Por ocasião do Dia Internacional
dos Direitos Humanos, que se assinalou ontem, 10 de dezembro, a AAPSO
(Associação de Amizade Portugal Sahara Ocidental) enviou uma carta ao
Primeiro-Ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, e ao Ministro dos Negócios
Estrangeiros, Rui Machete, apelando ao empenhamento do Governo Português na
defesa dos Direitos Humanos do Povo Saharaui, tendo em consideração “a especial
responsabilidade assumida pelo Estado português, ao candidatar-se às eleições
para membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU e para membro do ECOSOC» .
Eis o teor da Carta:
Exmos.
Senhores
Primeiro-Ministro
e Ministro dos Negócios Estrangeiros
Celebra-se
hoje o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Queremos assinalar a especial
responsabilidade assumida pelo Estado português, ao candidatar-se às eleições
para membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU e para membro do ECOSOC.
Uma
defesa e promoção consequentes dos Direitos Humanos não é uma tarefa
automática. Impõem pensamento e ação, coragem política e persistência.
A
situação em que se encontra o processo de descolonização do território não
autónomo do Sahara Ocidental apela a todas estas capacidades. Portugal pode ter
um papel relevante neste quadro e dispõe agora de novas condições e
oportunidades para o desempenhar.
O
povo saharaui deseja exercer o seu legítimo direito à autodeterminação. As
Nações Unidas dispõem de todos os meios, políticos e materiais, para organizar
um referendo livre e justo, esperado há demasiado tempo. É um imperativo para a
comunidade internacional fazer cumprir o direito internacional e acabar com o
último caso de colonização em África.
Todos
sabemos, pelo conhecimento da História, que quando se querem negar os direitos
dos povos se violam os seus direitos fundamentais, na vã tentativa de os fazer
vergar e desistir. Apesar de um ambiente internacional muitas vezes hostil,
Portugal acompanhou e denunciou durante anos toda a série de violações dos
direitos humanos a que o regime indonésio submeteu o povo de Timor Leste. Como
sabemos, essa ação não foi em vão.
O
povo saharaui tem vindo a sofrer inúmeras, persistentes e sistemáticas
violações dos direitos humanos por parte do seu colonizador, o Reino de
Marrocos. Não estão em causa os laços de solidariedade e boa vizinhança entre
os povos saharaui e marroquino. Apenas não se podem tolerar práticas lesivas
dos direitos de nenhum povo e, portanto, também do povo do Sahara Ocidental.
Lembramos
assim aos representantes das e dos portugueses que lhes cabe defender, em todas
as instâncias, nacionais e internacionais, os direitos do povo saharaui à vida,
à liberdade e ao desenvolvimento. Neste momento, começando pela exigência,
urgente, de reconhecer à MINURSO a capacidade de monitorizar todas as violações
de direitos humanos nos territórios sob sua alçada.
O Dia
Internacional dos Direitos Humanos não é uma efeméride. É uma chamada à ação
consequente com os princípios que, publicamente, defendemos. E que temos de
colocar em prática sempre, em todas as circunstâncias.
A Associação
de Amizade Portugal-Sahara Ocidental
hola amigos.yo soy embarek de sahara ocupado
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