sexta-feira, 2 de novembro de 2012

1 de Novembro, um dia histórico para o Sahara Ocidental



O defensor dos direitos humanos Brahim Dahan falou a um programa de rádio das Canárias das conversações com o Enviado Pessoal do SG da ONU e dos últimos acontecimentos em El Aaiún.

Brahim Daham afirmou que, na quinta-feira, reuniram-se com Christopher Ross duas organizações, primeiro o CODESA (Coletivo dos Defensores Saharauis de Direitos Humanos), das 9 a 11 horas da manhã; pela tarde foi convocada a ASVDH (Associação Saharaui das Vítimas de Violações Graves dos Direitos do Homem cometidas pelo Estado de Marrocos) e também o CODAPSO, CSPRON e representantes de outras cidades como Dakhla, Smara e Bojador, entre as 14.30 y 16.40 horas.
Falaram com Ross da situação dos direitos humanos e da situação em geral, o respeito pelos direitos dos saharauis, destes poderem beneficiar de forma digna dos seus recursos naturais, a ampliação do mandato da MINURSO na monitorização e vigilância dos direitos humanos. Ross fala da sua visita no sentido de aplicar as resoluções do Conselho de Segurança, está a entrevistar-se com a sociedade civil saharaui para conhecer em primeira mão o seu ponto de vista, e facilitar as negociações entre Marrocos e a Frente Polisario.
Brahim Daham vê Ross como um diplomata “de peso” e com uma longa carreira; e, na sua opinião viram-no muito bem informado, fazia perguntas sobre dúvidas do que conhecia bem e qualifica-o como “bom ouvinte”. Os defensores dos direitos humanos comentaram-lhe que “as pessoas estão fartas” e recordaram-lhe que a ONU deve cumprir as suas promessas e que está num território ocupado para que o referendo se realize. Dahan viu-o bastante consciente de tudo isto, e qualificou de “significativo” que se tenham reunido com ele na sede da MINURSO. Dahan sublinhou que é a primeira vez, em 21 anos, que tiveram acesso à sede da MINURSO para falar sobre estes temas.
Em relação aos acontecimentos da tarde, Dahan referiu que uma coligação de associações de direitos humanos havia convocado concentrações e manifestações para demonstrar a sua intenção de obter a independência. Avisámos Ross e a MINURSO dessa intenção e sublinhámos que se tratava de uma concentração pacífica na avenida principal da cidade. Marrocos tinha deslocado milhares de polícias de vários lugares do Sahara e de Marrocos. Houve repressão, tortura contra mulheres, jovens, crianças, anciãos, homens; o saldo foi de dezenas de feridos.
Nas palavras de Dahan é “impossível fazer nada pacífico” com os marroquinos. Os jovens estão “fartos e desesperados” e com uma enorme vontade de usar a violência, como fazem os marroquinos.
Os saharauis explicaram a Ross e à MINURSO que têm um direito e o vão defender. A cidade de El Aaiun no dia de hoje é um “deserto”, está tudo fechado, é um estado de “excepção”.

*Fonte: Sahara desde Canarias, Bachir Ahmed Aomar

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