sábado, 23 de novembro de 2013

Marrocos: dececionante resultado em Washington

 


O Rei de Marrocos, acompanhado por uma vasta delegação de vassalos, deslocou-se a Washington com a intenção, entre outras, de poder modificar a postura dos EUA em relação ao Sahara Ocidental.

Desde 1991, quando Marrocos decidiu boicotar o referendo no Sahara Ocidental, o seu objetivo central foi sempre esse. Ou seja, alterar posição dos EUA. Nesse sentido, desde os finais dos anos noventa a monarquia alauita tem gasto enormes somas de dinheiro com diversas empresas de lobbying nos EUA. Para sua desgraça, todas estas empresas, não obstantes todas as “démarches” e iniciativas, têm chegado a uma mesma conclusão:

"A posição dos EUA em relação ao Sahara Ocidental é inalterável e ajustada, com precisão, ao Direito Internacional. Ou seja, é tratada como um Território Não-Autónomo onde Marrocos carece de soberania e onde se trata de aplicar toda a doutrina das Nações Unidas relativa ao direito de autodeterminação".
                             
Mas Marrocos não desiste e, desta vez, foi o próprio rei que se dispôs a cruzar o oceano para modificar a postura da administração norte-americana. O resultado constituiu, porém, uma autêntica deceção.

Washington não se moveu uma polegada da sua posição tradicional. Sobre a propagandeada Proposta de Autonomia, os EUA limitaram-se a repetir exatamente a mesma expressão já entediada em sucessivas resoluções do Conselho de Segurança.

A declaração do porta-voz da Casa Branca , pode ser resumida nestes cinco pontos:

  • Obama continuará a apoiar os esforços para encontrar uma solução pacífica, sustentável e mutuamente acordada;
  •  A política dos EUA sobre o Sahara Ocidental tem-se mantido constante durante muitos anos;
  • O Plano de Autonomia é sério, realista e credível;
  • Continuamos a apoiar as negociações levadas a cabo pelas Nações Unidas, incluindo o trabalho do Embaixador Christopher Ross Enviado Pessoal do Secretário-Geral da ONU, e exortamos as partes a trabalhar em direção a uma resolução;
  • Os dois líderes reafirmaram seu compromisso compartilhado para melhorar a vida do povo do Sahara Ocidental e concordaram em trabalhar juntos para continuar a proteção e promoção dos direitos humanos no território.


Consequentemente, há apenas duas novidades nesta declaração, ambas amargas para Marrocos:

  • Washington continua a apoiar a "besta negra" de Marrocos, o Sr. Christopher Ross, e
  • Obama deverá ter puxado as orelhas a Mohamed VI para lhe arrancar algum compromisso sobre a proteção e promoção dos Direitos Humanos no território.


Ciente do possível falhanço, Marrocos tinha preparado outras manobras de diversão, caso necessário. Assim, a recente suspensão das relações diplomáticas entre o Panamá e a RASD foi agendada precisamente para este momento para, desse modo, dar a impressão de ser um resultado da atividade do Rei no exterior.

Além disso, o grande barulho orquestrado pelos Media marroquinos, revela que, não tendo alcançado o miraculoso golo que lhes permitisse ir ao Brasil, tentaram fazer das tripas coração, apresentando os pobres resultados obtidos em Washington como uma verdadeira mudança de posição dos EUA. E, nestas coisas, Obama é muito mais prático. Se tivesse optado por seguir Marrocos, ele viria em pessoa, e teria-o anunciado. Era isso que os marroquinos queriam. O pior é que eles tiveram apenas de ruminar citações de um mero porta-voz da Casa Branca.


Fonte: Haddamin Moulud Said

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