"Chegou
a hora de as Nações Unidas agirem seriamente e exercerem mais
pressão política e económica sobre Marrocos para acabar com a
ocupação ilegal do nosso país". Estas as palavras
pronunciadas por uma mulher saharaui na Avenida Smara, em El Aiún,
capital do Sahara Ocidental ocupado, secando as lágrimas e limpando
as roupas de pó depois de terem sido perseguidas e assaltadas por
forças de ocupação, numa manifestação organizada em frente ao
bairro de Al-Wifaq.
Vários
saharauis reuniram-se no local às 17h00 da passada quarta-feira,
empunhando bandeiras da República saharaui e gritando slogans
políticos que exigiam o fim da ocupação e a cessação do saqueio
dos recursos naturais saharauis. Em menos de cinco minutos, as forças
de ocupação intervieram com bastões, cassetetes e pedras. Os
manifestantes foram perseguidos nas ruas em redor do bairro Al-Wifaq,
diz o correspondente da Équipe Media.
Simultaneamente,
um grupo de mulheres activistas saharauís, lideradas pelo conhecida
ativista Aminatou Ahmed Haidar, reuniu-se no centro de El Aaiún,
erguendo bandeiras da RASD e cantando slogans em apoio à Frente
Polisario. A forças de ocupação dispersaram-nas e obrigaram-nas a
deixar o local.
Em
entrevista à Équipe Média, Aminatou Haidar conta que "as
reivindicações dos saharauis que participaram das manifestações
no Aaiun ocupada foram muito claras em relação à ocupação, à
liberdade e à total independência". Queríamos enviar uma
mensagem a Köhler e ao Secretário-Geral da ONU, dizendo que a
Polisario é o único representante legítimo dos saharauis, em
especial coincidindo com a mesa redonda de Genebra. "
Haidar
acrescentou que "depois de alguns minutos, dezenas de policiais
marroquinos cercaram o local onde a manifestação tinha lugar. A
minhas companheiras foram atacadas e as suas bandeiras foram
arrancadas. A bandeira que incomoda Marrocos".
A
manifestação foi convocada pelo coordenadora das associações
saharauis para os direitos humanos por motivo das negociações entre
a Frente Polisario e Marrocos em Genebra, numa mesa redonda
patrocinada pela ONU, com a participação da Argélia e da
Mauritânia como países observadores.
Além
das violações dos direitos humanos no Sahara Ocidental, as
autoridades de ocupação impõem um bloqueio informativo e militar
no território para abortar as atividades políticas dos que
reivindicam a autodeterminação. Por isso, proíbem a entrada de
observadores internacionais e jornalistas que tentam obter as
informações no território e testemunhar as barbaridades cometidas
pelo ocupante marroquino.
Desde
janeiro deste ano foram já expulsos 17 estrangeiros das cidades
ocupadas de El Aaiún e de Smara.
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