As Assembleias dos Movimentos Sociais são momentos emblemáticos nos processos dos Fóruns Sociais Mundiais.
Aí se encontram centenas de activistas vindos das mais diversas partes do mundo trazendo as suas experiências e conhecimentos que nas suas particularidades e especificidades enriquecem a vontade comum de construir um mundo mais justo, mais equitativo, mais democrático, sob a bandeira de "um outro mundo é possível!".
No FSM deste ano, que teve lugar em Dacar (Senegal), a Declaração Final da AMS teve uma inovação. Aí é dito a determinada altura:
«Inspirados en las luchas del pueblo de Túnez y Egipto, llamamos a que el 20 de marzo sea un día mundial de solidaridad con el levantamiento del pueblo árabe y africano que en sus conquistas contribuyen a las luchas de todos los pueblos: la resistencia del pueblo palestino y saharaoui, las movilizaciones europeas, asiáticas y africanas contra la deuda y el ajuste estructural y todos los procesos de cambio que se construyen en América Latina.»
É a primeira vez, tanto quanto sabemos, que é feita uma referência explícita à luta do povo do Sahara Ocidental pelo reconhecimento do seu direito à autodeterminação e um apelo à solidariedade com a sua causa.
Importa lembrar que isso aconteceu num ambiente particularmente difícil. O facto de o governo de Rabat ter co-financiado a realização do FSM (ler aqui) deu-lhe a oportunidade de povoar o evento com os seus "homens de mão" cuja preocupação era a defesa da actual "unidade territorial".
O facto de a AMS ter começado a assumir como sua esta questão e de a ter associado ao dia de acção global de 20 de Março abre perspectivas animadoras para o futuro próximo.
Veremos como os ventos que sopram na margem sul do Mediterrâneo alimentarão este "fogo".
Há-de ir.
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