Khatri Addouh, Presidente do Parlamento Saharaui e chefe da delegação da Frente Polisario
O Presidente do Parlamento saharaui e chefe da delegação da Frente Polisario às conversações de Nova Iorque que se realizaram a 17 e 18 de Dezembro, Khatri Addouh, afirmou que as "propostas para uma solução para o conflito foram apresentadas por ambas as partes, mas sem que se tivessem registado avanços no debate, já que a delegação marroquina continua entrincheirada na sua atitude obstrucionista".
Para o responsável saharaui, o Governo de Marrocos "é anti-democrático porque bloqueia os esforços do Conselho de Segurança que pede um diálogo substantivo e uma negociação franca e sem condições prévias para se chegar a uma solução que garanta o direito à livre determinação do Sahara Ocidental''.
Khatri Addouh referiu que os sangrentos acontecimentos de Gdeim Izik e El Aaiún e a situação em geral que se vive nos territórios ocupados do Sahara Ocidental'', estiveram no centro do debate.
Neste sentido, ''a delegação da Frente Polisario pediu o envio de uma comissão internacional de investigação ao território, tal como foi reclamado pelo Parlamento Europeu, por muitos parlamentos nacionais, partidos políticos e diferentes Organizações Não Governamentais (ONG)'', acrescentou.
A delegação saharaui, exigiu também a libertação ''de todos os presos políticos saharauis em Marrocos, o fim das detenções arbitrárias, os julgamentos sumários e a abertura do território à imprensa, Organizações Não Governamentais e observadores internacionais, requisito fundamental em todas as etapas da negociação''.
Para o chefe da delegação saharaui, a 4 ª ronda de reuniões informais ''foi uma oportunidade para iniciar um debate profundo entre as duass partes sobre as abordagens inovadoras capazes de consolidar o processo de negociação no pleno respeito da natureza de conflito cuja solução, como o reafirma a comunidade internacional, reside no estrito respeito pelo direito inalienável do povo saharaui à autodeterminação.
Por seu lado, M'hamed Khaddad , coordenador saharaui junto da MINURSO, afirmou à agência saharaui APS que durante esta reunião, ''havia uma dinâmica estabelecida para tentar empurrar o processo de negociação, mas sem tocar o fundo da questão, que é um problema de descolonização, cuja solução é, como indicado nas resoluções do Conselho de Segurança, o direito do povo saharaui à autodeterminação''.
Assim, a discussão girou em torno das questões também ligadas à criação de confiança real entre as partes'', afirmou. Neste ponto, as ''reuniões agendadas para Janeiro e Março do próximo ano também vão nesse sentido, uma vez que serão tratados assuntos que podem ser capazes de criar essa atmosfera de confiança e que poderão tornar mais fácil o papel do Enviado Pessoal do SG da ONU para o Sahara Ocidental,'', argumentou.
No entanto o coordenador saharaui junto da MINURSO advertiu: ''as reuniões informais que se irão realizar em Janeiro e Março não podem ser utilizadas por Marrocos como pretexto para ganhar tempo e em detrimento da solução para o conflito do Sahara Ocidental".
O coordenador saharaui junto da MINURSO argumentou que na sua próxima reunião sobre o Sahara Ocidental, em Abril de 2011'', o Conselho de Segurança da ONU é chamado a assumir as suas responsabilidades, exigindo à parte recalcitrante (Marrocos) a negociar de maneira séria e sem condições prévias para que se acelere a aplicação das resoluções do Conselho de Segurança sobre o Sahara Ocidental''. (SPS).
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