terça-feira, 16 de agosto de 2011

Presidente saharaui apela à União Africana a impor sanções a Marrocos


O presidente saharaui e SG da Frente Polisario, Mohamed Abdelaziz, apelou à União Africana (UA) a contribuir para "impor sanções a Marrocos e a fazer pressão sobre o governo marroquino para que cesse as graves violações dos direitos humanos nos territórios saharauis ocupados".

Em mensagem dirigida a , Jean Ping. presidente da Comissão da UA, Mohamed  Abdelaziz afirma que as autoridades de ocupação marroquinas "obstinam-se em prosseguir uma repressão bárbara " contra o civis saharauis "que mais não fazem que exprimir pacificamente a sua oposição à deterioração da situação, quer politica que sócio-económica, no seu país ".

O presidente Abdelaziz afirma que as autoridades de ocupação marroquinas "praticam na cidade de El Aaiun uma política de intimidação e de terrorismo contra os civis indefesos".

Mohamed Abdelaziz apela ainda  na sua mensagem à libertação de todos os presos políticos saharauis, à informação sobre o paradeiros dos 651 civis desaparecidos, ao desmantelamento do muro militar marroquino e ao termo da espoliação dos recursos naturais do Sahara Ocidental.
 (SPS)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Prosseguem as agressões aos saharauis em El Aaiun



Na madrugada de hoje, 15 de Agosto, cerca das 02h30, voltaram a registar-se violentas confrontações entre jovens saharauis e forças de segurança marroquinas, que se prolongaram por mais de uma hora na avenida Smara. Minutos depois, teve lugar nova confrontação na Avenida de Tantan. E mais tarde, no bairro de Lehsheysha, onde se encontra o Instituto de El Aaiún III, em que prosseguiram as agressões contra saharauis por parte do Exército e da polícia marroquinas. Toda a zona do sudeste da Cidade está cercada.

Os furgões da policia e das forças auxiliares do Exército marroquino patrulham as ruas da zona, ninguém pode entrar ou sair.

A casa da família de Jnauesh foi arrasada pelas "forças de segurança". O jovem activista Juna Babeit foi preso na Avenida de Tantan.

Até ao momento não se sabe se existem mais feridos ou detidos. Constando, porém, que as forças policiais estão a entrar em mais casas.

A cidade está tomada pelo Exército marroquino, por toda a parte da cidade ouvem-se os rodados das caravanas dos veículos e camiões do Exército, muitos deles em direcção à avenida de Smara. El Aaiun está um caos.

Publicado por Sahara Thawra – na madrugada de 15-08-2011

"A vontade dos Povos deve ser respeitada" - afirma o pregador islâmico Tariq Suwaid



O pregador islâmico Tariq Suwaid, presidente do Centro de Desenvolvimento das Relações entre o Mundo Árabe e o Ocidente, afirmou durante o seu programa "Ventos da Mudança" na  cadeia de televisão Alrisalah, que  apoia o direito do povo saharaui à autodeterminação através de um referendo que permita aos saharauis decidir o seu futuro.

"As Nações Unidas demoraram muito tempo a resolver o problema do povo saharaui", afirmou o pregador islâmico, salientando a existência de uma "intervenção na direcção negativa", numa referência à posição de algumas grandes potências.

Tariq Suwaidan salientou que "se deve permitir aos povos decidir o seu próprio destino sem qualquer tipo de imposição". "A unidade não se constrói contra a vontade dos povos", precisou.

Fonte: (SPS)

domingo, 14 de agosto de 2011

“Numa região sob a sua responsabilidade, a ONU não pode ser mero espectador ante a repressão” - Afirma o Presidente saharaui



O presidente da RASD e Secretário-Geral da Frente Polisario, em mensagem dirigida este Sábado a Ban Ki-moon, denuncia a crescente escalada da repressão nos territórios ocupados do Sahara Ocidental, pedindo às Nações Unidas que não permaneçam como mero espectador ante tal escalada de repressão existente numa região que se encontra sob a sua responsabilidade e protecção e faz parte dos 16 territórios não autónomos que aguardam a descolonização. 

"As Nações Unidas, como representante de toda a comunidade internacional, não pode continuar a ser um espectador face à repressão indescritível e crueldade levadas a cabo por entidades que não têm nenhum direito legal no território do Sahara Ocidental e que cometem as mais atrozes violações dos direitos humanos e saqueiam os seus recursos naturais, declara o Presidente saharaui.

Mohamed Abdelaziz apela à comunidade internacional a intervir para evitar o pior, afirmando que "face a esta rápida evolução da situação que ameaça com mais repressão e abuso pode conduzir a resultados sem precedentes”,  responsabilizando o Governo de Marrocos de  todo  o que possa suceder nos territórios ocupados.
Fonte: SPS

Brutal intervenção da policía marroquina contra civis saharauis em El Aaiún



Dezenas de civis saharauis, na sua maioria familiares de presos políticos saharauis, foram brutalmente reprimidos por um grande dispositivo das forças de repressão marroquinas Sexta-Feira, 12 de Agosto 2011, na cidade de El Aaiún, capital do Sahara Ocidental ocupado, provocando vários feridos entre os manifestantes. Também na noite de Sábado,  forças militares marroquinas carregaram brutalmente contra manifestantes pacíficos saharauis após o período de Ramadão.

Los familiares de los presos políticos saharauis, habían sido reprimidos a causa de su adhesión a la convocatoria de manifestación organizada por la coordinadora del campamento de protesta de Gdeim Izik, ante la delegación del Ministerio de Energía y Minas del gobierno marroquí.

Los civiles fueron víctimas del indiscriminado uso de la fuerza por parte de la policía en su intento de desalojar la manifestación, produciendo considerables heridas entre los asistentes tales como:

Bayai Abdelaziz, activista de derechos humanos.
Mahmud Daudi.
Degja Lchgar, activista de derechos humanos.
Bamba Lefguir.
Fatimetu Alheirich.
NajemHamma.
Salkaha Hamdi MulayAli
Mahmud Alheisen. Torturado y posteriormente llevado por la policía a un lugar desconocido.
Lahbi Essalhi 55 años
Mouhamed Lahwiemad 55 años
Sidi Mohamed el Ouali 57 años
Mouhamed Ettaleb 60 años
Abdati Eddaya
Miftah Eddin Eddaya
Nafaai Eddaya 
Enniha Laabiedi
Oum Lakhoutt El Hassni 48 años
Arram hattra
Essoufi ellall
Slieman jday 50 años
Swayah Darja
Khalihanna El Ghazwani 61 años
Abba Ali blieha 52 años
Swayah Liela
Swayah el Mami
Ahmed Salem lafghir
Ezzabour Abd Errahman
Ezzabour Lahcen  62 años
Brahim Ahrayam
Larabass Edahbi

*Fonte: Confederación Sindical de Trabajadores Saharauis CSTS; Poemario por un Sahara Libre

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Diego Camacho, agente do Serviço de Informações de Espanha: do Marrocos da desinformação à França de la “grandeur”



A carreira do militar Diego Camacho López-Escobar no CESID (Centro Superior de Informações da Defesa), levou-o a muitos sítios e lugares, entre eles, a Embaixada de Espanha na capital de Marrocos. Os imperativos geopolíticos haveriam de requerer ali objectivos e comportamentos renovados. Uma versatilidade de acordo com a sua própria condição. Este ex-agente superior dos serviços de informações relata aquilo que foi a sua experiência de vida e a realidade de questão saharaui vista de vários ângulos e perspectivas, consoante os intervenientes. Entrevista a “Espacios Europeos”.


P.- De entrada y, a grandes rasgos, te propondría que recordaras con qué te encontraste en Rabat
R.- Para mí, el destino en Marruecos fue una aspiración de toda la vida.   Consideraba que constituía el objetivo más importante para España. El estar destinado allí representaba para mí un verdadero reto. Había estado destinado, siendo teniente, en la Agrupación de Tropas Nómadas del Sáhara; pero Marruecos no lo conocía. Encontré una población  encantadora, personas con las que era muy fácil conectar, por su carácter extrovertido y mediterráneo. Otra cosa es el Gobierno, el “majzén”.

P.- Alguna nota para destacar el contraste
R.- Marruecos, al ser una monarquía absoluta y teocrática, dispone de un  control policial estricto. Es decir, sabía que cualquier  colaborador que pudiera tener, incluso si le pagaba, tenía su fidelidad antes en el sultán que en mí, pues el riesgo que corría en el caso de no hacerlo era su vida y la de su familia. Las claves informativas para mi debían contar siempre con esa circunstancia, y, una vez adaptado, no era difícil obtener buena información.  Era relativamente fácil, si te relacionas bien, pero siempre teniendo en cuenta que toda la información estaba censurada; te da más información un periódico marroquí por lo que ves que no dice que por lo que dice. Con el tiempo, uno se hace experto en analizar desinformación.

P.- Encontrarías algún asunto de carácter prioritario y especialmente delicado
R.- El Sáhara es para Marruecos asunto prioritario, aunque no hay que olvidar que la ocupación marroquí del territorio vulnera la legalidad internacional y  ningún país ha reconocido la soberanía de Rabat sobre el territorio, ni siquiera Francia, lo que le convierte, después de más de 35 años, en un Estado gamberro. Para la ONU la administración del Sáhara, según una resolución del año 2002, le sigue correspondiendo a España…
 O Rei Juan Carlos de Espanha e Mohamed VI de Marrocos
P.- ¿Qué crees, con esa premisa, que debería hacer España?
R.- Con arreglo a esa resolución del año 2002, España debería reclamar la administración del territorio para poder terminar el proceso de autodeterminación, interrumpido por la invasión marroquí. Se trataría de actuar como cascos azules y desbloquear el proceso. Es más lógico que nuestros soldados estén en el Sáhara, para hacer valer el Derecho Internacional, que en Afganistán o en el Líbano.

P.- Así, pues ¿estamos en deuda con los saharauis?
R.- La nación española tiene una deuda política con el pueblo saharaui y el rey de España una deuda personal, pues el territorio fue moneda de cambio para lograr el apoyo de EE. UU. y Francia en la consolidación de su ascensión al trono.

“Lobby” pro marroquí
P.- Un tema concreto: ¿desde allí obtenías datos  sobre el “lobby” marroquí en España?
R.- El Servicio de Contrainteligencia los tiene, como es lógico, aunque es tan grande que tampoco representa ningún mérito el hecho de conocerlo. El primer admirador del rey de Marruecos es nuestro propio rey y, donde se realizan las tareas de influencia más importantes, desde España, es en la propia Zarzuela. Después, el PSOE ha contado con  sus múgicas, el PP con  sus arísteguis… Todo el mundo que se precie de tener mano en Rabat tiene a gala propagar lo buena y razonable que es la actitud del sultán. Quien, a su vez, es enormemente generoso.

P.- Aquel observatorio, evidentemente, sería muy importante para conocer las filtraciones en relación con Ceuta y Melilla
R.- Lo que pasa es que, entre quienes constituyen  el “lobby” pro marroquí en España,  el tema de Ceuta y Melilla lo dan por perdido. Sin embargo el tema estriba no en darlo o no darlo por perdido, sino en qué momento se da  por perdido sin que se les vea el plumero. Esa es, desgraciadamente, la actitud del “lobby”.

P.- Máximo Cajal, al respecto, vendría a ser una especie de portavoz oficioso de esa posición…
R.- Su portavoz, no, Máximo Cajal es una de las personas en esa línea. Más influencia, claro está, tiene Felipe González, ya que estamos hablando del Partido Socialista o, incluso,  Múgica Herzog. Máximo Cajal funciona en base a lo que decide hacer  Felipe González. Su incidencia, por lo tanto, no es “per se”.

P.- Desde Rabat ¿oteabas, con perspectiva, la evolución de la política marroquí en relación con el Sáhara Occidental?
R.- Sí, te estoy hablando de finales de los años 80 y principios de los 90. La información que teníamos de lo que pasaba en el  Sáhara era completamente fiable y muy completa. Ya en el año 90 habían desaparecido más de quinientas personas del Sáhara, en los territorios ocupados. Después se ha confirmado, incluso por las declaraciones de un ministro de Hassan II, que a algunos disidentes saharauis se les arrojaba desde helicópteros al Océano Atlántico o, se les enterraba en cal viva. El hecho de la violación de los derechos humanos en Marruecos no es solamente una figura retórica, sino una realidad  constatada y de la que el gobierno español estaba puntualmente informado.

P.- ¿Contabas, para saberlo, con determinados medios de comunicación o, por ejemplo, con confidencias de fuentes privadas?
R.- Lo que he manifestado anteriormente se refiere a unas declaraciones públicas, que hizo un personaje oficial y que aparecieron en varios medios, donde  estaban recogidas de forma textual;  para mí tienen un valor relativo, porque ya lo sabíamos y el Gobierno español también. Esas violaciones de los derechos humanos eran espantosas. A algunas mujeres saharauis, para torturarlas, les cortaban los pezones.
Cuando me fui de Marruecos, el jefe de Inteligencia Exterior preguntó mi opinión sobre en qué  habían fallado en su política sobre el Sáhara. Le contesté: “Pues, mire, yo creo que es muy simple. Ustedes han ambicionado el territorio; pero nunca han querido integrar realmente a la población”.

P.- En cuanto a los negocios de españoles en Marruecos ¿qué peso tienen sobre las relaciones políticas?
R.- Peso, ninguno. Los negocios españoles en Marruecos  son  florecientes, sobre todo, si están avalados por la Casa Real española…

P.- ¿Española?
R.- Sí, el mejor aval que puedes tener en Marruecos es la recomendación del rey Juan Carlos I. Pero importancia política de los negocios, no. En los contenciosos  políticos que ha habido desde la “Marcha verde” en adelante y llegando a “Perejil”, a donde queramos remontarnos, nunca los tiempos han sido manejados por el Gobierno español sino siempre  por el “majzén”.

P.- ¿Cuándo fue, Diego, una ocasión concreta y bien significativa, en que, al parecer, intentaste buscar la mejor salida para unos jóvenes saharauis en apuros?
R.- Cuando tres muchachos saharauis del Aaiún pidieron asilo político en nuestra embajada de Rabat. El embajador fue partidario, desde el primer momento, de entregarlos a la policía para evitar que el gobierno alauí se irritara. Le informé, con todo género de detalles, de las violaciones a los Derechos Humanos que se estaban produciendo en el territorio ocupado y de las desapariciones, que  entonces alcanzaban ya las 500 personas; proponiéndole negociar con el servicio ante quien estaba acreditado la salida de los tres a Ceuta. El mundo al revés; los diplomáticos dispuestos a entregarlos y los espías defendiendo el cumplimiento de la convención, firmada por España dos años antes en Ginebra, sobre Derechos Humanos. El desenlace no pudo ser más surrealista: el embajador trayendo a la embajada, en su coche oficial, a tres policías que se llevaron a los saharauis después de amenazarlos, en hasanía, en nuestra sede diplomática. Yo, expulsado de la Embajada, tuve que alquilarme una oficina, enfrente, durante varios meses hasta que cesé en mi destino.

P.- ¿Quién era entonces el embajador de España en Marruecos?
R.- Joaquín Ortega.
Guarda presidencial marroquina protege as costas do ditador Obiang, da Guiné Equatorial  

Guardia marroquí para Obiang
P.- ¿Conoces el origen de la guardia pretoriana marroquí con que cuenta Teodoro Obiang Nguema?
R.- La llegada de la guardia presidencial, marroquí, a Guinea fue gracias a un error político del gobierno de Suárez. Obiang pidió, nada más dar el golpe, una unidad tipo compañía para que le sirvieran de guardia personal. En principio se barajó el Tercio y, más adelante, la Guardia Civil. Se descartaron ambas opciones para no dar imagen de “neocolonialismo”. Obiang entonces acudió a Francia y ¿qué país africano era el más idóneo para controlar a España, si los vientos variaban?…

P.- Al volver, tangencialmente, sobre el tema de Guinea Ecuatorial, ya tratado en la primera entrega de esta remansada entrevista periodística, te propongo introducir, a modo de paréntesis, otra pregunta que atañe a aquellas latitudes: ¿recibiste órdenes concretas de cara al intento de golpe de Micó?
R.- No hubo órdenes referentes al intento de golpe de Estado de Micó. Mi oficina llevaba alertando, un par de meses antes de producirse, sobre la existencia de fuertes indicios sobre la intentona. El MAE (Ministerio de Asuntos Exteriores) no aceptó la veracidad de los informes del CESID, por lo que el golpe les pilló con el paso cambiado. El golpe generó una crisis diplomática con España, el gobierno guineano decidió ejercer presión y el elegido fui yo. En un principio el ministerio de Defensa guineano le comunicó al jefe del equipo militar de Cooperación que iban a declararme “persona non grata”. Mi jefe señaló que no había ninguna razón para ello y que, si lo hacían, el gobierno español lo consideraría un acto inamistoso. Finalmente me fui de vacaciones, como tenía previsto y, claro, no regresé. No existió ninguna expulsión.

En Paris de la France
P.- Pasemos, si te parece, a hablar sobre tu siguiente destino, en Francia. En tu época, presumo que contarían con preferencia, en tu labor allí, los asuntos relacionados con la lucha contra ETA, especialmente por parte de los servicios de Inteligencia
R.- Muchas actividades, pero tres esenciales: la lucha contra el terrorismo de ETA; los Balcanes y el mundo árabe. Francia, desde el punto de vista de la Inteligencia, es una especie de atalaya, con una panorámica sobre diferentes regiones del globo. Además de ETA, la crisis de Oriente Medio,  y el conflicto entre Croacia y Serbia, que acababa de comenzar, y con todo lo que vino después en la antigua Yugoslavia. En Francia se podía llegar, a lo mejor, donde no podía hacerlo quien estaba en el lugar, porque el control policial fuera muy grande y no pudiera acceder a la información. Hubo un gran éxito en la Embajada, que fue descabezar, con la cooperación francesa, la cúpula económica de ETA, en Bidart; y, después, otro gran éxito consistió en  desbloquear las extradiciones, puesto que conseguimos que los franceses, en su reforma del Código penal, el año 92 o 93, identificaran pertenencia a banda armada con asociación de malhechores, que era lo que ellos, en el código anterior,  contemplaban para la extradición, puesto que pertenencia a banda armada lo consideraban como pertenecer a un movimiento de liberación nacional. Desde el momento que se consiguió eso, las extradiciones pendientes se desbloquearon.

P.- Así, pues, Francia, ya no era un santuario para ETA
R.- Desde luego, Francia había dejado de ser un santuario, yo creo que tres o cuatro años antes de llegar allí.

P.- En cuanto a la política mediterránea ¿qué puedes decir?
R.- Sobre la política mediterránea encontramos bastante comprensión por parte de colegas franceses. El argumento concreto, por mi parte,  era que el Mediterráneo, de cara a los países europeos, no debía entenderse como se había entendido durante la guerra fría; es decir, como una zona de influencia francesa, una zona italiana, una zona española, sino que, realmente, con la Unión Europea, lo que resultaba preciso era aunar la fuerza de Francia, de Italia y de España, con objeto de crear un bloque mediterráneo, donde se armonizaran esas políticas, de cara al equilibrio de la política europea. Algo que permitiría al bloque mediterráneo tener un peso específico del cual, de otra forma, carece. Encontré, como digo, mucha comprensión por parte del Gobierno francés,  a través de sus órganos de la Inteligencia;  sin embargo, lamentablemente, el Gobierno, entonces de Felipe González, no fue sensible y pasó del tema olímpicamente, con lo cual Francia se centró en su “grandeur”, que viene a ser “nosotros estamos aquí y los demás deben supeditarse a lo que queramos”.

P.- Con tu experiencia, doble y consecutiva además, en Marruecos y en Francia ¿has sacado la idea de que operan ambas como una cierta tenaza sobre España, en determinadas cuestiones?
R.- Si, el efecto es de tenaza. Lo que pasa que Marruecos va a la consecución de sus fines materiales y Francia obtiene los réditos en el ámbito del  prestigio internacional. Para Francia sería un problema, si España hiciera una política diferente, puesto que se cuestionaría su papel de potencia hegemónica regional. Creo que es una visión equivocada por parte de España, no hacer valer las bazas que tiene. Del lado francés,  es una política cortoplacista que, a medio y largo plazo, no le va a producir ningún  rédito porque ella sola no es capaz de equilibrar el lado alemán y, por otra parte, el que nosotros tengamos una política de seguidismo con respecto a París, lo único que nos proporciona es que nuestro papel internacional sea totalmente inane: si hay algo que conseguir de España,  “hablemos con Francia”. Los pactos de familia que tanto daño hicieron y hacen a los intereses españoles.

Análisis de conjunto
P.- ¿Qué matices distinguirías entre esos sucesivos destinos en Guinea Ecuatorial, Centroamérica, Marruecos y Francia?
R.- Matices todos, cada país correspondió a una realidad política diferente. El conjunto supuso un enriquecimiento personal indudable; ser capaz de ver el mundo sin anteojeras, más abierto.
Resumiendo, diría que mi única decepción fue comprobar cómo tu gobierno, en Guinea, teniendo unas bazas para hacer progresar a una pequeña población, cae víctima del egoísmo, la incapacidad o la corrupción de sus líderes y deja a los guineanos en una situación parecida a la que tenían hace treinta años, a pesar del descubrimiento del petróleo.

Costa Rica es la cara de esa moneda, en cuanto a eficacia; es un momento en el cual el Gobierno español sabe lo que quiere, lo que busca y además sabe hacerlo. Ves  que esa valentía a la hora de tomar decisiones y de jugar sus cartas diplomáticas, genera un aumento de prestigio internacional, a  todos los niveles, tanto entre los países aliados como entre los del otro bloque.

Marruecos es la constatación de unasituación de chantaje permanente que nuestro país sufre a lo largo de los años, Por su incapacidad en dotarse de una política exterior que no esté tutelada por Francia. Para ello el primer paso que es necesario dar es la recuperación, por parte del Presidente del Consejo de Ministros, de sus responsabilidades constitucionales, que han sido frecuentemente delegadas en la Jefatura del Estado y que han motivado nuestra debilidad negociadora frente a Marruecos…

Francia, fue una gran experiencia global con una decepción final. El  último Gobierno de Felipe González no fue sensible a ciertos temas. Voy a contarte una anécdota. Fui invitado a desayunar con el jefe de gabinete del ministro francés de Defensa, François Leotard, después de nuestra  entrada en el Eurocuerpo. Al despedirnos, mi anfitrión me dijo que le transmitiera a mi Gobierno que contara con el respaldo francés para todo lo que precisáramos en relación con este asunto. Aproveché para deslizarle que sería bueno que el idioma español fuera oficial  en los cuarteles generales de la UEO,  puesto que lo era el francés, el alemán y el flamenco. Me dijo: “Diego, no te preocupes te garantizo que eso está hecho”. Se manda el informe en esos términos y a los tres días, cojo el periódico al llegar a la Embajada y, en la primera página, leo que el empleo del idioma español en la UEO, no es un problema prioritario para el Gobierno español, según  declaraba el Ministro de Asuntos Exteriores, Javier Solana.

Sólo una pequeña acotación de quien firma la entrevista: parece un trazo solanesco -del pintor Gutiérrez Solana- para representar esa política oscura, de renuncias, de un Javier Solana, más que errático.

José Manuel G. Torga (8/8(2011)

domingo, 7 de agosto de 2011

Governo saharaui "preocupado" com a aquisição por parte de Marrocos de aviões F-16


O governo saharaui manifestou sexta-feira passada as suas «profundas preocupações quanto à via perigosa» adoptada por Rabat ao concluir a aquisição de um primeiro lote de aviões de combate F-16. O contrato de aquisição dos aviões de combate foi concluído em 2008 entre Marrocos e os EUA e prevê a entrega de 24 aviões F16, assim como diversos sistemas e armamentos, num custo total estimado em mais de 2,5 mil milhões de dólares (1.748 mil milhões de Euros).

«A aquisição por Marrocos de um novo lote de aviões norte-americanos do tipo F-16 preocupa ao mais alto nível o nosso governo. Constitui um encorajamento ao governo marroquino de prosseguir na sua política de teimosia colonial, assente na ocupação do Sahara Ocidental pela força militar e desprezando a Carta e as resoluções da ONU desde 31 Outubro de 1975», afirma o governo saharaui em comunicado.

«Este género de contratos, que este regime contrai com o dinheiro do povo marroquino, — sublinha o comunicado — não contribui para o desenvolvimento esperado de Marrocos, antes constitui uma oportunidade para o regime reforçar a mão de ferro contra a vontade do povo marroquino, não responde às necessidades da região em geral, que aspira à construção de uma unidade magrebina assente em bases de paz e de respeito partilhado».
O comunicado sublinha ainda que «a dotação a Marrocos de um primeiro lote de aviões F16 por parte dos EUA vai reforçar um arsenal de guerra que o regime aluita tanto tem utilizado na sua ocupação criminosa contra o povo saharaui».

Um primeiro lote de aviões militares norte-americanos F-16, construídos pela Lockheed Martin, foi entregue na passada quinta-feira às Forças Reais do Ar, em cerimónia organizada na 6ª Base aérea das FRA (6ª BAFRA) em Benguerir. A aquisição por Marrocos destes aviões de caça insere-se no quadro de uma «estratégia que visa o reequipamento e a modernização das FAR», justificou o general Ahmed Boutaleb, inspector das Forças Reais do Ar marroquinas. 

Agências

terça-feira, 2 de agosto de 2011

A Bassir Mohamed uld Hach Brahim uld Lebser, “Bassiri”


A Bassir Mohamed uld Hach Brahim uld Lebser, “Bassiri”
Pai do Nacionalismo Saharaui
No 41.º aniversário do seu «desaparecimento» pelo exército espanhol, a 29 de Julho de 1970, em El Aaiun.
Tinha 28 anos.

“A lua estava em Quarto Minguante no céu de El Aaiun, nesse dia de 29 de Julho de 1970. O relógio do comandante Asenci, ajudante do Governador Pérez de Lema, recém-nomeado delegado provincial de Segurança, marcava as 4h30 da madrugada quando se apresentou com dois Land-Rover com capota de lona no passadiço do Quartel de Artilharia. A bordo dos veículos ía uma patrulha formada por legionário do “Tercio Jun de Austria” às ordens de um capitaõ e uma brigada adstrita ao Quartel General. Do calabouço, situado junto à mesma porta de entrada do regimento, junto à porta da guarita da sentinela, tiraram um homem baixo.

O capuz da sua veste ocultava o seu rosto barbado. Levava uma bolsa de plástico numa das mãos e não estava amarrado pelos pulsos.

Fizeram-no subir para um dos veículos. A temperatura era amena (18º graus centígrados) e a cidade de El Aaiun estava adormecida e às escuras.

A coluna cruzou o centro da cidade e rumou à estrada que vai em direcção à praia. Passou diante do Aeroporto, e, aí a una 10 quilómetros, guinou para a direita, em direcção a uma cadeia de dunas que corre ao longo da praia atlântica.

Junto a uma dessas elevações de areia, o preso foi obrigado a descer da viatura. Ordenaram-lhe que avançasse na direcção em que aprontavam as luzes dos faróis.

Foi a última vez que alguém viu com vida o pai do Nacionalismo Saharaui. Tinha apenas 28 anos e chamava-se Bassir Mohamed uld Hach Brahim uld Lebser, embora fosse conhecido apenas por Bassiri.

Da sua folha de registo de identificação passada pela Subdelegação Governativa de Daora (no Noroeste do território) apenas consta o n.º do processo: 7.492. O seu nome, a sua tribo (Erguibat) e a sua fracção (Lemuademin). O resto dos espaços estão em branco.
Estes factos relatados e reconstruídos pelo jornalista Tomás Bárbulo, chegaram até ao nosso conhecimento graças ao testemunho de três pessoas que conheceram estes acontecimentos através das declarações de testemunhas presenciais que sempre preservaram o seu anonimato, embora se saiba que foram velhos militares do Exército Africano, cujo testemunho seria considerado uma delação.

Mas se alguém procura uma prova mais tangível, pode procurá-la debaixo de uma das dunas que bordejam a estrada que liga a praia á cidade de El Aaiun (*)

(*) Tomás Bárbulo «La historia prohibida del Sahara Español “, Editorial Destino, 2002, pág. 66 a 68.

Informação estraída do libro “Huracán sobre el Sahara”, de Pablo Ignacio de Dalmases, Editorial Base, primeira edição Novembro de 2010.

Violenta agressão marroquina em El Aaiun contra manifestantes saharauis


Uma dezena de saharauis ficaram feridos este Domingo à tarde durante uma violenta intervenção das forças de ocupação para dispersar uma manifestação pacífica organizada por cidadãos saharauis que reclamavam a libertação de um militante saharaui, informou ontem a organização Equipo Media.

A manifestação foi organizada na sequência da detenção e encarceramento na Prisão Negra do activista saharaui Bouhla Ghali, de 22 anos, o qual foi detido sem que tenha podido contactar com a sua família ou conhecer as acusações formuladas contra ele.

As forças de ocupação sequestraram o activista saharaui na Avenida de Tan Tan, no centro de El Aaiún, capital do Sahara Ocidental ocupada por Marrocos, após Bouhla Ghali ter participado numa manifestação pacífica.

Entre as vítimas da violência policial figuram:
  • Salma Mohamed Abeid
  • Meriem Bourhimi
  • Aziz Bouhalla
  • Aichatou Othman Boutasoufra
  • Meriem Bouhala
  • Elghalia Aamar
  • Laaroussi Soudani
  • Ali Abdellah
  • Najib Bouhalla
  • Noura Bohalla
  • Mhaimida Laabeidi
  • Marim Khaldi


Também  no Domingo, na Avenida Mezouar, situada no centro da cidade, dezenas de saharauis manifestaram-se para reivindicar o respeito pelo seu direito à autodeterminação do seu povo sobre o seu futuro, a sua terra e os seus recursos.
(SPS)

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Sevilha recebe a 37.ª EUCOCO


A 37.ª Conferência Europeia de Coordenação do Apoio ao Povo Saharaui vai ter lugar em Sevilha nos dias 18, 19 e 21 de Novembro.

A Região da Andaluzia e a Cidade de Sevilha ultimam os preparativos para acolher a 37.ª  Conferência Europeia de Coordenação do Apoio ao Povo Saharaui (EUCOCO).

O facto deste importante evento anual da solidariedade se realizar em Espanha, a apenas 15 quilómetros de Marrocos, ganha uma transcendente importância e constitui uma forte pressão sobra as autoridades de Espanha para assumirem as suas responsabilidades na resolução deste conflito de que foram autores.

A província de Sevilha está irmanada com Dajla desde 2001 e,  desde 2010, que a autarquia da Cidade está geminada com Tifariti, nos territórios libertados do Sahara Ocidental.

Bloqueio a Bojador: Secretário-Geral da Frente Polisario apela à rápida intervenção de Ban Ki-moon


O presidente da República Saharaui e Secretário-Geral da Frente Polisario, Mohamed Abdelaziz, advertiu Ban Ki-moon para a "perigosa" situação que prevalece na cidade ocupada de Bojador onde a intervenção militar das forças ocupantes marroquinas tentam impedir que os cidadãos saharauis possam expressar pacificamente as suas reivindicações legítimas.

Em mensagem dirigida ao SG da ONU, o presidente saharaui solicita "uma intervenção imediata" para proteger os civis saharauis indefesos e obrigar o levantamento do bloqueio militar imposto desde a passada quarta-feira à cidade de Bojador (terceira cidade saharaui), e sobre a qual as Nações Unidas têm total responsabilidade.

Abdelaziz pede ao SG da ONU que "pressione Marrocos a revelar a verdade e determinar as circunstâncias desta intervenção (…) e a permitir que os observadores e jornalistas independentes” se possam deslocar ao território e à cidade.

Quarta-Feira passada, as cinco coordenadoras de desempregados saharauis decidiram levar a cabo uma concentração por tempo indeterminado. Cerca das 22:00 horas, os manifestantes foram surpreendidos por uma violenta intervenção por parte de elementos do exército e da polícia que agrediram e torturaram os cidadãos indefesos e destruíram as tendas que tinham sido montadas.

A brutal intervenção causou vários feridos entre os manifestantes.
(SPS)