O ex-oficial dos serviços de inteligência
marroquinos conhecidos sob a sigla de DST, Hicham Bouchti, confirmou a implicação
do rei de Marrocos, Mohamed VI, no tráfico de drogas e as ligações dos serviços
secretos marroquinos com movimentos terroristas na região, como a AQMI e o MUJAO.
Numa entrevista concedida ao diário
argelino “Echorouk”, Bouchti declarou que “o rei tornou-se rico graças ao tráfico
de cannabis.
Não é preciso ser muito inteligente
para saber que uma das fontes de enriquecimento da monarquia marroquina é o tráfico
internacional de drogas”.
“Marrocos financia indiretamente a
Al-Qaeda no Magrebe Islâmico para que possa prosseguir as suas atividades na
região e assim matar dois pássaros com um só tiro: acusar a Argélia de ser um
foco de terrorismo e colar à Frente Polisario a etiqueta de organização terrorista”,
acrescentou.
Com o fito de se apresentar às potências
ocidentais no papel de “gendarme da região e atrair o seu dinheiro em nome da
luta contra o terrorismo, a monarquia não hesitou em reprimir e torturar cidadãos
marroquinos inocentes para os apresentar como terroristas, afirmou Bouchti.
Interrogado sobre a relação entre o rei
e a instituição militar e os corpos de segurança marroquinos, Bouchti declarou
que esta relação é semelhante à que existe entre o Padrinho e a Máfia, exceto quando
atendem à diretiva dada por Hassan II aos oficiais do exército depois das duas
tentativas de golpe em 1971 e 1972 de " interessá-los pelo dinheiro, mas afastá-los
da política"
O ex-espia marroquino disse que o que
o havia levado a deixar os serviços secretos marroquinos “foi a ausência de uma
lei que enquadre esses serviços e defina a sua missão”. “Ao mesmo tempo que – acrescenta
- , não existe um contrato institucional para proteger os cidadãos contra o abuso
dos seus oficiais”, sublinhando que “os serviços não estão sob nenhum controlo
da justiça nem do Parlamento e que aproveitam este vazio jurídico para reprimir
e cometer injustiças e burlar a lei no exercício das suas funções“.
“Eu trabalhava para a inteligência
militar. Tínhamos contacto com mais de 12 serviços de inteligência, em primeiro
lugar a DGED (Direção-Geral de Estudos e Documentação), a DST (Direção de Vigilância
do Território) e o DAG, um serviço que depende do Ministério do Interior e fui
testemunha de operações de sequestro, tortura, corrupção, suborno e tráfico de
drogas levadas a cabo por responsáveis desses serviços”, disse.
Fonte: Diáspora Saharaui
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