A
delegação da Frente Polisario em Portugal, em colaboração com a
Associação José Afonso, organizou ontem, quinta-feira, nas
instalações da AJA em frente a Assembleia da República, uma sessão
de informação e esclarecimento sobre a situação actual na antiga
colónia de Espanha ocupada por Marrocos. A sessão contou com a
presença de representantes de organizações não governamentais,
organizações religiosas, organizações de emigrantes,
representantes de partidos políticos, estudantes, académicos e a
representante da Comissão de Direitos Humanos da Ordem de Advogados.
Francisco
Fanhais, presidente da Associação José Afonso abriu a Sessão
recordando a solidariedade de Zeca Afonso e o empenho na oposição
ao colonialismo. José Afonso, recorde-se foi um dos militantes que
em 1976 integrou a primeira organização de solidariedade com a luta
de autodeterminação do Povo Saharaui e a ele se referiu
expressamente numa das suas canções.
O
delegado da Frente Polisario em Portugal, Mohamed Fadel traçou o
panorama da actual situação, focando em particular as decisões do
Tribunal de Justiça da União Europeia, a recente demissão de Horst
Koehler enviado pessoal do Secretário Geral das Nações Unidas e a
participação na União Africana e o seu posicionamento.
As
dificuldades com que se debatem os saharauis nos campos de refugiados
no sul da Argélia e os sucessivos cortes na ajuda humanitária foram
também abordados e do conhecimento de muitos dos participantes que
já visitaram e testemunharam a situação dos refugiados saharauis.
As
perspectivas futuros, o actual status quo e o compromisso claro da
população saharaui com a defesa da sua pátria e luta pela
independência , foram claramente explicados pelo delegado da Frente
Polisario.
A
portuguesa Isabel Lourenço, que tem acompanhado há anos a luta do
povo saharaui e, em particular, a questão da violação dos direitos
humanos nos territórios ocupados, apresentou a situação actual
vivida no Sahara Ocidental, a repressão diária que sofre a
população saharauis às mãos do ocupante marroquino e o sistema de
apartheid social, político e económico implantado.
As
torturas, sequestros, detenções arbitrárias dos saharauis assim
como os julgamentos injustos e a situação dos presos políticos com
especial menção ao Grupo de Gdeim Izik, Salek Lassiri e Mohamed El
Hafed Iazza (presos com condenações de 15 a prisão perpétua)
foram também explicados pela activista de direitos Humanos.
A
situação das crianças e jovens nos territórios ocupados, e os
dados recolhidos nos últimos 5 anos que estão agora disponíveis
num relatório publico de Isabel Lourenço também foram
apresentados.
Os
participantes mostraram a sua solidariedade e foram anunciadas várias
propostas de trabalho, tendo sido referida a necessidade de uma maior
divulgação do conflito por todas as organizações e pressão junto
dos organismos competentes tanto a nível nacional como
internacional.
Fonte:
Por Un Sahara Libre
Leia o relatório sobre viloação dos DDHH nos Territórios Ocupados AQUI
Sem comentários:
Enviar um comentário