quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Izzana Amaidan, defensora saharaui dos direitos humanos, objecto de torturas e maus tratos durante o período em que esteve detida


A defensora saharaui dos direitos humanos Izzana Amaidan, de 31 anos de idade, detida no dia de Natal, confirmou, após ter sido colocada em liberdade condicional no dia 27 de Dezembro, ter sido objecto de torturas e maus tratos durante o período em que esteve presa.

Izzana Amaidan foi detida no exterior da casa do mártir Said Damber por agentes da polícia marroquina que a obrigaram a entrar para o interior de uma viatura com os olhos vendados sendo, a partir de então, objecto de múltiplas formas de tortura, como arranque de cabelos, arremesso da sua cara contra a viatura, pancada em zonas sensíveis do seu corpo, assédio sexual, ameaças de violação e assassinato, etc.

Durante o trajecto até à sede da gendarmeria marroquina em el Aiun (Sahara Ocidental), foi espancada brutalmente, maltratada, insultada e objecto de práticas degradantes para a sua dignidade. Ao chegar à comissaria foi-lhe retirada a venda dos olhos e interrogada madrugada a dentro pelos serviços secretos de Marrocos sobre a sua participação no acampamento de “Gdeim Izik”.

Izzana Amaidan foi detida arbitrariamente pela polícia marroquina no dia 25 de Dezembro de 2010 juntamente com a cidadã saharaui Mahjouba Baillat, tendo sido decretada a sua liberdade condicional e intimada a comparecer perante o tribunal no dia 28 de Fevereiro de 2011.

O Colectivo de Defensores de Direitos Humanos Saharauis (CODESA), ante a contínua violação dos direitos humanos no Sahara Ocidental, manifesta:

- A sua absoluta solidariedade com as vítimas de torturas e detenções arbitrárias, vítimas de acusações infundadas e falsas.

- Protesta ante os sequestros e detenções levados a cabo pelos serviços secretos de Marrocos e a uso de torturas nos interrogatórios a civis saharauis defensores dos direitos humanos.

- Condena a violência e maus tratos sofridos pela defensora saharaui dos direitos humanos Izzana Amaidan.

- Exige que se permita a entrada no Sahara Ocidental aos observadores e à imprensa internacional e o envio de comissões internacionais independentes para investigar a tortura e a prática de abusos diários por parte do Estado marroquino relacionadas com a postura perante a questão do Sahara Ocidental, a participação no acampamento Gdeim Izik e as manifestações pacíficas a favor do direito do povo saharaui à livre determinação.

Colectivo de Defensores dos Direitos Humanos Saharauis. (CODESA)
El Aaiun, Sahara Ocidental, 30 de Dezembro de 2010

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