sábado, 27 de maio de 2017

Presidente da África do Sul, Jacob Zuma: A libertação de África não será plena enquanto o povo saharaui continue sem a sua liberdade



Pretoria, 26 de maio de 2017 (SPS)-. O presidente da África do Sul, Jacob Zuma afirmou esta quinta-feira que o trabalho pela libertação de África ainda não está completa enquanto o povo saharaui não obtiver a liberdade e o direito à livre determinação tal como as restantes nações do continente.
O presidente sul-africano sublinhou durante um discurso pronunciado num almoço no palácio presidencial da África do Sul por motivo da celebração do Dia de África, e na presença de centenas de convidados e membros do corpo diplomático, que se deve fazer todo o possível para que o povo saharaui possa exercer o seu direito e recuperar a sua liberdade.


quarta-feira, 24 de maio de 2017

Conferência 25 Anos da Plataforma Internacional de Juristas por Timor-Leste - a autodeterminação de Timor-Leste e o caso do Sahara Ocidental


Esta conferência de um dia e meio destina-se principalmente a académicos, deputados, funcionários públicos e ONGs, mas também reservamos 100 lugares para estudantes de Direito, Relações Internacionais e Ciência Política.

A entrada é gratuita, mas sujeita a inscrição.

Os participantes que se inscreverem antes de quinta-feira, dia 25, poderão almoçar nos dias 29 e 30 no restaurante do Parlamento (preço: € 14), mostrando o crachá da conferência. Serão servidos ‘coffee breaks’ em ambos os dias.
Cada participante receberá um crachá e uma pasta com os ‘bios’ dos oradores, os resumos das apresentações e uma cópia do livro ‘The East Timor Problem and the Role of Europe’..
Para se registar, envie um e-mail para:



com as seguintes indicações:
- nome
- nacionalidade
- título / profissão
- instituição / organização / universidade
- número do telemóvel.

Por favor, após o registo informe-nos
- se deseja assistir aos dois dias da conferência, ou apenas à segunda-feira ou terça-feira

Programa
Segunda-feira, 29 de maio
09h15-09h45 – Acreditação
09h45-10h00 – ABERTURA OFICIAL
Jorge Lacão (Vice-Presidente da Assembleia da República de Portugal)
10h00-10h45 – TIMOR-LESTE, SARA OCIDENTAL E PAPUA OCIDENTAL
Emhamed Khadad (Coordenador junto da MINURSO, Frente POLISARIO, República Árabe Saraui Democrática)
Leonie Tanggahma (Membro, Movimento Unido de Libertação da Papua Ocidental, Haia, Países Baixos) (a confirmar)
10h45-11h15 – Pausa para café
11h15-12h00 – A LUTA CONTRA A IMPUNIDADE
Gustavo Gabriel Lopez (Advogado, Cañuelas, Argentina)
“Impunidade, NUNCA MAIS”
Sisto dos Santos (Coordenador de advocacy, Associação HAK, Timor-Leste)
                “Timor-Leste: entre a luta pela verdade e os esforços para esquecer o passado”

 12h00-12h45APOIAR A DEMOCRACIA E AS INSTITUIÇÕES JURÍDICAS
Joaquim da Fonseca (Embaixador de Timor-Leste no Reino Unido)
Cristina Cruz (Presidente do Conselho Diretivo, CIDAC, Lisboa, Portugal)
12h45-15h45 – Almoço (e encontro dos membros da IPJET)
15h45-16h30A SOBERANIA SOBRE OS RECURSOS NATURAIS
Charles Scheiner (Investigador, La’o Hamutuk, Timor-Leste)
“A riqueza petrolífera de Timor-Leste: financiar o governo, construir para o desenvolvimento e prover às necessidades do povo”

Rui Nabeiro (Fundador e Diretor-Executivo da Delta Cafés, Campo Maior, Portugal)
16h30-17h00 – Pausa para café
17h00-18h30 – DEBATE ENTRE OS PARTICIPANTES

Debate livre
18h30-19h00 – ORADOR PRINCIPAL
Xanana Gusmão (Ministro do Planeamento e Investimento Estratégico, Timor-Leste)


Terça-feira, 30 de maio
09h30-11h00 – O DIREITO INTERNACIONAL E A AUTODETERMINAÇÃO
Christine Chinkin (Professora de Direito Internacional, London School of Economics, Reino Unido)
           “Os direitos humanos das mulheres em Timor-Leste e no Sara Ocidental”

Roger Clark (Professor Catedrático, Rutgers School of Law, EUA)
“Timor-Leste e Nova Guiné Ocidental: comparando os argumentos para a autodeterminação nas Nações Unidas”
Lauri Hannikainen (Professor Emérito de Direito Internacional, Helsínquia, Finlândia)  
“Supressão do direito de Timor-Leste à autodeterminação: quão grave foi a violação do direito internacional? Comparação com os casos da Palestina e do Sara Ocidental”
11h00-11h30 – Pausa para café
11h30-12h30SESSÃO DE ENCERRAMENTO: IPJET, TRABALHO REALIZADO E OBJETIVOS ALCANÇADOS
José Manuel Pureza (Vice-Presidente da Assembleia da República de Portugal)
Rui Moura Ramos (Professor Catedrático de Direito Internacional Privado, Universidade de Coimbra)
Pedro Pinto Leite (Jurista internacional, Secretário da IPJET, Leiden, Países Baixos)
Recordar o início da IPJET e relembrar os membros já falecidos”
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segunda-feira, 15 de maio de 2017

Será que finalmente será revelado como foi assassinado o opositor marroquino Mehdi Ben Barka?


Poucas horas antes de abandonor o Palácio do Eliseu, François Hollande levantou o segredo de 89 documentos sobre o caso do assassinato em França do líder da oposição marroquina Mehdi Ben Barka, cujo corpo nunca foi encontrado.

Jornal argelino Liberté – 15 de maio de 2017 -  O presidente francês, François Hollande, decidiu uns dias antes de deixar o cargo, levantar o segredo sobre 89 documentos relacionados com o caso do assassinato em França do líder da oposição marroquina Mehdi Ben Barka a 29 de outubro de 1965, cujo corpo nunca foi encontrado.

Mehdi foi sequestrado a 29 de outubro de 1965 na “Brasserie Lipp”, em Paris, por dois polícias franceses. Ben Barka era um dos principais opositores socialistas ao rei Hassan II e líder do movimento do Terceiro Mundo e panafricanista. O seu sequestro está relacionado com os Serviços secretos de Marrocos. Todas as revelações e investigações jornalísticas indicam a responsabilidade do Estado francês no assassinato do opositor marroquino. O Courrier international revelou igualmente uma investigação realizada por um jornal de Israel em que envolve os serviços da Mossad nos acontecimentos.

As autoridades marroquinas solicitaram ao jornal mais informação e tiveram acesso a vários detalhes de como os serviços de inteligência israelitas deveriam fazer desaparecer o corpo de Mehdi Ben Barka; e de que como o seu cadáver terá sido provavelmente enterrado durante a noite no bosque de Saint-Germain, depois de ter sido dissolvido em ácido com produtos químicos comprados em várias farmácias, segundo a investigação.

A opinião favorável da Commission du secret de la Défense nationale (CSDN) para o levantamento do segredo foi publicada no Diário Oficial da República Francesa, no dia 5 de maio passado. Esta desclassificação concerne a 89 documentos relacionados com o caso.

O anúncio foi possível através do encaminhamento para o CSDN pelo ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, depois de uma petição apresentada para desclassificação de documentos dos arquivos do serviço de documentação externa e contra espionagem (SDECEE) ao Ministério da Defesa. Esta desclassificação refere 89 documentos relacionados com este caso.

Estes documentos que serão validados pelo ministro da Defesa, serão remetidos ao juiz de instrução, para que posteriormente os advogados da família Ben Barka os possam consultar. Incluem relatórios, notas informativas, informações secretas, atas de reuniões, entrevistas, interrogatório, bases de dados, biografias, fotos e cartas conservadas nos arquivos do SDECEE.

Um documento, porém, foi retido nesta desclassificação, tendo o CSDN levantar a sua desclassificação de secreto. Segundo os media franceses, trata-se de um documento que em 2010 se encontrava nas instalações da Direcção-Geral da Segurança Externa e cujo conteúdo é desconhecido. No passado, vários arquivos foram desclassificados, mas não ajudaram a resolver o mistério do assassinato de Mehdi Ben Barka. Reagindo à decisão de François Hollande, Bachir Ben Barka, filho do opositor assassinado, considerada esta desclassificação como um "primeiro passo", tendo apelado na ocasião ao governo marroquino a fazer o mesmo.


Disse no entanto estar "espantado" com este "medo da verdade" relativamente ao bloqueio de um documento. "Estamos indignados com a falta de coragem política para acabar com este dossiê de ambos os lados do Mediterrâneo", afirmou ao canal de notícias France 24. 

Frente Polisario denuncia novas violações do acordo de cessar-fogo no Sahara Ocidental




O Presidente da República Saharaui e Secretário-Geral da Frente Polisario, Brahim Gali, denunciou as contínuas violações do cessar-fogo por parte de Marrocos. A última das quais foi a presença de lanchas de guerra marroquinas avistadas a 10 de maio 2017 a 50 quilómetros foram da zona tampão.

O Presidente da República pediu este sábado em carta dirigida ao Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, trabalhar para deter a contínua atividade civil e o trânsito de centenas de camiões marroquinos pela estrada de Guerguerat, e a incessante atividade da marinha marroquina na costa da região.

O dirigente saharaui sublinha que Marrocos com esta nova incursão acaba de sabotar os acordos firmados sob os auspícios das Nações Unidas entre as duas partes. As suas tropas voltaram a infringir o acordo de cessar-fogo de 1991 e o Convénio Militar complementar número 1 de  1997.


Bhraim Ghali reiterou o seu mais enérgico repúdio por este nova conduta agressiva marroquina e sublinhou que esta violação reflete uma clara falta de seriedade com o espírito e a letra da resolução 2351, que foi aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU há apenas dez dias.

sábado, 13 de maio de 2017

Carlos Ruiz Miguel intervém como convidado de honra no Parlamento Panafricano, detacando a vertente económica do direito de Autodeterminação no caso do Sahara Ocidental

Declarações de Carlos Ruiz Miguel, Catedrático de Direito Constitucional da Universidade de Santiago de Compostela (Espanha) à RASD-TV depois da sua intervenção como convidado de honra no Parlamento Panafricano, detacando a vertente económica do direito de Autodeterminação no caso do Sahara Ocidental.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Mogherini : o Sahara Ocidental continua a ser um território não autónomo





Bruxelas, 10/05/2017 (SPS) - O estatuto do Sahara Ocidental continua a ser o de "um território não autónomo", afirmou a responsável da diplomacia europeia, Federica Mogherini, reiterando o apoio da União Europeia (UE) aos esforços do Secretário-Geral das Nações Unidas (ONU) para obter uma solução que permita a autodeterminação do povo do Sahara Ocidental.

"O Sahara Ocidental está incluído na lista das Nações Unidas dos territórios não autónomos", escreveu Mogherini na sua resposta, em nome da Comissão Europeia, aos eurodeputados que a questionaram sobre a ocupação militar marroquina do Sahara Ocidental.

A Alta Representante da UE para Assuntos Exteriores e Política de Segurança recordou, nesse sentido, que "o estatuto definitivo do Sahara Ocidental continua depender de um processo de negociação sob os auspícios das Nações Unidas".

Mogherini reafirmou o apoio da UE aos esforços do Secretário-Geral das Nações Unidas com o objetivo de lograr "uma solução justa, duradoura e mutuamente aceitável que permita a livre determinação do povo do Sahara Ocidental em conformidade com os princípios e objetivos da Carta da ONU ".

A senhora Mogherini expressou igualmente a preocupação da UE com "a longa duração deste conflito e o seu impacto na segurança, o respeito dos direitos humanos e a integração na região", instando ambas partes a "procurar uma solução negociada para o conflito."

Numa pergunta parlamentar dirigida à Comissão Europeia, vários eurodeputados entre eles Max Andersson Jakop Dalunde, Klaus Buchner, João Ferreira, Takis Hadjigeorgiou e Rina Ronja Kari instaram o Executivo comunitário a aclarar o estatuto do território e a presença militar marroquina no Sahara ocidental à luz do direito internacional.

Os eurodeputados sublinharam na sua pergunta que a UE e os seus Estados membros nunca reconheceram a soberania de Marrocos sobre o Sahara Ocidental, assinalando que o Tribunal de Justiça Europeu (TJE) na sua sentença de 21 de dezembro, rebateu o argumento da Comissão segundo o qual o Reino de Marrocos era a potência que administra de facto o Sahara Ocidental.

Segundo os eurodeputados, a lei relativa aos direitos humanos e o direito internacional humanitário aplicam-se à situação no Sahara Ocidental e, portanto, também às atividades das organizações e intervenientes marroquinos.


Os eurodeputados, nesse sentido, interpelaram a Comissão Europeia a explicar como é que a Comissão aplica as diretrizes da UE sobre direito internacional humanitário quanto à situação no Sahara Ocidental. (SPS)

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Ativista saharaui Aminatu Haidar participou na homenagem a Miguel Portas


Miguel Portas, ex-eurodeputado português  foi um grande amigo do povo saharaui ,não apenas na sua ação política no Parlamento Europeu mas também na solidariedade que sempre demonstrou nas mais diversas ações e circunstâncias em defesa do direito do povo saharaui à autodeterminação e à independência.

Mais mediático foi o seu apoio e solidariedade à ativista saharaui dos Direitos Humanos Aminatu Haidar na sua greve de fome em finais do ano de 2009 denunciando a ocupação ilegal do Sahara Ocidental por Marrocos e contra a sua proibição de entrada no território.

Miguel Portas deixou-nos a imagem de um ser humano de ética e solidariedade que amava a vida e tentava viver de acordo com os princípios que defendia de um mundo mais justo e mais fraterno.

Neste quinto aniversário da sua morte o povo Saharaui recordá-lo-á sempre pela sua incansável luta pela liberdade, a justiça e a soberania dos povos.

Com estas palavras e este merecido reconhecimento se dirigiu Sábado Aminatu Haidar no ato que assinalou a homenagem a Miguel Portas e que contou com uma numerosa assistência.

O Tributo a Miguel Portas foi organizado pelo Bloco de Esquerda na Fundação José Saramago, onde estiveram a eurodeputada Marisa Matias, o sociólogo e político libanês, Rudolf El-Kareh, e a ativista e política espanhola Maite Mola.

Durante a sua estadia em Lisboa, Aminatu Haidar visitou a Sede da Assembleia da República e concedeu uma entrevista a uma rádio portuguesa.


domingo, 7 de maio de 2017

Multidão participa no funeral do ativista saharaui Mohamed Fadel Gaudi nos campos de Gdeim Izik




Publicado por POEMARIO PORUNSAHARALIBRE - Foto. R. Maizirat. Fonte: ativista saharaui DDHH Hmad Hammad a partir de El Aaiun, capital dos territórios saharauis ocupados. 6 de maio de 2017

Na sexta-feira 5 de maio centenas de saharauis receberam no aeroporto de El Aaiun ocupado o féretro do defensor saharaui de direitos humanos Mohamed Fadel Gaudi, que faleceu na semana passada nas Astúrias, Espanha, despois de um longa luta contra a doença.



Depois da chegada do caixão do ativista ao aeroporto, as forças de ocupação marroquinas retiveram-no durante mais de uma hora captando várias fotos do mesmo. Finalmente foi possível retirar os restos mortais do ativista do aeroporto sob vigilância de um forte dispositivo das forças de ocupação.

Centenas de saharauis participaram na comitiva fúnebre, entre eles destacados defensores saharauis de direitos humanos, ex-presos políticos e ex-desaparecidos. A comitiva que acompanhava o féretro foi travada desde o início e não foi respeitada em nenhum momento pelos agentes da polícia marroquina.




A estrada entre o aeroporto e o local do enterro estava obstaculizada e por vezes cortada. A provocação dos ocupantes não parou, ao contrário, prosseguiu durante todo o trajeto entre o aeroporto e o cemitério de Gdeim Izik, onde foi enterrado Mohamed Fadel Gaudi, lugar símbolo da resistência pacífica saharaui contra a ocupação marroquina. Aí recebeu honras de despedida e o último adeus o veterano ativista falecido, uma das figuras mais destacadas do ativismo e de defesa dos direitos humanos no Sahara Ocidental, ante a observação das forças de ocupação que rodeavam toda a zona de Gdeim Izik. O funeral de despedida mobilizou toda a população da cidade, o que pôs em estado de histeria a administração de ocupação.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Timor-Leste reitera a sua posição firme a favor do direito do povo saharaui à autodeterminação e à independência



Dili (Timor Leste 03 de maio de 2017 (SPS) – O Presidente da República Democrática de Timor – Leste, Francisco Guterres Lu-Olo afirmou, esta quarta-feira que o seu país se manterá firme na sua posição a favor do direito do povo saharaui à livre determinação e à independência, acrescentando que continuarão ao lado do povo saharaui até que colha os frutos da sua longa luta pela liberdade.
Durante uma recepção ao embaixador saharaui em Dili, Mohamed Aslama, Francisco Guterres Lu-Olo, reiterou que o seu país mantem excelentes relações com a RASD, acrescentando que  estas relações de cooperação se consolidarão mais ainda depois da independência.
Durante o encontro, o embaixador saharaui entregou ao presidente timorense uma mensagem do Presidente da República Árabe Saharaui Democrática e Secretário-Geral da Frente Polisario, Brahim Ghali.
O Presidente timorense assegurou ao seu convidado que uma justa e duradoura solução para o conflito do Sahara Ocidental deve passar inevitavelmente por um referendo de autodeterminação, que dá aos saharauis a possibilidade de determinar o seu futuro.



segunda-feira, 1 de maio de 2017

Cuba-Marrocos: vontade política de construir pontes, sem esquecer a história e os princípios




Publicado a 27 abril, 2017 - Fonte: http://www.granma.cu/

A 21 de abril, os governos da República de Cuba e do Reino de Marrocos anunciaram e firmaram, na sede da Missão Permanente de Cuba na ONU, o restabelecimento das relações diplomáticas a nível de embaixadores guiados pelo desejo mútuo de desenvolver relações de amizade e cooperação entre os dois países nos campos políticos, económico, cultural e outros.

O passo dado por Marrocos, de restaurar as relações diplomáticas sem quaisquer condições, foi aceite por Cuba  e, assim, se põe fim a 37 anos de rompimento unilateral decretado a 22 de Abril de 1980 pelo Governo de Marrocos, alegando o reconhecimento pelo Governo Revolucionário de Cuba da República Árabe Saharaui Democrática (RASD) e a acreditação do primeiro embaixador saharaui em Havana.

Foi a segunda vez, desde que as relações diplomáticas entre os dois países foram estabelecidas em 10 de Dezembro de 1959, que o Governo de Marrocos rompeu relações com Cuba, já que a 31 de outubro de 1963, argumentando o apoio cubano à Argélia, decidiu proceder ao rompimento pela primeira vez. Marrocos retomou as relações diplomáticas com Cuba a 13 de Janeiro de 1964, abrindo-se uma nova fase de relações fluídas, com um intercâmbio comércio importante em ambas as direções, até à segunda rotura em 1980.

A decisão do atual Governo de Marrocos, de acordo com Rabat, faz parte da implementação das orientações reais para uma diplomacia proativa e aberta a novos países e áreas geográficas.

Cuba valoriza e aprecia o apoio de Marrocos nas Nações Unidas desde 2006, votando a favor da resolução cubana contra o bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos EUA.

A posição cubana procura estabelecer as bases para relações mutuamente benéficas com o Reino de Marrocos, de acordo com os princípios e propósitos consagrados na Carta das Nações Unidas e do direito internacional e em conformidade com o espírito e as regras estabelecidas na Convenção Viena sobre relações diplomáticas, de 18 de abril de 1961.

A partir do acordado estão assentes as diretrizes para a convivência civilizada da futura Embaixada de Marrocos com a Embaixada da RASD acreditada em La Habana, como acontece hoje no seio da União Africana e em outros países desse continente e do mundo. Tal passo insere-se no espírito da proclamação da América Latina e das Caraíbas como Zona de Paz, adotada na Segunda Cimeira da CELAC realizada em Janeiro de 2014.

As autoridades cubanas mantêm a sua posição solidária e invariável com a autodeterminação do Sahara Ocidental e continuarão a fornecer o seu apoio à formação de centenas de jovens saharauis nos seus centros educativos e com a ajuda de cooperantes cubanos nas áreas de saúde e da educação. Agradecem, igualmente, as manifestações de solidariedade inabaláveis do povo saharaui para com a Revolução cubana e o a sua obra.

Depois de ser conhecido o reatamento, o ministro saharaui para a América Latina e as Caraíbas, Omar Mansour, expressou a gratidão da RASD a Cuba, à União Africana e a outros países "pela sua defesa do direito dos povos à autodeterminação, à independência e à descolonização, bem como a sua fidelidade aos princípios que regem a política internacional ".

Não obstante as interpretações erráticas de alguns sobre esta notícia, a assinatura do Acordo constitui uma prova da vontade cubana, sem esquecer a história, de desenvolver vínculos na base de princípios inabaláveis da sua política externa e com a firme vocação de construir pontes entre povos e nações.



Mais de uma centena de vídeos mostram a violação sistemática dos direitos humanos por Marrocos no Sahara Ocidental


Após analisar mais de uma centena de vídeos gravados clandestinamente por jornalistas saharauis no Sahara Ocidental, uma equipa internacional de especialistas em verificação de vídeo encontrou um padrão de violações sistemáticas dos direitos humanos cometidas por Marrocos contra a população saharaui.



Estas violações incluem o uso de brutalidade policial e intervenções violentas contra saharauis que se manifestam pacificamente para exigir os seus direitos básicos: o acesso à educação, emprego, liberdade de expressão e de reunião e, acima de tudo, a autodeterminação, através da realização de um referendo há muito prometido para acabar com mais de 41 anos de ocupação marroquina do Sahara Ocidental.



Na véspera da votação do Conselho de Segurança das Nações Unidas, para renovar o mandato da sua missão de paz no território, a equipa Watching Western Sahara publicou o seu primeiro relatório anual resumindo 12 meses de vídeos gravados e compartilhados por testemunhas oculares e ativistas de vídeo.



“Na ausência de meios de comunicação estrangeiros, monitoramento pela ONU e investigação de campo por organizações internacionais de direitos humanos, as imagens gravadas por jornalistas saharauis oferecem uma das poucas fontes dos movimentos sociais que se manifestam nas ruas do Sahara Ocidental e lançam luz sobre os ataques que ocorrem contra vozes dissidentes “, disse Madeleine Bair, editora da Watching humanos WITNESS organização, fundada pelo cantor Peter Gabriel, e é considerada uma das especialistas máximas na verificação de vídeos direitos humanos.



“Individualmente, os vídeos mostram cenas perturbadoras de protestos e repressão no contexto de um Estado policial. Coletivamente, contam a história de um movimento social persistente e sustentado ao longo do tempo e padrões de de abuso que Marrocos não quer o mundo deixar ver “, resume o relatório.



Durante o ano passado, a plataforma Watching Western Sahara, uma iniciativa do Festival Internacional de Cinema do Sahara (FiSahara) incubada pela organização baseada em Nova York WITNESS Media Lab, analisou, verificou e contextualizou mais de cem vídeos gravados por testemunhas e jornalistas cidadãos no Sahara Ocidental. Os vídeos oferecem uma janela para este território rico em recursos naturais, que também é conhecido como a última colónia de África.



“Por causa da falta de acompanhamento dos direitos humanos pela ONU no Sahara Ocidental, o apertado controlo de Marrocos sobre a imprensa, a proibição marroquina contra a presença de organizações internacionais de direitos humanos, e expulsão frequente de jornalistas e observadores internacionais do território por Marrocos, há pouca documentação para analisar em profundidade a situação dos direitos humanos no Sahara Ocidental sob ocupação marroquina “, diz o relatório.



“E esta falta pode ser um dos fatores que explicam a razão pela qual cada abril o Conselho de Segurança continua a rejeitar os apelos dos saharauis e ativistas internacionais para implementar o seu próprio sistema de monitorização dos direitos humanos.



“Longe da vista, longe do coração”, conclui.



Informação adicional:



Em 1975, Marrocos e Mauritânia invadiram o Sahara Ocidental, quando a Espanha, o poder colonial, se retirou. Mais de cem mil saharauis fugiram da invasão brutal e construíram campos no deserto argelino, enquanto muitos outros permaneceram nas suas terras a viver sob a ocupação até hoje. Depois de uma guerra de 16 anos entre Marrocos e a Frente Polisário, e a retirada da Mauritânia, em 1991, assinaram um cessar-fogo patrocinado pela Organização das Nações Unidas, sob a promessa de realização de um referendo. Este referendo ainda não foi realizado.

Fonte: Watching

Western Sahara – porunsaharalibre



Frente Polisario está “disposta a negociar” para “a independência”


Mhamed Khadad, coordenador saharaui junto da MINURSO

Fonte: https://www.swissinfo.ch/spa - AFP internacional   01 de Maio de 2017 - A Frente Polisario, movimento independentista do Sahara Ocidental, “está disposta a iniciar negociações com Marrocos sobre a base do direito dos saharauis à autodeterminação ”, afirmou esta segunda-feira em Argel Mhamed Khadad, membro da direção da Polisario.

Antiga colónia espanhola, o Sahara Ocidental está na sua maior parte parte controlado pelo reino de Marrocos desde 1975. Em 1991 foi acordado um cessar-fogo supervisionado pela força de manutenção da paz da ONU (MINURSO).

A Polisario reclama um referendo de autodeterminação enquanto Rabat propõe uma autonomia sob soberania marroquina.

Sexta-feira, o Conselho de Segurança da ONU adotou uma resolução que apoia o reatamento das negociações sobre o conflito do Sahara Ocidental. Este texto prolonga igualmente até 30 de abril de 2018 o mandato da MINURSO.


Mhamed Khadad, também coordenador saharaui com a missão da ONU, precisou hoje durante uma conferência de imprensa que “este conflito deve ser tratado pela União Africana (UA) e a ONU”. As negociações devem conduzir “à liberdade e à independência nacional”, acrescentou.