No
próximo dia 30 de Junho, domingo, será lançado na Feira do Livro
de Braga o livro «Zahra», de Tomás Sopas Bandeira, uma iniciativa
das Edições Afrontamento e da livraria Centésima Página, uma obra
baseada na experiência do jovem médico e nosso companheiro na AAPSO
nos acampamentos de refugiados saharauís em Tindouf (Argélia).
Espaço de informação e debate promovido pela Associação de Amizade Portugal - Sahara Ocidental.
Pelo direito à autodeterminação do povo Saharauí.
quinta-feira, 20 de junho de 2019
segunda-feira, 17 de junho de 2019
Ahmed Ettanji: Marrocos teme um referendo no Sahara
Por
Jesús Cabaleiro Larrán -17/06/2019 - Ahmed
Ettanji, de 31, anos,
é jornalista
saharaui e
membro da
equipa
fundadora
da “Equipe
Media”, criado
há dez
anos.
Nascido
em El
Aaiún sofreu
as represálias
das autoridades marroquinas
pelo trabalho
que leva a
cabo de informar, dando testemunho
do que sucedendo no Sahara.
Em
abril
passado,
juntamente
com o seu
companheiro
Mohamed Mayara, recebeu
em Córdoba, o
XII Prémio
Internacional de Jornalismo
Julio Anguita
Parrado. Na
altura dedicaram o prémio
aos seus
companheiros
que “enfrentam
as
perseguições,
os
espancamentos e a prisão por
parte das autoridades marroquinas”.
Na
apresentação
do relatório de
Repórteres
sem Fronteiras
em Madrid,
no passado
dia
11 de junho
(2109) referiu
que no
Sahara há
um muro físico
que divide o
território
mas também um
muro mediático.
Na
sua intervenção
recordou
os observadores
internacionais
expulsos desde o
início do ano no Sahara
porque Marrocos
“não
quer
testemunhas”,
sublinhando
que o trabalho
profissional
que é feita pela Equipe
Media tem por
objetivo “romper
o bloqueio
informativo e
documentar as
violações
dos direitos
humanos por parte do
ocupante
marroquino”,
acrescentando
que o seu trabalho se rege pelo Direito
Internacional
humanitário.
Qual
a a atual situação
informativa no
Sahara?
Ahmed
Ettanji: A
situação
atual é
muito
difícil porque a
repressão
marroquina
aumentou
muitíssimo como também aumentam
as denúncias
internacionais
sobre a
situação,
tenho
previsto, por exemplo ir ao Conselho
dos Direitos
Humanos em
Genebra
onde irei
apresentar o relatório de
Repórteres
sem
Fronteiras.
Como
avalia o relatório elaborado
pela secção
espanhola
de Reporteres
sem
Fronteiras
apresentado
em Madrid?
AE:
Este relatório
é uma peça muito importante para
romper o
bloqueio
informativo, para iniciar a
construção de uma base
de dados
por parte de Repórteres
sem Fronteiras
e informar sobre
a situação que se vive no território que há muito tempo
está
silenciada por
várias
organizações
internacionais.
Como
encara o
julgamento no próximo dia 24
da sua
companheira
na Equipe
Media, Nazha El Khalidi, acusada de “usurpar” a
profissão de
jornalista?
AE:
É uma
acusação
extremamente
ridícula,
acusam-na por
filmar uma
manifestação
sem possuir um título
profissional,
mas o que acontece é que os jornalistas com título
ou sem título
não podem
filmar manifestações.
Os
jornalistas
saharauis não
reconhecem
a ocupação
marroquina,
a lei
marroquina
criminaliza os
jornalistas saharauis...
Estamos
a falar de
algo que
Marrocos
não
quer que se
saiba, a
situação
existente no Sahara
Ocidental.
Em
que
situação se
encontra
a língua
espanhola
no território
do Sahara?
O Instituto
Cervantes anunciou
que abriria
uma antena
em El
Aaiún e uma
outra
nos
acampamentos
de Tinduf para compensar.
AE:
A situação
da língua espanhola está muito mal, há um declínio do castelhano
no Sahara devido a vários fatores, a ocupação marroquina eliminou
tudo o que esteja relacionado com a colonização espanhola, fechou
as escolas espanholas e hoje em dia é obrigatório estudar o Francês
no Sahara . Outro fator é a Espanha, que não tem velado por
promover o espanhol no Sahara. Uma sala de aula seria muito útil,
mas nem a Espanha nem o Instituto Cervantes têm vontade de o fazer.
Há
que recordar
também a
situação
dos estudantes
saharauis nas
universidades
marroquinas
já que
no território
do Sahara
não existe
universidade.
Alguns foram
assassinados
ou perseguidos ou presos.
Os
estudantes saharauis sofrem
muitas
violações
dos direitos
humanos, nas
universidades marroquinas sofrem a marginalização,
são
perseguidos,
detidos,
vigiados e
discriminados
por parte dos professores
e da direção
das
universidades.
Não
podemos esquecer porém
os saharauis
que estão ao serviço de
Marrocos e que vivem no território à
sua sombra,
alguns desde o início do conflito.
AE:
Em qualquer causa e conflito há
sempre vendidos,
são comprados por
Marrocos mas
não têm influência no Sahara
Ocidental. Nós, como saharauis, exigimos sempre o referendo, que os
saharauis votem se quiserem autonomia ou independência, mas o
Marrocos teme uma
tal consulta.
Nós reivindicamos a democracia, seja
qual for o resultado,
mas através da
vontade expressa nas urnas através de um referendo.
quinta-feira, 13 de junho de 2019
Programa Mundial de Alimentos aprova Plano Estratégico 2019-2022 para os refugiados saharauis
Roma,
12 de junho de 2019 (SPS)- A Junta Executiva do Programa Mundial de
Alimentos, WFP, reunida no dia 11 de junho de 2019 em Roma, aprovou o
Plano Estratégico 2019-2022 de apoio à cesta básica dos refugiados
saharauis.
Segundo
o comunicado emitido pelo Crescente Vermelho Saharaui (CVS), o
Programa Mundial de Alimentos aprovou em sessão o Plano Estratégico
2019-2022 de apoio à certa básica dos refugiados, com vista ao
reforço da dieta escolar e apoio às atividades produtivas
complementares.
O
CVS especifica no comunicado que o número de apoiados oscila entre
os 125.000 e os 133.672 refugiados, o que representa 77% do total de
refugiados saharauis na Argélia.
A
organização humanitária saharaui expressa o seu agradecimento à
organização mundial pelo novo plano, o qual, segundo o CVS,
“aliviará o longo sofrimento dos refugiados saharauis”.
terça-feira, 11 de junho de 2019
“Repórteres Sem Fronteiras” denuncia a implacável perseguição marroquina aos jornalistas saharauis
- RSF exige que Marrocos permita que a imprensa internacional entre no Sahara Ocidental
- Insta o Governo marroquino a garantir processos judiciais justos para os jornalistas saharauis e o respeito pela sua integridade física e psicológica;
- Exercer o jornalismo na ex-colónia espanhola é um "ato de heroísmo" e os seus protagonistas pagam com detenções arbitrárias, perseguição às suas famílias, tortura, sentenças injustas e prisão
- Repórteres SF pede a Espanha e França para quebrarem o seu habitual "silêncio de cumplicidade" com Marrocos
Fonte e foto: Contramutis/Por Alfonso Lafarga - Repórteres
Sem Fronteiras (RSF) denunciou hoje a perseguição sofrida por
jornalistas saharauis por parte de Marrocos, que manipula com "mão
de ferro" a informação no Sahara Ocidental, pune
"implacavelmente" o exercício do jornalismo local e
bloqueia o acesso dos media estrangeiros.
RSF
exige que Marrocos permita que a imprensa internacional entre no
Sahara Ocidental, com liberdade de movimento através do território,
e ponha fim à expulsão de jornalistas, ao mesmo tempo que exorta o
governo marroquino a garantir processos judiciais justos para o
Jornalistas saharauis presos, e o atendimento das exigências da ONU
em relação à sua libertação.
RSF,
que promove e defende a liberdade de informar e ser informado no
mundo, pede a Marrocos que cumpra a Convenção contra a Tortura das
Nações Unidas e respeite a integridade física e psicológica dos
jornalistas saharauis, pedindo simultaneamente respeito pelos
direitos fundamentais no Sahara Ocidental", incluindo a
liberdade de expressão e informação, que garanta não só o
direito dos jornalistas saharauis a exercer o jornalismo livre, mas o
direito dos cidadãos saharauis a receberem informações plurais e
verdadeiras" .
Estas
denúncias e exigências constam do primeiro relatório mundial sobre
a situação da liberdade de imprensa no Sahara Ocidental, "um
dos lugares mais áridos do mundo para informação e jornalismo",
realizado pela seção espanhola de RSF e de que é autora Edith R.
Cachera, relatora e correspondente da RSF em Espanha. Apresentado
hoje, 11 de junho de 2019, na Associação de Imprensa de Madrid
(APM), o evento contou com a participação da presidente dos
jornalistas de Madrid, Victoria Prego; do presidente da RSF Espanha,
Alfonso Armada; do presidente da Federação das Associações de
Jornalistas da Espanha (FAPE), Nemesio Rodríguez, e do jornalista
saharaui Ahmed Ettanji, fundador e presidente do coletivo Equipe
Média.
O
relatório analisa em detalhe a perseguição sofrida pelos
jornalistas saharauis por parte de Marrocos, que ocupa o 135º lugar
entre os 180 países e territórios analisados pela RSF World Press
Freedom Classification: "Esta posição terrível, que coloca o
reino alauíta entre os países mais inquisitórios para o
jornalismo, deve-se em parte à mão de ferro que se aplica aos
jornalistas de territórios "incómodos", como o Rif -
cujos protestos foram esmagados há dois anos, com graves
consequências para os repórteres locais que cobriam os
acontecimentos - e o Sahara Ocidental ".
O
silêncio cúmplice de Espanha e França
A
RSF também interpela a União Europeia, "e especialmente os
governos da Espanha e da França", para que "quebrem o seu
habitual silêncio cúmplice com o Marrocos e condenem a repressão
dos jornalistas saharauis".
O
relatório, que faz uma visita à história da última colónia
africana, abandonada pela Espanha e ocupada há mais de 43 anos por
Marrocos, expõe os nomes e as circunstâncias dos jornalistas
saharauis condenados à prisão, bem como a mordaça que foi imposta
aos reporteres locais e aos estrangeiros. Cinco jornalistas saharauis
cumprem penas elevadas nas prisões marroquinas, um deles preso por
toda a vida; outro foi libertado a 7 de maio depois de quatro anos de
prisão.
A
RSF ouviu a opinião de vários jornalistas, espanhóis e de origem
saharaui, que denunciam o silêncio da imprensa em Espanha, dando o
exemplo de Portugal que, com uma imprensa muito mais modesta,
demonstrou mais sensibilidade em relação a ex-colónias como
Timor-Leste do que a evidenciada pela imprensa espanhola com o
Sahara, que é quase nula.
Há
também uma crítica à Frente Polisario, o movimento de libertação
saharaui, de que se diz "baseado em slogans de propaganda que
mudaram muito pouco desde a estética dos anos 70", com uma
linguagem nada atraente para alguns meios de comunicação e algumas
redes sociais que exigem histórias que vão para além do mero
slogan político.
Os
jornalistas consultados reclamam a falta de um departamento de
comunicação activo na Delegação Saharaui para a Espanha e de uma
estratégia de comunicação por parte das autoridades saharauis e do
movimento de solidariedade com o Sahara.
Jornalistas
na clandestinidade
A
RSF afirma que, apesar da severa repressão de Marrocos e do silêncio
dos media internacionais, "uma nova geração de repórteres
saharauis corre riscos extraordinários para manter viva a chama do
jornalismo e impedir que o Sahara Ocidental seja enterrado pelas
areias do esquecimento": Eles desafiam o férreo controle
marroquino e organizam-se na clandestinidade para dizer o que o
governo de Rabat não quer que seja conhecido.
Fazem-no
grupos de jornalistas como a Equipe Média ou a Smara News, que
filmam nos telhados e, com uma organização meticulosa, divulgam seu
trabalho na Internet em espanhol, francês, inglês e árabe.
Exercer
jornalismo no Sahara Ocidental é "um ato de heroísmo",
cujos protagonistas pagam com detenções arbitrárias, assédio de
suas famílias, difamação, tortura, prisão e "sentenças tão
pesadas quanto injustas", segundo Repórteres Sem Fronteiras,
que conta que os jornalistas saharauís são acusados de alegados
crimes cada vez mais "criativos" – caso da acusação
contra a jornalista Nazha El Khalidi de exercer a profissão sem um
título oficial - para "torpedear qualquer indício de
continuidade no exercício da sua profissão" e manietá-los
"com parciais e pesados processos judiciais contra eles.
Neste
contexto, os jornalistas saharauis conseguiram o reconhecimento de
numerosas organizações e meios internacionais, que já os utilizam
como principal fonte de informação para o Sahara Ocidental.
Leia
o relatório aqui: https://bit.ly/2Wzwwzf
domingo, 9 de junho de 2019
Após a brutal agressão na cidade ocupada de Smara ocupada, a Frente Polisario exige à ONU medidas para pôr termo à barbárie marroquina
Nova
Iorque, 8 de junho de 2019 (SPS)-. Após o cobarde, brutal e
selvático ataque a jovens saharauis na cidade ocupada de Samara por
parte de forças de segurança paramilitares marroquinas, a Frente
Polisario, através do seu representante junto das Nações Unidas, o
Dr. Sidi Mohamed Omar, chamou a atenção para os brutais métodos
utilizados por Marrocos contra civis saharauis nas Zonas Ocupadas do
Sahara Ocidental.
Em
carta dirigida a Colin Stewart, Representante Especial do
Secretário-Geral das Nações Unidas para o Sahara Ocidental e chefe
da MINURSO, a Frente POLISARIO lamenta que todas estas horríveis
práticas estejam a ocorrer à sombra de um completo bloqueio
informativo imposto ao território onde jornalistas e defensores de
direitos humanos saharauis são continuamente perseguidos e presos,
recordando o caso da jornalistas Nazah Jalidi, a qual foi detida em
dezembro de 2018 por usar o seu telemóvel para gravar uma
manifestação pacífica em El Aaiún, capital do Sahara Ocidental
ocupado.
Na
missiva, a Frente POLISARIO sublinha a urgente necessidade de as
Nações Unidas, através da sua missão no Território, tomem as
medidas necessarias para por fim à brutalidade, è repressão
desencadeada nas Zonas Ocupadas e à política de impunidade das
autoridades de ocupação marroquinas.
O
chefe da diplomacia da POLISARIO em Nova Iorque dirigiu cartas
semelhantes ao Subsecretário-Geral das Nações Unidas, ao
encarregado do Departamento de Assuntos Políticos e Consolidação
da Paz e ao Subsecretário-Geral das Nações Unidas encarregado do
Departamento de Operações de Paz, assim como aos membros do
Conselho de Segurança.
Veja vídeo da repressão em Smara AQUI
Agredidos três saharauis durante a receção de um preso libertado por Marrocos em Smara
Três
saharauis foram "brutalmente agredidos" por forças
paramilitares marroquinas na cidade de Smara, no Sahara Ocidental
ocupado por Marrocos. As vítimas pretendiam receber o preso saharaui
Salá Lebsir quando foram atacadas por forças paramilitares, segundo
informa o portal de notícias saharaui Equipe Media.
"Esta
selvática agressão ocorre no âmbito de um amplo dispositivo
instalado pelas forças de ocupação para impedir o acolhimento do
antigo preso político saharaui Salá Lebsir", refere a
organização Equipe Media.
Veja o VÍDEO Aquiquinta-feira, 6 de junho de 2019
Repórteres Sem Fronteiras apresenta o relatório ‘Sahara Ocidental, um deserto para o jornalismo’
A
organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) apresenta na próxima
terça-feira, 11 de junho de 2019, na Asociación de la Prensa de
Madrid (APM), o primeiro relatório mundial sobre a situação da
liberdade de imprensa no Sahara Ocidental, um dos lugares mais áridos
do mundo para a informação e o jornalismo.
Intitulado
‘Sáhara Occidental, un desierto para el periodismo’, o documento
de investigação foi elaborado por iniciativa da Secção Espanhola
de Repórteres Sem Fronteiras. O acto de apresentação contará com
a presença da presidente da Associação de Imprensa de Madrid,
Victoria Prego, do presidente de RSF Espanha, Alfonso Armada, do
presidente da FAPE (Federación de Asociaciones de Periodistas de
España), Nemesio Rodríguez, da autora do relatório e
correspondente de RSF em Espanha, Edith R. Cachera, e do jornalista
saharaui e fundador do coletivo ‘Equipe Média’, Ahmed Ettanji.
Através
de numerosas entrevistas e testemunhos, o relatório "Sahara
Ocidental, um deserto para o jornalismo" faz uma revisão
exaustiva da história do abandono e do silêncio nos meios de
comunicação internacionais, e especialmente nos espanhóis; revela
os nomes e as circunstâncias dos jornalistas saharauis condenados a
longas penas de prisão e denuncia a mordaça imposta aos
informadores locais e estrangeiros, expulsos quase sistematicamente
do território.
O
relatório de Repórteres Sem Fronteiras dá conta também do novo
jornalismo saharauí que, apesar da censura, da repressão e da
prisão, consegue quebrar o silêncio para se tornar uma fonte de
informação para os media e organizações internacionais.
O
documento completo será publicado no dia 11 de junho no sítio web
de RSF pelas 12 horas (pm), 11 horas em Portugal.
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