segunda-feira, 30 de julho de 2012

Frente Polisario pede a Espanha que esclareça quais as novas ameaças



O delegado da Frente Polisario em Espanha, Bucharaya Beyun, pediu ao Governo de Mariano Rajoy que concretize qual "essa ameaça eminente que pesa sobre os acampamentos" em razão da qual decidiu repatriar os cooperantes espanhóis, atitude que — considera — irá prejudicar política e humanitariamente o povo saharaui.

Em declarações à agência EFE, o representante da Frente Polisario afirmou que a repatriação dos cooperantes e "a forma como foi feita, com muitas declarações e com o envio de um avião" prejudica a imagem dos saharauis.

"É vender a imagem de que nos acampamentos vai a ocorrer algo gravíssimo nos próximos dias; ninguém nos informou qual seja essa ameaça eminente que pesa sobre os acampamentos, que vai atingir os saharauis humanitária e politicamente", lamenta.

Segundo Beyun, o Governo da República Saharaui reforçou as medidas de segurança e mostra-se disposto a aumentá-las se o risco for maior, ainda que assegure ignorar "qual seja a nova ameaça aos acampamentos".

Medidas de segurança
"Necessitamos saber o que poderá ocorrer para poder afrontar essa ameaça e salvar as pessoas que estão nos nossos acampamentos", afirmou o delegado da Polisario, que acrescentou que "se o terrorismo não fustigou os acampamentos não é porque não tenha querido, mas porque não pôde, devido às medidas de segurança".
Para Beyun, "esta decisão precipitada" prejudica a imagem dos saharauis, ao colocar dúvidas sobre a sua capacidade de garantir a segurança, e apresenta-os como "um santuário terrorista".
O delegado da Polisario valorizou o trabalho dos cooperantes espanhóis, em aspetos como a saúde, a educação ou a alimentação dos saharauis, e advertiu de que se eles não regressarem em setembro, após as férias, isso "afetará seriamente a situação dos acampamentos".

"Querem abrir uma nova frente, que é a de subtermo-nos à fome através da pressão do terrorismo, não vamos claudicar, não nos vamos render; por muito que cortem a cooperação, já passámos por situações muito mais difíceis e continuaremos resistindo", declarou.

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