As
movimentações continuam no Conselho de Segurança da ONU, na
esperança de encontrar um acordo quanto ao projeto de resolução
sobre o mandato do Minurso apresentado pelos Estados Unidos. Desta
vez, Washington não se limitou a manter a redução do mandato de
Minurso, mas pediu o estabelecimento de um mecanismo de monitoramento
dos direitos humanos no Sahara Ocidental.
Isto
causou um bloqueio real, de acordo com o relatório apresentado
quinta-feira pelo ministro marroquino dos Negócios Estrangeiros. O
comunicado divulgado pelos serviços de Saad-Eddine El Othmani,
embaixador de Marrocos junto da ONU, indica que Nasser Bourita
explicou que "a gestão da Minurso e a promoção de certas
ideias e projetos improdutivos" relacionados com o futuro da
missão da ONU bloqueiam o projeto de resolução americana.
Ele
refere-se às dificuldades que Marrocos está a enfrentar para lidar
mais uma vez com a proposta dos EUA de criar um mecanismo
independente para monitorar os direitos humanos no Sahara Ocidental.
Fonte
diplomática marroquina em Nova Iorque declarou ao portal informativo
Yabiladi (de Marrocos) a propósito do andamento das negociações
sobre o projeto de resolução, que "elas são difíceis, mas as
notícias oriundas da sede da ONU convergem para um resultado
satisfatório para o reino. Entre os cinco membros permanentes do
Conselho de Segurança, Rabat pode contar com o apoio e a compreensão
de três Estados: França, China e Rússia". A mesma fonte
assinalou que o "mecanismo" exigido pelos Estados Unidos,
objeto da visita de David Hale a Rabat e mencionado por Antonio
Guterres em seu relatório, poderia ser substituído por visitas
regulares a cidades do Sahara por delegações do Escritório do Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
Mas
tudo dependerá do resultado das negociações e das pressões
exercidas pelos apoios de Marrocos no Conselho de Segurança da ONU
sobre a missão dos EUA, que terá surpreendido muitos ao apresentar
um projeto de resolução levando em conta a questão do direitos
humanos.
Até
lá, a França, que sempre conseguiu evitar essa questão, terá
sucesso novamente?
Merzak
Tigrine - Liberté-Algérie,
20 abr 2019
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