quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

A URSS e o seu apoio ao povo saharaui




Um artigo que explica e, de algum modo, “defende”, a posição da antiga URSS e hoje da Federação Russa face ao conflito saharaui. O articulista não fala dos interesses económicos com Marrocos, que levaram pesqueiros soviéticos - e hoje pesqueiros russos  - a fainar em águas do Sahara Ocidental, numa clara violação do Direito Internacional. Recorde-se que durante a votação da última resolução do Conselho de Segurança a imprensa internacional informou que a Federação Russa terá sido um dos países — a par da França e com a cumplicidade de Espanha — , que se terá oposto à ampliação das funções da MINURSO à vigilância dos DDHH…


Após o abandono das tropas espanholas do Sahara, coincidindo com a invasão do território por parte dos marroquinos, o povo saharaui ficou abandonado à sua sorte. Seis dias antes da morte de Franco, a 14 de novembro de 1975, Espanha firmou um acordo com Marrocos pelo qual terminava com a sua presença na região.

Desde então têm sido muitos os intentos para resolver a questão saharaui, mas nenhum acabou por se tornar verosímil. A realidade é que a ONU não soube como gerir esta situação. Não se tratava de uma ocupação de uma potência ocidental mas de um país norte-africano que o reclamava como parte do seu território – daí que a situação tivesse ficado num limbo legal perpétuo.

Num primeiro momento, a URSS proclamou-se neutral ante estes acontecimentos. Há que recordar que Marrocos não mantinha então más relações económicas com o gigante soviético. Não obstante, a sua posição diplomática foi a de outorgar o direito de autodeterminação.

Porém, o grupo de países Não-Alinhados, entre os quais se encontravam Cuba, Argélia e Líbia, defendeu fortemente a posição a favor da independência do povo saharaui, e uma vez que Marrocos votou pela retirada soviética do Afeganistão e se alinhou com os EUA, a balança neutral da URSS quebrou-se beneficiando a posição dos Não-alinhados. Apesar das acusações de Hassan II, anterior rei de Marrocos, a URSS não apoiou o fornecimento de armas à Frente Polisario, braço armado do movimento independentista.

O que fez foi ajudar o povo saharaui com bolsas de estudo para defender o seu direito de decidir o seu próprio futuro, posição mantida até à data, hoje como Federação Russa. Trata-se de um apoio vital para conseguir um mundo sem colonizados nem colonizadores, onde todos possam ter algo a dizer numa arena internacional caráter multipolar.


Fonte: rusiahoy.com / Por Santi Pueyo

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