Bucharaya Beyun, delegado da F. POLISARIO em Espanha |
A entrada de
Espanha no Conselho de Segurança da ONU deveria ser uma oportunidade para que
se começasse a solucionar alguns conflitos internacionais em que o nosso país
tem alguma responsabilidade histórica, como o do Sahara Ocidental. Por isso, a
Frente Polisario pediu ao Governo espanhol que “lidere” a procura de uma saída
para o conflito e deixe de ir “a reboque da França”.
Espanha
ocupará o seu lugar em janeiro de 2015 e, em abril desse ano, o Conselho de
Segurança reanalisará a missão no Sahara Ocidental em função do relatório que
vier a apresentar o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, sobre o
processo de paz. Na opinião da Polisario, Espanha deveria desempenhar um papel
chave nas futuras votações do Conselho de Segurança a favor do direito de
autodeterminação do povo saharaui.
“Espanha tem
que fazer o que lhe corresponde, e que até agora não o fez”, declarou esta
sexta-feira o delegado da República Árabe Saharaui Democrática em Espanha e
membro do executivo da Frente Polisario, Bucharaya Beyun, ao The Diplomat in
Spain.
Governo [de
Espanha] deve atuar como “potência administrante” e não “a reboque da França”
“Espanha
continua a ser a potência administrante e é membro do Grupo de Amigos do
Sahara”, formado pela França, Reino Unido, EUA, Espanha e Rússia. Por isso, a
sua entrada no Conselho de Segurança da ONU deveria ser “uma boa oportunidade
para que faça algo”, prosseguiu Beyun, ainda que para isso seja necessário que
a Espanha “lidere a procura de uma solução para o Sahara, em vez de ir a
reboque da potência francesa”. “Não creio que mude muito”, lamentou o dirigente
saharaui.
O delegado
saharaui recordou que em 2013 Espanha uniu-se à Rússia e a França na oposição a
uma proposta dos EUA para que o mandato da missão da ONU (MINURSO) incluísse a
função de manutenção dos direitos humanos. Na sua campanha para conseguir os
votos necessários para entrar no Conselho de Segurança, o Governo espanhol
comprometeu-se a contribuir “eficazmente para a manutenção da paz e segurança
internacionais, o desenvolvimento sustentável e a defesa e promoção dos direitos
humanos”.
O presidente
da RASD e secretário-geral da Frente Polisario, Mohamed Abdelaziz, instou na
passada quarta-feira Ban Ki-moon a adotar medidas “urgentes” contra Marrocos
para “pôr fim” aos ataques das “forças de ocupação marroquinas, compostas pelo
Exército, a Polícia e as forças auxiliares”, contra a população saharaui, em
especial contra os manifestantes partidários da autodeterminação.
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