
Moussaoui, 18 anos.
Mohamed Mraizig,
19 anos.
Hassan Daoudi,
21 anos.
ZeroualiHamma,
17 anos.
Durante o julgamento
de instrução, a polícia marroquina bloqueou as ruas para evitar que as famílias
dos detidos acedessem ao tribunal. Os polícias aglomeraram-se em frente às
portas do tribunal e chegaram a impedir que os funcionários entrassem. Um
funcionário foi agredido pela polícia. Em comunicado o sindicato regional de
justiça protestou vigorosamente contra este cerco imposto ao tribunal e contra
os ataques aos oficiais e funcionários de justiça por parte da polícia. O
sindicato incrimina diretamente oficial El Alji e exige a abertura de uma
investigação judicial imediata sobre os factos.
No dia 27 de
fevereiro, na cidade de Smara, cerca de 100 saharauis manifestaram-se comemorando
o 42º aniversário da RASD. Protestaram ruidosamente contra a pilhagem dos
recursos naturais do Sahara Ocidental por Marrocos e seus cúmplices no mundo.
As forças de
ocupação intervieram e atiraram pedras sobre os saharauis que resistiram a este
ataque. As forças policiais impediram que os feridos fossem tratados. Três
mulheres ficaram feridas, entre elas Soukeina Jedahlu, presidente da FAFESA (Foro
del Porvenir de la Mujer Saharaui).
Dois jornalistas
foram presos pela polícia marroquina quando cobriam a manifestação. Trata-se de
Mohamed Joumaai e Ahmed Essalami. Foram libertados após o interrogatório de uma
hora.
Équipe Média,
Sahara Ocidental ocupado.
El Aaiún, 3 de
março de 2018.
Sem comentários:
Enviar um comentário