segunda-feira, 14 de abril de 2014

Em vésperas de debate da questão do Sahara Ocidental na ONU, os velhos argumentos e ameaças do Reino de Marrocos...

 

“Células terroristas»; «Ceuta e Melilla»; imigração em massa de subsaarianos; exportação maciça de drogas são argumentos que as autoridades de Marrocos utilizam recorrentemente em vésperas de discussão da questão do Sahara Ocidental no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Já nos admirávamos pelo atraso… mas eis que, hoje, a imprensa marroquina anuncia com pompa e circunstância “o desmantelamento de mais uma célula terrorista ligada à Al Qaida que efetuava recrutamentos de jihadistas em território nacional de Marrocos”.

Na semana passada, a mesma imprensa oficial e oficiosa marroquina anunciava que «as reivindicações de Marrocos sobre Ceuta e Melilla estarão de novo em cima da mesa em 2015“, o que levaria “o governo espanhol a estar já em estado de alerta”. Concluindo: «Uma espada de Dâmocles está suspensa sobre a cabeça de Espanha até que Marrocos abra este dossiê».

Sobre a maior ou menor intensidade das vagas de deserdados subsaarianos lançados para as praias de Espanha, estamos conversados… Depois das armadas de «pateras» enviadas a partir das costas marroquinas, com o trágico saldo de mortos e desaparecidos em pleno Oceano, seguiram-se-lhes as hordas organizadas contra as altas “cercas” dos enclaves espanhóis.

No que se refere à droga, o caso é semelhante. «O mercado» poderá condicionar o fluxo exportador… mas não podemos ser inocentes ao ponto de imaginar que esse comércio sujo de que Marrocos é o principal produtor e exportador mundial, segundo a ONU, não está sujeito às «necessidades» argumentativas da política externa do Palácio quando a questão é defender a pretensa marroquinidade do Sahara Ocidental.

Ninguém no seu pleno juízo pensará que, quer o fluxo imigratório para a Europa, quer aquele que é o mais lucrativo produto de exportação de Marrocos – o haxixe —, é apenas controlado por obscuros contrabandistas e traficantes que contrabandeiam a traficam “livremente” longe da tutela de um Estado policial e de um superpoderoso poder real.


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