Vários feridos após brutal intervenção de forças policiais
marroquinas uniformizadas e à paisana e agentes de outros corpos da Segurança marroquina
contra os manifestantes saharauis esta tarde no bairro Maatala e Casa Piedra.
Entre os feridos encontra-se Mohamed Dadach, o presidente do
CODAPSO e prémio Rafto de direitos humanos norueguês. Outros cidadãos feridos
são: Mariam Burhim, Nzaha Eljaldi, Sleima Limam, Breh Forrik, o ex-preso
político Abderrahaman Zeyu, Leila Lili, Bomba Lefkir, Mahfuda Lefkir, Galia
Yumani, Salma Numaria, Hadhum Forrik, Sukeina Yaya, Salam Bueh, Hayhum Azirgui,
Um Lejut Lefkir, Egaibani Lehueich, Aid Elgardag, Hasan Elgardag e Yezana
Ameidan. Segundo outras fontes, há também detidos, dos quais se desconhece no
momento a identidade.
Os defensores de direitos humanos referem que até às 22
horas desta noite ainda decorriam fortes confrontos entre a população e agentes
da segurança marroquinas vestidos à paisana no bairro Casa Piedra e na Rua Mezuar.
Os manifestantes empunhavam bandeiras saharauis e gritavam palavras-de-ordem contra
o Acordo de Pesca entre Marrocos e a União Europeia em que se incluem as águas
do Sahara Ocidental; contra as violações de direitos humanos que o regime marroquino
viola sistematicamente contra a população civil saharaui.
Segundo o Comité de Defesa do Direito de Autodeterminação do
Povo Saharaui (CODAPSO), várias casas de saharauis foram (ou estão a ser)
invadidas por agentes marroquinos na avenida Smara. Todas as lojas foram
fechadas na cidade e imposto o recolher obrigatório nestes bairros cercados pelos
serviços de segurança marroquinos.
O CODAPSO informa que 150 desempregados saharauis se encontram
sentados frente à sede do Centro de Emprego marroquino, situado na Rua Meca.
Os desempregados gritam “Não ao saque dos nossos recursos
naturais” e empunham cartazes em que denunciam a marginalização e o empobrecimento
que sofrem por parte da administração de ocupação e denunciam os acordos de
pesca UE-Marrocos, além de entoarem palavras-de-ordem a favor da independência e
da autodeterminação do Sahara.
Fonte: CODAPSO; Foto: Equipa Media
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