O Enviado Pessoal do Secretário-geral da ONU para o Sahara Ocidental,
Christopher Ross, afirmou, ontem, quarta-feira, que o conflito em torno do estatuto
do território se prolongou durante demasiado tempo e advertiu que qualquer aceitação
do 'status quo' é "um grave erro de cálculo".
Ross salientou durante uma sessão à porta fechada no Conselho
de Segurança das Nações Unidas que a situação no Sahara Ocidental é "muito
preocupante" e alertou que ela tem de permanecer no radar da comunidade
internacional.
"Embora alguns possam pensar que o 'status quo' é estável
e que é arriscado tentar alcançar a paz, creio que esta visão enferma de um
grave erro, especialmente agora que a região está ameaçada por elementos
extremistas, terroristas e criminosos que operam no Sahel", explicou.
"Nestas novas circunstâncias, o conflito poderá, se se
o deixar de lado, alimentar a frustração e gerar uma nova onda de violência e
hostilidades que seria trágica para os cidadãos da região", acrescentou. "Este
conflito deve ser solucionado, e creio que pode sê-lo se houver uma vontade
real de iniciar um diálogo e aceitar uns compromissos", afirmou Ross.
Em conformidade com a resolução 2044 do Conselho de Segurança
de abril passado, “informei o Conselho sobre os últimos acontecimentos na
procura de uma solução justa, duradoura e mutuamente aceitável para o conflito do
Sahara Ocidental que permita a autodeterminação do povo do Sahara Ocidental'', acrescentou.
Ross disse que em vez de convocar uma nova ronda de negociações,
planeia “centrar-se primeiramente em novas consultas com os principais atores
internacionais na questão saharaui antes de iniciar, como disse, em novas rondas diplomáticas aos países da região.
O Enviado Pessoal do SG da ONU fez estas declarações à imprensa
após a apresentação do seu relatório ao Conselho de Segurança na sequência da
sua viagem aos países da região e algumas capitais europeias no período compreendido
entre 27 de outubro e 15 de novembro.
Fonte: agências
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