Quinze pessoas ficaram feridas depois de a polícia
marroquina ter dispersado duas manifestações pró-independência do Sahara
Ocidental, nas últimas 48 horas e à margem da visita de uma delegação da ONU,
informaram hoje Organizações Não-Governamentais (ONG) locais.
Na cidade de Dakhla, várias dezenas de militantes tentaram
manifestar-se, agitando bandeiras independentistas, em paralelo com uma visita
de membros do Alto-Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, declarou à
agência noticiosa AFP um responsável de uma ONG, Elmami Amar Salem,
acrescentando que "a polícia marroquina dispersou-os à força" e que
"houve três feridos".
Na quinta-feira, algumas dezenas de pessoas queriam
participar numa manifestação em El Aaiún, a principal cidade do Sahara
Ocidental, mas a polícia "interveio para as dispersar", referiu, por
sua vez, o representante da Associação dos Direitos Humanos marroquina, Hamoud
Iguilid, adiantando que 12 pessoas "foram transportadas para o hospital
com vários ferimentos".
O Conselho de Segurança das Nações Unidas adotou na
terça-feira uma resolução que apela à melhoria dos direitos humanos na região,
sem definir qualquer mecanismo de controlo.
O Sahara Ocidental é controlado por Marrocos desde a saída
do colonizador espanhol na década de 70.
Rabat propõe um plano de autonomia, sob a sua soberania,
para o território, mas a Frente Polisário, movimento independentista apoiado
pela Argélia, reclama um referendo pela autodeterminação. A mediação da ONU
está num impasse.
Por Lusa
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