segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Guerra no Sahara Ocidental - Comunicado Militar n.º 18


Prosseguem os combates ao longo do muro de 2.700 km que divide o território da antiga colónia em dois. Os saharuis reivindicam intensos combates e fogo de artilharia, com a perda de vidas e materiais ao inimigom Marrocos persiste em ocultam o inocultável. O norte do território tem sido palco dos mais violentos combates, mas unidades marroquinas entrincheiradas no muro e por detrás dele continuam a ser alvo das investidas saharauis no centro e sul do país.

 

Comunicado Militar n.º 18

Ministério de Defesa da RASD

(em espanhol)

 


Los combatientes del Ejército Popular de Liberación Saharaui continúan sus ataques concentrados contra los atrincheramientos de las fuerzas de ocupación marroquíes en el muro de la vergüenza por décimo octavo día consecutivo, según el comunicado del Ministerio de Defensa Nacional emitido hoy lunes 30/11/2020.

El comunicado afirma que las fuerzas enemigas marroquíes fueron objeto de intensos bombardeos. Ayer, domingo y lunes por la mañana, los héroes del Ejército Popular de Liberación Saharaui, atacaron las bases de los soldados de ocupación detrás del muro de la vergüenza marroquí.

Ayer, los combatientes del Ejército de Liberación atacaron los siguientes sitios enemigos:

 

- Un bombardeo intenso tuvo objetivo las bases enemigas en el área de Galb Annas en el sector Auserd [sul do SO].

 

Hoy, unidades avanzadas del Ejército de Liberación Popular Saharaui bombardearon los siguientes sitios enemigos:

 

- Bombardeos continuos tuvieron como objetivo los emplazamientos de los soldados de ocupación en el sector de Smara, dos veces seguidas [norte do SO].

 

- El bombardeo violento de las fuerzas de ocupación tuvo como objetivo la zona de Russ Al Sebti en el sector de Mahbes [norte do SO].

 

Sara Ocidental. O reacender de um conflito aqui ao lado

Desmotivados, desmoralizados, os soldados marroquinos defendem o muro militar que se alonga por 2.700 km. Um calor infernal durante o dia, um frio de morrer durante a noite. Agora são de novo alvo das investidas e da artilharia dos combatentes saharauis.  Foto:© Fadel SENNA / AFP  [legenda da AAPSO]

Depois do Nagorno-Karabakh e da Etiópia, estala um terceiro conflito dos anos 1990. Os sarauís sonham com uma resolução do século XXI, semelhante à de Timor-Leste. 

Autor: César Avó, jornalista do Global Media Group, artigo publico no DN online a 30-11-2020.

 

Menos de duas semanas depois de o exército marroquino ter lançado uma operação militar em Guerguerat, uma localidade no extremo sudoeste do Sara Ocidental, na sexta-feira o primeiro-ministro marroquino, Saad-Eddine El Othmani, visitou a povoação pela primeira vez.

Para Othmani, a operação militar levada a cabo na zona tampão patrulhada pela ONU ao longo da fronteira foi executada "no interesse de África, de Marrocos e da Europa".

 

Peixe, soberania e regresso à guerra aqui tão perto

A Frente Polisário, que luta pela independência do Sara Ocidental, bloqueou a passagem rodoviária durante cerca de três semanas, ao que diz com "uma centena de mulheres e crianças". Para os sarauís a estrada fronteiriça foi construída em violação de um acordo de cessar-fogo promovido pela ONU em 1991. "Esta brecha foi aberta em 2001 e a Frente Polisário queixou-se junto das Nações Unidas", recorda Mohamed Fadel, delegado do movimento em Portugal, ao DN.

"Marrocos saca do território recursos naturais explorados ilegalmente e, além disso, está demonstrado, aproveita para fazer circular enormes quantidades de haxixe para África e o Médio Oriente através desta brecha ilegal", acusa.

Após a intervenção do exército marroquino na terra de ninguém, o secretário-geral da Frente Polisário e presidente da República Árabe Sarauí Democrática, Brahim Ghali, declarou a trégua nula.

Mohamed Fadel diz que, em consequência, o exército sarauí ripostou com "uma guerra de intimidação e desgaste", ou seja, incursões ao longo do muro de areia e pedra de 2700 quilómetros. "Até agora Marrocos está a ocultar a situação bélica no terreno e inclusivamente nega ter registado vítimas. Marrocos mantém a opinião pública confundida e não quer que se saiba que na linha da frente há mortos e feridos", acusa.

Este regresso às armas é um sinal de desespero dos sarauís? "Guerguerat deu-nos a ocasião para reiniciamos as hostilidades até que Marrocos se submeta à legalidade internacional e que o mundo preste atenção ao drama que vive um povo pacífico durante quase 50 anos", diz o delegado da Frente Polisário, para quem a única exigência do seu povo é que se dê uma oportunidade para se pronunciarem nas urnas sobre o direito reconhecido nas Nações Unidas à autodeterminação.

O Sara Ocidental, uma vasta faixa de deserto na costa atlântica de África, é uma antiga colónia espanhola em disputa entre os sarauís e os marroquinos. A Polisário, apoiada pela Argélia, travou uma guerra pela independência de 1975 a 1991 e exige um referendo sobre a autodeterminação do Sara Ocidental, como estava previsto no acordo de cessar-fogo.

 

"Solução política" no lugar de referendo

A missão para a manutenção da paz da ONU explicita-o no seu nome, Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sara Ocidental (Minurso, sigla em inglês), mas esse objetivo deixou de ser referido nas resoluções de renovação da missão do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

"A resolução não contém qualquer referência ao referendo, embora aluda seis vezes à solução política", regozija-se o ministro dos Negócios Estrangeiros marroquino, Nasser Bourita, sobre a mais recente resolução, aprovada em 31 de outubro, como dá conta a revista “Jeune Afrique”.

A mensagem da "solução política" foi repetida pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Marrocos, no seguimento da ação militar na zona patrulhada pela Minurso. "Marrocos continuará a apoiar os seus esforços no contexto do processo político. Isto deve ser retomado com base em critérios claros, envolver as partes reais neste conflito regional e permitir uma solução realista e exequível no âmbito da soberania do reino", lê-se no comunicado.

Em 2007, Rabat apresentou um plano que oferecia autonomia à região, a qual controla em cerca de 80%, incluindo os seus depósitos de fosfatos e as suas zonas de pesca, plano esse inaceitável para os sarauís, que consideram os marroquinos colonizadores e a marcha verde impulsionada por Hassan II nada menos que uma "farsa".

 

Sem enviado especial

As negociações entre Marrocos, a Frente Polisário, a Argélia e a Mauritânia, iniciadas em 2018, em Genebra, sob a supervisão de Horst Köhler, enviado especial do secretário-geral da ONU, António Guterres, foram suspensas e o ex-presidente alemão acabou por renunciar, em maio do ano passado, não tendo sido substituído até agora.

O DN perguntou ao gabinete do porta-voz do secretário-geral da ONU para quando está prevista a nomeação de um novo enviado especial. "Ainda não temos uma nomeação a anunciar", foi a resposta.

Segundo o Sahara Press Service, o ministro alemão dos Assuntos Europeus, Michael Roth, expressou no Parlamento a importância da nomeação o quanto antes de um novo diplomata, sob pena de todos os esforços diplomáticos caírem por terra.

Depois da incursão militar ordenada pelo rei Mohamed VI, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou-se resoluto para "levantar todos os obstáculos para o reatamento do processo político", uma linguagem em linha com a de Rabat.

"Tenho de dizer-lhe que é uma deceção o secretário-geral António Guterres, homem com reconhecida experiência diplomática, e que ajudou com muita determinação e clarividência na devolução da independência aos timorenses", aponta o delegado da Frente Polisário em Portugal.

"A esperança tem sido desvanecida", prossegue, "graças à sua nefasta gestão do conflito, quando conseguiu o que nenhum dos antecessores fez, que uma organização dependente das Nações Unidas esteja submetida de forma total às autoridades marroquinas. Basta dizer que as instalações da Minurso estão sob bandeiras marroquinas", exemplifica Mohamed Fadel.

 

Consulados ou aldeias Potemkin

Indiferentes aos apelos sarauís, desde finais de 2019, 17 países abriram representações diplomáticas na antiga capital colonial Laiune (El Aaiún) e no porto de pesca de Dakhla, mais a sul, como parte do impulso diplomático de Marrocos no espaço que considera as suas "províncias meridionais".

Depois de os Emirados Árabes Unidos, se terem tornado o primeiro país árabe a abrir uma missão diplomática na parte do território controlada por Marrocos, no dia 4 de novembro, a Jordânia anunciou na semana passada que tenciona abrir em breve um consulado, ao que foi secundada pelo Bahrein.

As missões diplomáticas no Sara Ocidental "não têm qualquer alcance do ponto de vista do direito internacional."

A Frente Polisário considera a abertura das missões uma "violação do direito internacional e um ataque ao estatuto legal do Sara Ocidental". Mohamed Fadel menoriza estas movimentações: "Não tem nenhum alcance do ponto de vista do direito internacional. É simbólico, é como as aldeias que Potemkin, o conselheiro da czarina russa, mandava pintar", compara.

 

Porta de Marrocos para África

El Fekir Khattat, um funcionário da administração local de Guerguerat, definiu à AFP a zona como "a porta de entrada de Marrocos para África".

"O posto fronteiriço tem um peso económico importante e gera receitas consideráveis", disse. A intervenção do exército "irá reforçar a sua atratividade económica", afirmou. Khattat disse estar a contar com a construção de duas zonas industriais "para desenvolver a atividade comercial" ao longo da estrada e criar empregos na zona escassamente povoada.

Rabat já levou a cabo outros projetos de infraestruturas no Sara Ocidental.Em 2017, ano em que Marrocos aderiu à União Africana, o rei Mohammed VI libertou cerca de 6,6 mil milhões de euros para investimentos destinados a transformar a região num "centro económico".

Um dos projetos, no valor de cerca de 835 milhões de euros, foi o desenvolvimento da Estrada Nacional 1, que atravessa o território. Percorrem-na diariamente cerca de 200 camiões.

Outro projeto consiste em transformar o porto de Dakhla num "centro marítimo regional" para servir Marrocos e a África Ocidental, juntamente com as espanholas ilhas Canárias.

 

 

Monitorização dos direitos humanos, mais necessária do que nunca no Sahara Ocidental


A repressão sobre saharauis civis nas zonas ocupadas tem-se intensificado desde 13 de novembro, dia em que Marrocos quebrou o cessar-fogo e invadiu uma zona tampão-desmilitarizada pelos acordos da ONU e a guerra foi retomada pela Frente Polisario. 

A situação tem sido denunciada por fontes clandestinas da resistência saharaui já que o regime de Mohamed VI impede a livre observação do território a jornalistas e a observadores internacionais. O território está sujeito a um cerco jugular à informação independente, um território onde ser jornalista ou testemunha de violações de direitos humanos pode ser o caminho direto para a expulsão, a prisão, o desaparecimento ou a morte. 

Daí que o artigo de Yasmine Kacha, investigadora sobre Argélia/Marrocos/Sahara Ocidental na Amnistia Internacional, hoje publicado, seja de leitura obrigatória (em Espanhol, em Inglês).

  

30 novembro 2020, 08:00 UTC - artigo de Yasmine Kacha, investigadora sobre Argélia/Marrocos/Sahara Ocidental na Amnistia Internacional

El 13 de noviembre, el ejército de Marruecos lanzó una operación en el pueblo de El Guerguerat, en la disputada región del Sáhara Occidental, para desmantelar un campamento montado tres semanas antes por unos 60 saharahuis que protestaban pacíficamente. Las autoridades marroquíes afirmaron que el campamento bloqueaba el tráfico entre la zona del territorio no autónomo del Sáhara Occidental[1] controlada por Marruecos y Mauritania.

 Marruecos afirmó que la operación militar había sido un éxito y el tráfico se reanudó de nuevo. Sin embargo, al día siguiente el presidente de la autoproclamada República Árabe Saharaui Democrática (RASD), Brahim Ghali, anunció que el Frente Polisario consideraba roto el alto el fuego en vigor desde 1991. Desde entonces, ha habido informaciones de fuego cruzado entre ambos bandos.

 Según organizaciones locales que observan la situación de los derechos humanos en el Sáhara Occidental, a la operación del ejército marroquí le siguió una represión de activistas saharauis por parte de la policía de Marruecos, con registros en viviendas, aumento de la vigilancia y arrestos.

 El origen de estos últimos acontecimientos en El Guerguerat, una zona temporal de seguridad bajo la observación de la Misión de las Naciones Unidas para el Referéndum del Sáhara Occidental (MINURSO) —la fuerza de las Naciones Unidas que vigila el alto el fuego entre Marruecos y el Frente Polisario— se remonta a varios años atrás, cuando Marruecos comenzó a construir una carretera asfaltada en la zona.

 El Polisario argumentó que la construcción de la carretera violaba el derecho internacional. Los saharauis favorables a la autodeterminación comenzaron a organizar manifestaciones pacíficas en la zona para recordar a la comunidad internacional su compromiso de hallar una solución a una de las pocas situaciones de descolonización aún no resueltas en el mundo.

 

Aunque no hay informes de víctimas civiles en los enfrentamientos, los últimos acontecimientos son un duro recordatorio de la urgente necesidad de un mecanismo de observación de los derechos humanos que sea independiente, imparcial y efectivo, tanto en el territorio como en los campamentos de refugiados saharauis de Tinduf, en el suroeste de Argelia.

 Durante los últimos diez años, el Consejo de Seguridad de la ONU ha hecho oídos sordos a las peticiones de Amnistía Internacional y otros para que se incorpore un componente de derechos humanos a la MINURSO, lo que permitiría a esta misión observar e informar sobre abusos contra los derechos humanos, como hace la gran mayoría de las misiones comparables de la ONU en todo el mundo.

 A esto se añade el hecho de que en los últimos años los observadores externos han tenido cada vez más difícil el acceso a la región a medida que seguía deteriorándose la situación de los derechos humanos. En 2020, las autoridades marroquíes impidieron al menos a nueve abogados, activistas y políticos que accedieran al Sáhara Occidental. También se ha negado el acceso a periodistas.

A medida que aumentan los enfrentamientos entre Marruecos y el Frente Polisario, se incrementa la presión sobre activistas locales de derechos humanos y simpatizantes de la autodeterminación saharaui.

Entre el 13 y el 21 de noviembre, la policía marroquí rodeó y mantuvo una estrecha vigilancia sobre las viviendas de activistas y periodistas saharauis, entre otras en las ciudades de El Aaiún y Cabo Bojador. Entre las personas objeto de vigilancia se encontraban las activistas Mahfouda Lefkire y Nazha El-Khalidi y el activista Ahmed Ettandji.

Organizaciones locales que observan la situación de los derechos humanos en el Sáhara Occidental informaron también sobre la detención de al menos cuatro saharauis en El Aaiún. Una de las personas detenidas fue una niña de 12 años, arrestada el 19 de noviembre, según informes por vestir ropas militares en la escuela y una blusa con la bandera saharaui. Quedó en libertad ese mismo día.

Por su parte, en agosto de este año la policía del Frente Polisario arrestó al periodista ciudadano Mahmoud Zeidan en el campo de refugiados de Tinduf, lo mantuvo retenido 24 horas y lo interrogó sobre publicaciones en Internet en las que había criticado la distribución de ayuda durante la pandemia de COVID-19.

Actualmente es muy inusual que se permita a organizaciones de derechos humanos realizar tareas de observación e información sobre el terreno, ni en el Sáhara Occidental ni en los campamentos de refugiados de Tinduf.

Esto tiene que cambiar, especialmente ante lo que parece una nueva fase de conflicto en la larga disputa por el territorio, con posibilidad de una reanudación de los combates que ponga en peligro a la población civil y una intensificación de la represión de la disidencia por ambas partes.

Ahora más que nunca es una necesidad apremiante la observación e información imparcial e independiente de la ONU sobre los derechos humanos en el Sáhara Occidental.

[1] El Sáhara Occidental es una ex colonia española situada en la costa del Atlántico entre Marruecos y Mauritania. La ONU la considera un “territorio no autónomo” desde que España se retiró de él en 1975. En 1991 se firmó un alto el fuego entre Marruecos y el Frente Polisario y se estableció una misión de mantenimiento de la paz de las Naciones Unidas (MINURSO). Actualmente el territorio está dividido por una berma de arena de 2.700 km construida por Marruecos, que administra de hecho su zona occidental. Al este de la berma están los territorios liberados por el Frente Polisario, que tiene sus bases en los campamentos de refugiados saharauis existentes en la ciudad de Tinduf (Argelia) desde 1973.

 

Exercícios militares das Forças Armadas espanholas nas Canárias: um aviso a Marrocos?

 


 Os exercícios militares das Forças Armadas espanholas nas Ilhas Canárias, que se estão a realizar de 28 de novembro e 3 de dezembro, com a participação de mais de 1.500 militares, constituirão um sério aviso ao Reino de Marrocos?

Os exercícios militares entre os vários corpos das forças armadas são comuns em todos os países e o ‘Sinergia 01/20’ que está a ocorrer não foge seguramente a essa rotina, e muito embora o Estado Maior das FA espanholas venha salientar que o exercício estava há muito programado, ele não pode deixar de ser interpretado e contextualizado no período de tensão que a região está a viver, marcado pelas preocupantes levas migratórias de subsaharianos que Marrocos envia para o arquipélago a partir do território do Sahara Ocidental ocupado, as expansionistas ambições do Reino aluita sobre Zona Económica Exclusiva do espaço marítimo com a delimitação unilateral das suas águas territoriais em que inclui parte do espaço marítimo canário e todas as águas do Sahara Ocidental. e, mais recentemente, o eclodir da guerra no Sahara Ocidental e o papel que a Espanha tem (ou que não tem) como potência administrante que a ONU nunca deixou de lhe reconhecer.

Un especialista consultado por ‘El Portal Diplomático’ argumenta que “as manobras do Exército espanhol podem ser interpretadas como uma mensagem a Marrocos em que se reafirma que Espanha defenderá os seus intereses com todos os meios disponíveis, inclusive o militar”.



Importa reealçar, também, que as manobras militares se realizam num momento em que parte dos responsáveis políticos canários criticam o Governo espanhol pela sua passividade face à agressividade de Marrocos em relação ao arquipélago.

Por outro lado, o próprio “establishment” militar espanhol expresou a sua preocupação pela persistente chantagem de Marrocos em relação aos seus vizinhos europeus com elementos como a emigração ilegal ou as decisões unilaterais, já para não falar no terrorismo.

Um exemplo disso é o general espanhol Jesús Argumosa, que concluiu que “independentemente das nossas boas relações com Marrocos ou das discrepâncias de alguns políticos quanto à posição espanhola sobre o Sahara (Ocidental), a verdade é que, “para os interesses da Espanha, o ideal é um Estado saharaui no Sahara Ocidental”.

Da mesma forma, num extenso artigo que analisa as relações entre a Espanha e Marrocos, o coronel de artilharia, José María Manrique, argumenta que o Marrocos é o inimigo mais perigoso e descarado da Espanha.

Também o o jornal El País e o El Correo de Espanña, nas suas edição de ontem , revelavam uma carta enviada ao Rei Felipe VI por 73 comandantes militares aposentados, na qual criticam as posições do Governo da Espanha em relação aos desafios atuais.

Entre o dia 1 de janeiro e o passado dia 15 de novembro, chegaram às costas das ilhas Canárias 16.760 migrantes em “pateras ou cayucos”, + 1020% de comparado com igual período de 2019!

Artigo AAPSO + El Portal Diplomatico

 

O Exército espanhol desloca 1.500 soldados para as Ilhas Canárias.

 

As Forças Armadas espanholas vão deslocar um total de 1.500 efetivos pertencentes aos ramos da marinha, exército e força aérea.

1.500 militares de diferentes ramos das Forças Armadas participam das 'macro-manobras' que serão realizadas nas Ilhas Canárias nos próximos dias. O Estado-Maior da Defesa (EMAD) alerta que este exercício, batizado com o nome de Sinergia 01/20, foi "programado" desde o final de 2019 e que, portanto, não tem qualquer tipo de relação com a crise migratória que se vive na região nas últimas semanas. E acrescenta: “Durante estes dias os cidadãos canarinos perceberão a presença ativa de tropas dos Comandos Operacionais em seus espaços terrestres, marítimos e aéreos, o que incluirá sobrevôos de aeronaves militares”.

Recorde-se que nos últimos dias houve vozes políticas - do Vox [partido de extrema-direita] - que apelaram a um destacamento militar na região para travar os fluxos migratórios que têm aportado às Ilhas Canárias. A EMAD, sem fazer referência direta a estes pedidos, avisa que o Sinergia 01/20 foi planeado com vários meses de antecedência.

Um "cenário de crise"

As manobras contemplam a recriação de um “cenário de crise” no qual os integrantes dos diferentes ramos militares testarão a interoperabilidade entre eles. “Desta forma, estão garantidas as tarefas de vigilância permanente dos espaços de soberania nacional”, afirma o comunicado do EMAD.

As manobras militares contam com a participação de 1.500 militares de comandos terrestres, marítimos, aeroespaciais e ciberespaciais. Para a realização dos exercícios serão alocados meios navais - seis navios da Marinha - e recursos aéreos - 14 aviões e helicópteros - uma unidade de artilharia antiaérea, um grupo tático e membros do Centro de Operações e Vigilância da Ação Marítima Marinha e o Comando Operacional Ciberespacial.

Fonte: diário online Ecsaharaui

Coligação Canária pede o reconhecimento da República Saharaui (RASD)

Coalición Canaria aprovou ontem (29-11-2020), no seu VII Congresso Nacional uma resolução em que pede ao Governo de Espanha que reconheça "formalmente e para todos os efeitos e propósitos" a República Árabe Saharaui Democrática e que declare a causa saharaui como "prioritária" na cooperação internacional.

"O povo saharaui voltou a sofrer uma nova agressão militar no meio da indiferença internacional", denuncia a CC, que demonstra o "seu apoio explícito às reivindicações do povo saharaui para pôr fim à ocupação ilegal dos territórios do Sahara Ocidental e recuperar todos os seus direitos como nação".

Fundado em 1993 da fusão de cinco partidos regionais, o partido de centro-direita nacionalista Coligação Canária governou as Canárias até 2019, encontrando-se actualmente na oposição. Conta com 20 dos 70 deputados do Parlamento canário.

domingo, 29 de novembro de 2020

Mohmed Sidati: Preconceito cego da França atrasa e complica a tarefa da MINURSO

Mohamed Sidati

O representante saharaui da Frente Polisario em Paris, Mohamed Sidati, denunciou no sábado a política e o "preconceito cego" da França a favor de Marrocos atrasa e complica "a tarefa da Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental (MINURSO).

“A França, que por ‘parti pris’ está ao lado de Marrocos, está atrasando e complicando a tarefa da Missão da ONU no Sahara Ocidental impedindo o advento de uma solução justa através de um referendo de autodeterminação”, declarou o Mohmed Sidati agência argelina APS, no final da grande manifestação realizada sábado em Paris para denunciar a agressão marroquina contra civis saharauis em El Guerguerat e apelar à ONU para que actue para obrigar Marrocos a cumprir o direito internacional.

O responsável saharaui observou que “a França sairia ganhando se adoptasse uma posição muito mais neutra e equilibrada sobre a questão do Sahara Ocidental em vez de um preconceito cego”, apelando o dirigente saharaui a que o país de Voltaire “deixe de ter uma atitude unilateral que vai contra o direito internacional e uma solução justa e pacífica ”.

"Uma mudança na política francesa só poderia ajudar e apressar uma solução justa", disse Sidati, enfatizando que a França deveria adotar uma "posição que consolide as resoluções internacionais e incentive a aplicação do direito internacional, deixando de fazer parte do problema para ajudar em muito o regresso de Marrocos à legalidade internacional e a convencer este país a respeitar o direito inalienável do povo saharaui à autodeterminação ”.

Neste contexto, o Sidati exorta o governo francês a "deixar de ter uma atitude partidária que apenas perpetua a injustiça", especificando que é hora de a França "contribuir para uma solução justa e pacífica no Sahara Ocidental e isso pelo interesse da paz, segurança e estabilidade de toda a região do Magrebe ”.

Fonte: APS


Guerra no Sahara Ocidental - Comunicado Militar n.º 17


 As unidades militares saharauis prosseguem os seus ataques contra as posições militares marroquinas ao longo do muro.

 De acordo com a informação divulgada pelo relatório militar nº 17, divulgado há horas pelo Ministério da Defesa Nacional da RASD, “as unidades militares saharauis continuaram a atacar as posições e fortificações militares do inimigo marroquino”.

 

Comunicado Militar n.º 17

(em espanhol)

 El sábado, los combatientes del Ejército de Liberación del Pueblo Saharaui atacaron las siguientes posiciones enemigas:

 

- Bombardeo violento tuvo como objetivo los puntos de estacionamiento del enemigo en el área de Ross Sebti en el sector de Mahbes

 

- Bombardeo concentrado contra las fuerzas de ocupación en el sector de Farsia, dos veces seguidas.

 

- Batería de bombardeos tuvieron como objetivo las fuerzas de ocupación estacionadas en la zona de Azmul Um Khamla en el sector de Um Draiga.

 

- Bombardeo de un centro que tenía como objetivo las bases del ejército de ocupación en el área de Alfay'iyin en el sector de Farsia.

 

- Un bombardeo violento tuvo como objetivo los puntos de estacionamiento del enemigo en el área de Ross Sebti en el sector de Mahbes nuevamente.

 

 

 

El domingo, los combatientes del Ejército de Liberación del Pueblo Saharaui atacaron los siguientes sitios enemigos:

 

- Bombardeos violentos tuvieron como objetivo las bases de los soldados de ocupación en la zona de Um Edeguen en el sector de Al Bagari.

 

- Bombardeo violento tuvo como objetivo la zona De Cheydhmia en el sector de Mahbes.

 

- Bombardeo de un centro contra los atrincheramientos de los soldados de ocupación en la zona de Hefret Ichyaf en el sector de Al Bagari

 

Cabe señalar, que los combatientes del Ejército Popular de Liberación Saharaui continúan sus intensos ataques a lo largo de las posiciones y trincheras del enemigo por decimoséptimo día consecutivo, luego de que las fuerzas de ocupación marroquíes violaran el acuerdo de alto el fuego atacando a civiles saharauis desarmados, que se manifestaban pacíficamente frente a la brecha ilegal de El Guerguerat.

Solidariedade Internacional e emigração saharaui na Europa cerra fileiras em torno da Frente Polisario

 


Tiveram lugar ontem importantes manifestações em Madrid, París, Berlim e Genebra de apoio ao povo saharaui. O movimento solidário internacional continua a reivindicar um Sahara livre e liberdade para o Sahara Ocidental. Em Málaga e Galiza também os o movimento de solidariade e muitos emigrantes saharauis desceram à gritando pelas mesmas reivindicações. Incidentes tiveram lugar em Paris ap+os a irrupção de um grupo de marroquinos arrigimentados pelas autoridades aluitas.

Na tarde de sábado, un numeroso grupo de manifestantes saharauis concentraram-se na Place de la Republique em París para protestar contra a agressão marroquina, mostrar o seu apoio à decisião da RASD de reatar a luta armada de libertação e reivindicar da comunidade internacional o seu empenhamento na resolução do conflito.

A concentração pacífica foi perturbada pelo aparição súbita de um grupo de marroquinos empunhando bandeiras de Marrocos que procuraram provocar os manifestantes franceses e saharauis que se encontravam alí. Houve confrontos entre os manifestantes, tendo o grupo de marroquinos batido em retirado após os incidentes que provocaram.

Em Madrid, Berlim e Genebra também se realizaram manifestações de apoio ao povo saharaui organizadas pela diáspora saharaui na União Europeia.

Málaga também foi palco de uma vibrante manifestação onde foi denunciada a a ocupação marroquina e a responsabilidade histórica da Espanha na génese e solução do conflito.

The Federal Aviation Administration (EUA) alerta para o perigo de se sobrevoar o espaço do Sahara Ocidental devido à guerra


A agência governamental norte-americana The Federal Aviation Administration avisa em comunicado que a situação no Sahara Ocidental é grave e que isso a obriga a alertar para o perigo que correm as aeronaves que possam vir a sobrevoar o espaço aéreo do Sahara Ocidental (SO).



Afirma que está seguindo de perto a situação no território pelo que aconselha as companhias de aviação que navegam pelo espaço aéreo do SO a evitá-lo.

A agência prevê uma elevada tensão na zona devido à intensificação das operações militares que estão ocorrer no território saharaui e à capacidade que tem a Frente Polisario de utilizar armas antiaéreas contra aviões.

Em declarações à imprensa desde 14 de novembro, a Frente Polisario - recorda a agência - alertou para a utilização de sistemas de aeronaves não tripuladas (UAS) por partes das forças marroquinas a operar em áreas controladas pela Polisario, tendo esta também bombardeado posições marroquinas mas não havendo relatórios de fogo terra-ar. A FAA sublinha, no entanto, que a “olisario possui armas como os mísseis portáteis Air SA-e ao sistemas de mísseis táticos terra-ar (SAM), incluindo SA-9s que a uma baixa altitude representam um risco a aviação civil na região contestada”

A agênca recorda que a Frente Polisario está equipada con armas antiaéreas capazes de derrubar aviões que sobrevoem o espaço aéreo do território; lembrando que o movimento saharaui abateu vários aviões marroquinos durante a guerra que aí teve lugar nos snos setenta e oitente.

Segundo a Polisario, a advertência da agência governamental norte-americana é um duro golpe para a narrativa oficial marroquina que quer a todo o custo transmitir uma situação de normalidade no Sahara Ocidental ocupado.

A Frente Polisario pediu recentemente aos tribunais europeos para que a empresa francesa Transavia, assimo como a companhia aérea canária, Binter, deixem de ter voos para o Sahara Ocidental ocupado.

Em comunicado difundido pela SPS, o Governo da República Árabe Saharaui Democrática (RASD) advertiu países, entidades e indivíduos para a implicação em atividades no território do Sahara Ocidental que se encontra em estado de guerra aberta.

Fonte; várias inclusive El Portal Diplomatico


sábado, 28 de novembro de 2020

Guerra no Sahara Ocidental - Comunicado Militar n.º 16

 

 28/11/2020 - O Exército Popular de Libertação Saharaui (ELPS) continua a atacar posições marroquinas e intensifica a sua ofensiva em várias partes do Shara Ocidental.

 

Comunicado Militar n.º 16

(em espanhol)

 El viernes 27 de noviembre, los combatientes del Ejército de Liberación del Pueblo Saharaui atacaron los siguientes sitios enemigos:


 - Violento bombardeo tuvo como objetivo los puntos de estacionamiento del enemigo en el sector de Tichla [sul do SO].

 

- Bombardeo de un centro contra las fuerzas de ocupación en la zona de Um Edeguen en el sector de Bagari (centro do SO].

 

Hoy, sábado 28 de noviembre de 2020, fueron atacados los siguientes sitios enemigos:

 

- Dos bombardeos violentos tuvieron como objetivo las bases de los soldados de ocupación en la zona de Ross Fadret Ettamat en el sector de Hauza, dos veces seguidas [norte do SO].

 

- Bombardeo de un centro dirigido a los atrincheramientos de los soldados de ocupación en el sector de Smara [norte do SO].

 

Los leones del Ejército Popular de Liberación Saharaui continúan demoliendo los bastiones y atrincheramientos de las fuerzas de ocupación marroquíes, que sufrieron enormes pérdidas en vidas y equipos a lo largo del muro de la humillación y la vergüenza, según el mismo comunicado.

Fonte: Ministério de Defesa da RASD

Sondagem revela esmagador apoio do povo espanhol ao Sahara Occidental após a guerra ter sido reiniciada contra Marrocos

 


“Face ao conflito entre o Sahara Ocidental e o Reino de Marrocos, o que deve fazer a Espanha?” - a pergunta foi colocada a uma amostra representativa do povo espanhol pelo portal especializado em sondagens electomania.es, respondendo uma grande maioria - 65% dos entrevistados - que a Espanha deve "Defender os interesses do Sahara Ocidental", como indica literalmente o portal.

O Sahara Ocidental, (antigo Sahara Espanhol) e o seu povo continuam a estar no coração da esmagadora maioria dos cidadãos de Espanha, muito embora os seus dirigentes políticos persistam em ignorar esse sentimento e essa ligação e... prefiram ‘assobiar’ para o lado!




Espanha é totalmente responsável pela situação que se vive no Sahara Ocidental e que ela própria criou quando, em 1975, através dos ilegais Acordos Tripartidos de Madrid “abençoou” a invasão militar da sua até então colónia e a sua repartição pelos países vizinhos, Marrocos e Mauritânia. Nunca na história do colonialismo em África se viu tal coisa.

A sondagem realizada pela electomania.es revela que há um claro consenso entre os cidadãos espanhóis sobre a necessidade de o Estado assumir essa responsabilidade histórica que a Espanha tem sobre o Sahara Ocidental. A pesquisa também revela a correspondência entre respondentes ao inquérito e a sua simpatia partidária, constatando que o consenso é ainda maior, já que eleitores de quase todos os partidos políticos em Espanha - seja nacional ou autónomica - , é de opinião que o Governo e as suas instituições devem defender os interesses do Sahara Ocidental e, consequentemente, o direito do povo saharaui ao seu próprio Estado livre e independente.

Fonte: Ecsaharaui

Canal francês TV5 Monde desmonta propaganda marroquina sobre o conflito do Sahara Ocidental

https://bit.ly/3o8SCSz

Num programa de investigação, o canal de televisão francês TV5 Monde desmontou a propaganda do regime marroquino sobre a evolução dos acontecimentos no conflito do Sahara Ocidental, cujo objectivo é manipular a opinião pública interna, bem como a internacional.

O canal francês TV5 Monde revela que as publicações partilhadas nas redes sociais marroquinas utilizam imagens e vídeos antigos, amplamente partilhados em Marrocos, nos quais têm sido apresentados como a realidade da guerra do Sahara Ocidental.

O canal da TV francesa conclui que ambas as peças audiovisuais, que o regime marroquino disse serem soldados da Frente Polisario, “são imagens de confrontos armados entre a Índia e o Paquistão, e da fuga de garimpeiros no deserto da Argélia, quando foram surpreendidos por um helicóptero das Forças Armadas da Argélia ”, afirma a TV5 Monde.

O canal francês TV5 Monde convidou a investigadora sobre o mundo árabe, Jadiga Mouhsin, a qual afirmou que "a guerra se desencadeou no Sahara Ocidental, devido à intervenção armada do exército marroquino contra civis saharauis na zona de Guerguerat" .

O canal destaca que o Marrocos está numa guerra pela narrativa, o que torna frequente o uso de imagens falsas e descontextualizadas.

Por outro lado, o regime marroquino, para reforçar a sua versão dos acontecimentos, enviou a sua classe política à brecha ilegal de Guerguerat, para tentar transmitir à sua opinião interna uma imagem de normalidade.

A visita de políticos marroquinos visa também desviar a atenção dos marroquinos do assédio do Exército de Libertação do Povo Saharaui contra as forças marroquinas ao longo dos 2.700 quilómetros, a extensão do muro da vergonha.

Recorde-se que o regime marroquino impede a entrada das principais agências de notícias na zona, como aconteceu com a agência EFE, cujo pessoal foi expulso da zona, para evitar que saiam diferentes versões.

A este respeito, outro meio francês, a Agence France Press (AFP), desmoronou o núcleo em que se baseia a propaganda mediática marroquina em relação à guerra do Sahara Ocidental. A agência noticiosa francesa revelou que “com a tensão que existe no Sahara Ocidental, apareceram nas redes sociais fotos de 50 caixões, os quais Marrocos afirma serem de soldados da Frente Polisario assassinados pelas forças armadas marroquinas nos dias de confrontos ”. Ora as imagens referem-se ao funeral dos saharauis que morreram no desastre aéreo ocorrido em abril de 2018, num voo que ligava Argel, Bechar, Tindouf, na Argélia, no qual faleceram 257 pessoas, na sua maioria argelinos, mas também saharauis.

Fonte: El Portal Diplomático

 

 

Paz para o Sahara Ocidental. TODOS COM O SAHARA !

 

Javier Bardem e Viggo Mortensen, dois bem conhecidos e extraordinários actores, para além de outras destacadas personalidades da cultura do país vizinho, pedem a PAZ e a LIBERDADE para o Sahara Ocidental.
Um lindo vídeo-manifesto de 1'45'' em que solicitam a intervenção do Governo da Espanha para impedir a guerra que está ocorrendo no Sahara Ocidental depois de Marrocos ter quebrado o cessar-fogo estabelecido em 1991 no passado dia 13 de novembro.
[Imagens aéreas do documentário "Exodus, de onde eu venho está desaparecendo", dirigido por Hank Levine. Cortesia de Hank Levine Film & Music GmbH]

A Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental (MINURSO) está há 30 anos no território, mas não realizou o fim para que foi criada e que a ONU prometeu aos saharauis

 

Abdelkader Taleb Omar

O embaixador saharaui em Argel, Abdelkader Taleb Omar, defende uma MINURSO com as suas atribuições originais: a organização de um referendo no território para um novo plano de definição do futuro da ex-colónia espanhola.

Depois de insistir que a ONU deve "assumir a sua responsabilidade" nesta matéria, o embaixador exigiu que a França "pare de alimentar a rebelião marroquina contra o direito internacional” para que o povo saharaui possa exercer o seu direito à autodeterminação.

Neste contexto, Taleb Omar, em conferência de imprensa realizada ontem na embaixada da RASD, denunciou o fracasso da Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental (MINURSO) criada pela resolução 690 (1991) do Conselho de Segurança em 29 de abril de 1991, de acordo com as propostas de resolução, aceites em 30 de agosto de 1988 por Marrocos e pela Frente Popular de Libertação de Saguía el-Hamra e Río de Oro (Frente Polisario).

"A missão não avançou um centímetro no plano de resolução desde a assinatura do cessar-fogo com o Marrocos."

Após a assinatura do cessar-fogo, as Nações Unidas enviaram uma missão denominada MINURSO para supervisionar o processo de organização de um referendo sobre autodeterminação no Sahara Ocidental.

Embora a organização do referendo ainda não tenha sido possível, a MINURSO não cumpriu o papel para a qual foi criada.

A ONU não pode permitir que o atual bloqueio continue e que a situação de guerra se deteriore a um nível de “instabilidade na região que ameaça a paz e a segurança internacionais.

Entre os sinais que indicam que a deterioração da situação no Sahara Ocidental se pode agravar, está o facto de a Frente Polisario ter declarado o cessar-fogo quebrado após a incursão marroquina na brecha ilegal de El Guerguerat, no sul do território, junto à fronteira com a Mauritânia.

Observadores da MINURSO


Num estudo académico publicado recentemente, o professor de Direito Internacional Público da Universidade de Cádiz, Juan Domingo Torrejón Rodríguez, revela como a França impediu a extensão do mandato da Missão para o Referendo no Sahara Ocidental, MINURSO para monitorar a situação dos direitos humanos no Sahara Ocidental ocupado.

Torrejón Rodríguez destaca que a França desempenha um papel hostil no Conselho de Segurança "obstruindo os esforços da comunidade internacional para permitir que a Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental, MINURSO, monitorize a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados do Sahara Ocidental", daí que" a MINURSO não esteja a cumprir a sua tarefa de monitorar as violações dos direitos humanos em no Sahara Ocidental ".

O professor de Direito diz que Marrocos, com o apoio da França, "tentou persuadir os Estados membros do Conselho de Segurança a não votarem a favor da prorrogação do mandato da MINURSO e sua extensão".

O estudo, publicado na Revista de Estudos Internacionais para o Mediterrâneo, conclui que “a MINURSO é a única missão das Nações Unidas em África e em todo o mundo que não tem um mandato explícito para monitorizar os direitos humanos”.

Fonte: diário online Ecsaharaui

 

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Guerra no Sahara Ocidental - Comunicado Militar n.º 15

 

De acordo com o relatório esta tarde divulgado, destacamentos avançados de unidades do Exército de Libertação do Povo Saharaui realizaram, ontem e esta manhã, ataques contra os baluartes e pontos de concentração dos invasores que se escondem atrás do muro da vergonha. Foram as seguintes as posições inimigas alvo dos ataques do ELPS:


- Bombardeio, duas vezes seguidas, contra concentração de tropas de ocupação na zona de Al Fai'in, no sector de Farsia [norte do SO].

 

- Intenso bombardeio contra concentração de forças de ocupação na área de Adheim Um Jlud, no setor de Auserd [sul do SO].

 

Hoje, sexta-feira, 27 de novembro de 2020, unidades saharauis atacaram os seguintes pontos inimigos:

 

- Vários bombardeamentos violentos atingiram bases dos efetivos de ocupação na zona de Shedhmiya, no setor de Mahbes [norte do SO].

 

- bombardeamento de trincheiras dos militares de ocupação na área de Ben-Karat, no sector de Smara [norte do SO].

 

- bombardeamento contra bases do ocupante no setor de Farsia [norte do SO].

 

- bombardeamentos violentos contra destacamentos das forças de ocupação em Z'mul Um Jamla, no sector de Um Draiga [no centro do SO].

 

Os ataques do heróico Exército Popular de Libertação Saharaui prosseguem, inflingindo perdas significativas às forças de ocupação marroquinas em e equipamentos ao longo do muro da humilhação e da vergonha.

3.º relatório breve sobre a situação dos direitos humanos no Sahara Ocidental ocupado - Português/Espanhol

 3.º relatório breve sobre a situação dos direitos humanos

no Sahara Ocidental ocupado


O Comité para a Protecção de Civis Saharauis do Coletivo Saharaui de Defensores dos Direitos Humanos, CODESA, voltou a obter dados preliminares que confirmam que o exército da força de ocupação marroquina cometeu:

— Um crime contra a humanidade a 20 de novembro de 2020, a oeste do muro militar marroquino, ao matar os seguintes civis saharauis: "Habib Slima Shiheb" (24) anos e "Abdullah Mohamed Mouloud Bakar Amlouko" (30) anos, e por prender Mustafa Slima Shiheb, Muhammad Al-Midani, Ayoub Bouguentar e Maad Addour.
As forças do exército de ocupação marroquino não só mataram esses civis, mas também compartilharam as suas imagens e os difamaram de uma forma incompatível com a dignidade humana.

Mustafa Slima Shiheb, Muhammad Al-Midani, Ayoub Bouguentar e Maad Addour

Os quatro jovens civis saharauis presos pelas forças armadas marroquinas a 20 de novembro de 2020



— O disparo de balas contra manadas de camelos nas áreas de Mahbes e Auserd, a oeste do muro militar marroquino no Sahara Ocidental ocupado, que causou o seu extermínio total e, no testemunho audiovisual de um civil saharaui, confirmou que manadas de camelos foram vítimas de um verdadeiro massacre de caça pelo exército de ocupação marroquino, expressando a sua condenação a estas práticas cometidas contra o gado e as propriedades de civis saharauis: https://youtu.be/Tu7zzjyIqPA
À luz do cerco militar e policial imposto ao Sahara Ocidental ocupado, o comité registou:
— O transporte do estudante menor saharaui, "Mohamed Mouloud Obeidha" em 16 de novembro de 2020 (17), para a prisão local em Laayoune / ocupada Sahara Ocidental, depois de ter sido detido a 14 de novembro de 2020.
Perante esta perigosa situação, o Comité para a Protecção de Civis Saharauis sobre crimes contra a humanidade e crimes de guerra cometidos pela força de ocupação marroquina contra civis saharauis, o Gabinete Executivo do Colectivo de Defensores dos Direitos Humanos Saharauis CODESA anuncia o seguinte.

1. A condenação do homicídio de civis saharauis, por considerá-lo um crime contra a humanidade que viola o direito à vida garantido por força do Direito Internacional Humanitário nos termos dos artigos (145) - (146) - (147) da 04 ª Convenção de Genebra para a Proteção de Pessoas Civis em Tempos de Guerra.
2. Denunciar a situação que sofrem os beduínos saharauis, as suas vidas e propriedades, ao estarem em perigo com as balas, o uso de bombas e a colocação de minas pelo exército de ocupação marroquino.
3. Pedir que o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) intervenha urgentemente para proteger os civis saharauis, bem como exigir que a comunidade internacional e todas as organizações internacionais interessadas em direitos humanos:
— abram uma investigação sobre as circunstâncias e ocorrências do homicídio e a publicação das fotos dos civis saharauis "Lahbib Slima Shiheb" e "Abdullah Malouku" pela força de ocupação marroquina.
— intervir junto das organizações ambientais para salvar o meio ambiente da destruição e proteger o gado do extermínio e da destruição, dado que a maioria dos civis saharauis depende para a sua subsistência da criação de gado e da vida no campo em regime de nomadismo em busca de pastagens.
— A libertação de todos os presos políticos saharauis e marroquinos de várias prisões marroquinas e a revelação do destino dos sequestrados saharauis - desaparecidos e prisioneiros de guerra
El-Aaiún / Sahara Ocidental ocupado.
25 de novembro de 2020





El tercer Informe breve sobre la situación de los derechos humanos
en el Sáhara Occidental ocupado

El Comité de la Protección de Civiles Saharauis del Colectivo de Defensores de Derechos Humanos saharauis, CODESA, alcanzó nuevamente datos preliminares que confirman que el ejército de la fuerza
de ocupación marroquí cometió :
+ Un crimen de lesa humanidad el 20 de noviembre de 2020, al oeste del Muro de Partición Militar Marroquí, al matar a los siguientes civiles saharauis: “Habib Slima Shiheb” (24) años y “Abdullah Mohamed Mouloud Bakar Amlouko ” (30) años , y detener a Mustafa Slima Shiheb, Muhammad Al-Midani, Ayoub Bouguentar y Maad Addour.
Y las fuerzas del ejército de ocupación marroquí no solo mataron a estos civiles sino compartieron sus imágenes y las difamaron de una manera que es incompatible con su dignidad humana.
+ El disparo de balas reales contra rebaños de camellos en las zonas de Mahbas y Awserd, al oeste del muro de la división militar marroquí en el Sáhara Occidental ocupado, que provocó su total exterminio, y en el abajo testimonio audiovisual de un civil saharaui, confirmó que rebaños de camellos fueron sometidos a una masacre real a balazos del ejército de ocupación marroquí, expresando su condena a estas prácticas cometidas contra el ganado y la propiedad de los civiles saharauis: https://youtu.be/Tu7zzjyIqPA

A la luz del asedio militar y policial impuesto al Sáhara Occidental ocupado, el comité registró:
+ Remitir al estudiante menor saharaui, "Mohamed Mouloud Obeidha" el 16 de noviembre de 2020 (17), a la prisión local en El Aaiún / Sáhara Occidental ocupado, después de haber sido arrestado el 14 de noviembre de 2020.
Ante esta peligrosa situación, el Comité de la Protección de Civiles Saharauis sobre crímenes de lesa humanidad y crímenes de guerra cometidos por la fuerza de ocupación marroquí contra civiles saharauis, EL Buró Ejecutivo del Colectivo de Defensores de Derechos Humanos Saharauis CODESA anuncia lo siguiente.
1. la condena al asesinato de civiles saharauis, por considerarlo un crimen de lesa humanidad que viola el derecho a la vida garantizado por la fuerza del Derecho Internacional Humanitario de conformidad con los artículos (145) - (146) - (147) del 04° Convenio de Ginebra de la Protección de Personas Civiles En tiempos de guerra.
2. Denunciar lo que padecen los beduinos saharauis, sus vidas y propiedades que están en peligro por las balas, el uso de bombas y la colocación de minas por parte del ejército de ocupación marroquí.
3. pedir que el Comité Internacional de la Cruz Roja (CICR) intervenga urgentemente para proteger a los civiles saharauis, así como exigir a la comunidad internacional y todas las organizaciones internacionales interesadas en los derechos humanos para :
— abrir una investigación sobre las circunstancias y circunstancias del asesinato y la publicación de las fotos de los civiles saharauis "Lahbib Slima Shiheb" y "Abdullah Malouku" por la fuerza de ocupación marroquí.
— intervenir de Las organizaciones ambientalistas para salvar el medio ambiente de la destrucción y proteger al ganado del exterminio y la destrucción, dado que la mayoría de los civiles saharauis dependen para su sustento de la cría de ganado y de vivir en el campo en un constante viaje en busca de pastos.
— La liberación de todos los presos políticos saharauis y marroquíes de varias cárceles marroquíes, y la revelación de la suerte corrida por los secuestrados saharauis - desaparecidos y prisioneros de guerra.
El-Aaiún / Sáhara Occidental ocupado.
El: 25 de noviembre de 2020.