domingo, 21 de abril de 2019

Sahara Ocidental: Washington pede um mecanismo de direitos humanos




As movimentações continuam no Conselho de Segurança da ONU, na esperança de encontrar um acordo quanto ao projeto de resolução sobre o mandato do Minurso apresentado pelos Estados Unidos. Desta vez, Washington não se limitou a manter a redução do mandato de Minurso, mas pediu o estabelecimento de um mecanismo de monitoramento dos direitos humanos no Sahara Ocidental.

Isto causou um bloqueio real, de acordo com o relatório apresentado quinta-feira pelo ministro marroquino dos Negócios Estrangeiros. O comunicado divulgado pelos serviços de Saad-Eddine El Othmani, embaixador de Marrocos junto da ONU, indica que Nasser Bourita explicou que "a gestão da Minurso e a promoção de certas ideias e projetos improdutivos" relacionados com o futuro da missão da ONU bloqueiam o projeto de resolução americana.

Ele refere-se às dificuldades que Marrocos está a enfrentar para lidar mais uma vez com a proposta dos EUA de criar um mecanismo independente para monitorar os direitos humanos no Sahara Ocidental.

Fonte diplomática marroquina em Nova Iorque declarou ao portal informativo Yabiladi (de Marrocos) a propósito do andamento das negociações sobre o projeto de resolução, que "elas são difíceis, mas as notícias oriundas da sede da ONU convergem para um resultado satisfatório para o reino. Entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, Rabat pode contar com o apoio e a compreensão de três Estados: França, China e Rússia". A mesma fonte assinalou que o "mecanismo" exigido pelos Estados Unidos, objeto da visita de David Hale a Rabat e mencionado por Antonio Guterres em seu relatório, poderia ser substituído por visitas regulares a cidades do Sahara por delegações do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

Mas tudo dependerá do resultado das negociações e das pressões exercidas pelos apoios de Marrocos no Conselho de Segurança da ONU sobre a missão dos EUA, que terá surpreendido muitos ao apresentar um projeto de resolução levando em conta a questão do direitos humanos.

Até lá, a França, que sempre conseguiu evitar essa questão, terá sucesso novamente?


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