terça-feira, 12 de junho de 2012

Frente Polisario vislumbra um progresso significativo na posição espanhola em relação ao conflito do Sahara Ocidental – afirma o Coordenador Saharaui junto da MINURSO


Mohamed Khadad - UN Photo/Devra Berkowitz
"A posição de Espanha em relação à causa saharaui conheceu um progresso significativo na direção correta com a chegada ao poder do Partido Popular ", afirmou esta segunda-feira Mhamed Khadad, membro do Secretariado Nacional da Frente POLISARIO e Coordenador junto da MINURSO, ao dirigir-se aos participantes na Conferência que se realizou na na Wilaya de Dajla, de  9 a 11 de junho de 2012.

"Temos visto, através dos nossos contatos com a parte espanhola seja em Nova Iorque ou em Madrid, uma alteração significativa em relação ao apoio ao direito do povo saharaui à autodeterminação e à situação dos direitos humanos nos territórios ocupados", afirmou o dirigente saharaui, referindo que o Governo espanhol com José Luis Rodríguez Zapatero como presidente, "manteve-se sempre na defesa da tese de Marrocos".
O responsável saharaui elogiou favoravelmente a posição da Grã-Bretanha relativamente ao conflito do Sahara Ocidental, ao afirmar: "O Reino Unido adota uma posição avançada relativamente ao apoio aos direitos humanos e à livre determinação do povo saharaui", acrescentando, porém, que "por outro lado, não espera nenhuma alteração significativa no que diz respeito à posição da França”.

Em relação à posição da Rússia e dos EUA, Mhamed Khadad, referiu que as suas posições "estão em linha com a visão das Nações Unidas."

Sublinhou que a decisão da União Europeia de congelar os acordos de pesca com Marrocos e a sua condenação das violações dos direitos humanos no Sahara Ocidental ocupado constitui " uma nova visão para o curso do conflito."

Quanto ao trabalho da MINURSO, Mhamed Khadad descreve o último relatório do Secretário- Geral como "uma bofetada na cara da política marroquina através da sua condenação à obstaculização do regime de Rabat ao desempenho da MINURSO, e o sua chamada de atenção para a necessidade de criação de fontes independentes para transmitir a realidade da situação nos territórios ocupados, além de ativar o papel da Missão. "

"É a primeira vez em 20 anos que a ONU se queixa dos abusos de Marrocos e da sua obstrução ao labor da missão da MINURSO", afirma o diplomata saharaui, acrescentando que "isso constitui um novo ponto de inflexão".

Mohamed Khadad afirmou ainda que a decisão de Marrocos de retirar  a confiança por seu lado ao Enviado Pessoal do Secretário-Geral das Nações Unidas para o Shara Ocidental, Christopher Ross,  "reflete a confusão do regime de Rabat e a sua exposição face à comunidade internacional."

"Marrocos  recusou a visita de Ross aos territórios saharauis ocupados pelo temor de que ele fosse recebido por manifestações que reclamassem o direito do povo saharaui à autodeterminação", sublinhou Khadad, destacando que este temor "  confirma  a grande dimensão e influência da Intifada da Independência”. (SPS)

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