Washington, 24 mar (EFE).- A ativista saharaui Aminatou
Haidar instou hoje o Congresso dos Estados Unidos a envolver-se na defesa dos direitos
humanos no Sahara Ocidental e que apoie o direito de autodeterminação dessa região
africana que atualmente está controlada quase na sua totalidade por Marrocos.
Haidar, presidente do Coletivo dos Defensores Saharauis de Direitos
Humanos (CODESA), encontra-se estes dias na capital norte-americana para voltar
a chamar a atenção do país e da comunidade internacional sobre o problema que
vive o povo saharaui.
Segundo assegurou numa conferência organizada pela Defense
Forum Foundation, "o regime marroquino viola sistematicamente os direitos humanos"
dos saharauis, e insistiu que apesar da resolução aprovada pela ONU em abril do
ano passado, não houve uma melhoria substancial da situação.
"Entre 26 de abril de 2013, quando o Conselho de Segurança
da ONU adotou a resolução, e o dia 18 de março de 2014, Marrocos prosseguiu com
a sua usual política de repressão contra os civis saharauis na parte ocupada do
Sahara Ocidental e no sul de Marrocos", afirmou a ativista.
O Conselho de Segurança da ONU decidiu então por unanimidade
renovar por um ano o mandato da Missão da ONU para o Referendo no Sahara Ocidental
(MINURSO), numa resolução que pedia às partes que mostrassem "vontade
política" para resolver o conflito.
A ativista realçou na sua intervenção de hoje que a situação
não apresentou melhorias, e pediu aos Estados Unidos e à ONU que fortaleçam a sua
presença no terreno para que não se produzam mais abusos.
Segundo referiu Haidar, um jovem saharaui faleceu por
ferimento de bala em setembro passado em Assa, no sul de Marrocos, enquanto se registaram
outras oito mortes, consideradas de forma oficial como de presos comuns, mas que
correspondem na realidade, segundo afirmou, a oito presos políticos.
Haidar pediu também ao Congresso norte-americano que tome
nota das explorações mineiras que empresas dos Estados Unidos estão levando a
cabo em solo saharaui, as quais, segundo disse, violam a lei internacional.
A presidente do CODESA tornou-se especialmente conhecida quando
em 2009 protagonizou uma greve de fome durante um mês no aeroporto da ilha canária
de Lanzarote para protestar contra a sua expulsão de El Aaiún (Sahara Ocidental)
e a apreensão do seu passaporte por parte das autoridades marroquinas.
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