sexta-feira, 2 de julho de 2021

Marrocos: 67% das crianças aos 10 anos de idade não conseguem ler ou compreender um texto simples em árabe [Relatório do Banco Mundial].

 



A educação costuma ser o «barómetro» do estado de desenvolvimento de um país, quer presente quer num horizonte futuro. Os dados relativamente a Marrocos divulgados por um relatório do Banco Mundial deixam antever um presente e um futuro sombrios no Reino de Mohamed VI. Notícia do portal marroquino Yabiladi

 

Com uma grande taxa de pobreza na aprendizagem, a percentagem de crianças que não conseguem ler ou compreender um texto simples aos dez anos de idade, é de 67% em Marrocos, revela o relatório do Banco Mundial que também lamenta um "baixo nível de obras da literatura infantil em casa".

Para além das disfunções que afectam o sistema educativo do país, um número significativo de estudantes marroquinos com dez anos de idade não consegue ler nem compreender o árabe. De acordo com um relatório do Banco Mundial, intitulado "Advancing Arabic Language Teaching and Learning: A Path to Reducing Learning Poverty in the Middle East and North Africa", divulgado esta semana.

Os peritos da instituição financeira analisaram as taxas de pobreza de aprendizagem na região do Médio Oriente e Norte de África (MENA). Este conceito refere-se à percentagem de crianças que não conseguem ler ou compreender texto simples aos dez anos de idade. O estudo concluiu que as taxas de pobreza de aprendizagem são mais baixas do que na região da África Subsaariana, enquanto "59% das crianças na região MENA (Médio Oriente e Norte de Africa) são incapazes de ler e compreender textos apropriados à idade até aos 10 anos".

 

Uma taxa de 67% de pobreza na aprendizagem para estudantes em Marrocos

Segundo o relatório, esta taxa de pobreza de aprendizagem é calculada utilizando os resultados das avaliações internacionais dos estudantes, principalmente o Estudo Internacional de Alfabetização em Leitura de 2016 (PIRLS) nos países do MENA, ajustado para a percentagem de crianças fora da escola. "Os resultados de outras avaliações nacionais e internacionais confirmam que os estudantes da região carecem de competências básicas de literacia e numeracia desde as primeiras notas até ao ensino secundário". O documento dá o exemplo de Marrocos, onde a taxa é de 67%, em comparação com 52% para o Iraque e 81% para o Iémen para crianças no segundo ano da escola primária.

Para ilustrar este fracasso, o Banco Mundial analisou outro indicador de falta de leitura para crianças na região do MENA. De facto, os seus peritos dizem que existe um "baixo nível de propriedade de literatura infantil em casa". Tanto em Marrocos como na Arábia Saudita, mais de 60% dos alunos da quarta classe tinham menos de 10 livros infantis em casa. Uma taxa que permanece "acima da média dos países participantes no PIRLS 2016 de 19%", acrescenta.

Além disso, "as bibliotecas escolares tendem a não estar bem abastecidas" nos países da região. Neste sentido, 73% dos alunos da quarta classe da região frequentavam uma escola com uma biblioteca que continha 500 livros ou mais. Para Marrocos, "apenas 9% das crianças" frequentaram uma escola com uma biblioteca bem abastecida. O estudo revela também que "64% dos estudantes nunca (ou quase nunca) pediram para ler livros de ficção com capítulos durante as aulas" no reino.

 

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