Apesar dos esforços para
reduzir o cultivo de cannabis no seu território, Marrocos continua a ser o
maior produtor mundial de haxixe. Isto é o que emerge do relatório anual da Agência
das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC), divulgado quinta-feira, 23 junho
“Europa, Norte de África, assim
como o Próximo e Médio Oriente continuam a ser o principal mercado para a
resina de cannabis, produzida principalmente em Marrocos e no Afeganistão, como
o demonstra a informação fornecida pelos Estados membros tendo por base os
relatórios da resina apreendida", afirma a agência da ONU.
"As Américas, seguidas
pela África, são regiões onde também se registam a mais forte produção e
consumo de erva cannabis: em 2014, cerca de três quartos das apreensões globais
de erva foram realizados nas Américas, especialmente na América do Norte,
enquanto 14% foram em África e 5% na Europa ", diz o UNODC no seu
relatório.
Consumo estável
De acordo com a Agência, cuja
missão é ajudar os Estados membros na prossecução do objetivo da segurança e da
justiça para todos, tornando o mundo mais seguro face ao crime, face à drogas e
ao terrorismo, o consumo mundial cannabis manteve-se relativamente estável nos
últimos anos, "apesar das grandes mudanças que surgiram em algumas regiões."
Em 2014, 3,8% da população
mundial tinha consumido no ano passado, uma proporção que não se alterou desde
1998. "Dado o crescimento da população mundial, esta situação resultou num
aumento do número total de consumidores durante o mesmo período", diz
UNODC.
Além disso, segundo a agência,
o cultivo de cannabis continua a ser das culturas mais amplamente utilizadas
para produzir drogas a nível mundial. Segue-se-lhe a cultura da papoila do
ópio, assinalada em 49 países, na Ásia e nas Américas, principalmente, e depois
a da coca, existente em sete países das Américas. "Se houve um forte
aumento nas apreensões de drogas sintéticas, a cannabis continua a ser a droga,
cujo tráfego é mais elevado em todo mundo", sublinha o relatório.
Os efeitos devastadores da droga
A nível geral, a UNODC estima
que um em cada 20 adultos consumiu pelo menos uma droga em 2014. "Isso
representa 250 milhões de pessoas com idades entre os 15 e os 64 anos, número mais
ou menos equivalente à população da Alemanha, França, Itália e Reino
Unido" juntos. "É muito", lamenta o órgão das Nações Unidas.
E acrescenta: "Tendo em
conta que mais de 29 milhões de consumidores de drogas sofrem de distúrbios
relacionados com ela, que 12 milhões deles se injetam e que 14,0% deles são
portadores de HIV, podemos dizer que o uso de drogas continua a ter efeitos
devastadores sobre a saúde ".
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