domingo, 13 de janeiro de 2013

Sahara Ocidental: um território minado…




Quantas minas há no Sahara Ocidental?

"Podemos afirmar que somos o grupo humano que mais minas per capita tem no planeta".
Nenhuma das partes beligerantes nem o organismo internacional que devia supervisionar o nunca chegado referendo sabe o número exato de minas que guarda o território do Sahara Ocidental. Também as organizações não-governamentais não adiantam um número comum. As cifras mais "referidas" nos estudos citam cerca de 100.000 minas. Mas o grande paradoxo é que esta cifra, em termos técnicos, não representa sequer a quantidade de minas espalhadas ao longo de 100 Kms, dos quase 2000 Kms do muro! Pelo que este número não representa nem a décima parte das minas que protegem o muro. Algumas fontes calculam que só o muro tem mais de cinco milhões de minas e apenas de alguns de tipos de campos minas.


O que seria realmente interessante era saber o número exato de minas que estão espalhadas pela região. Ninguém iria responder a essa pergunta com precisão. Há fontes que referem cerca de 7 milhões de minas, embora algumas estimativas do Pentágono cheguem a alvitrar 10 milhões dessas armas terríveis. De referir que algumas ONG incluem o Sahara Ocidental dentro dos dez primeiros países mais minados do Mundo, juntamente com o Egito, Irão, Iraque, Afeganistão, Camboja, Angola, Bósnia-Herzegovina e Croácia, entre outros.

Quantos tipos de minas existem ou foram utilizadas?

Infelizmente, desde 1975, o Sahara Ocidental tem sido um campo experimental das minas mais sofisticadas produzidas nos dois hemisférios.

Foram utilizadas minas de vários materiais e tipos, entre as quais se destacam as minas de plástico, de madeira, metal e até mesmo a variante de lona, pesando entre 4 gramas de explosivo até mais de 14 quilos.


De acordo com um estudo recente realizado por este site — http://remmso.org/ — estima-se que no Sahara possam existir mais de 53 modelos, de antitanque a minas antipessoal, valor que representa quase 20% de todos os tipos e modelos de minas conhecidas na história da humanidade.

Quais são os países que produzem as minas enterradas no Sahara Ocidental?

Por ordem de percentagem (modelos):




- A Itália encontra-se à cabeça, seguida pela ex-União Soviética, Bélgica, Egito, EUA e França.

- Outros países com minas enterradas no Sahara são: o Reino Unido, ex-Jugoslávia, ex- Checoslováquia, Grécia, África do Sul, entre outros.

A Espanha está também representada com dois modelos de minas conhecidas, e tal como é reconhecido mundialmente e refletido por diferentes relatórios, existe uma rede de pirataria dedicada à comercialização, importação e exportação de minas. Existem evidências claras de que Marrocos está ativamente conectado à rede, apesar de os últimos 14 anos de "cessar-fogo", e sob as vistas e cobertura da infrutífera MINURSO.

Onde estão normalmente enterradas as minas?

Obviamente, é impossível dizer com exatidão onde se encontram esses artefactos. Há regras gerais de utilização mas que, muitas vezes, não são respeitadas, o que torna ainda mais difícil conhecer a sua situação. Vários são os fatores que influenciam a sua localização geográfica:

Destacamos algumas das zonas mais comuns para encontrar as minas:

— Toda a frente, flancos e profundidade do muro. Esta é considerada a zona mais perigosa.
— Estepes ou diferentes áreas pedregosas.
— Ex-concentrações militares (trincheiras ou abrigos abandonados, etc.)
— Elevações e planícies.
— Estradas velhas e/ou rotas fora de uso.
— Equipamentos, material, tanques e outros meios desativados.
— “Wadis” ou desembocaduras de rios.
— zonas onde tiveram lugar batalhas militares.
— Lugares que tenham sido usados em manobras.
— Algumas áreas de pastagem.
— Os incidentes, as vítimas e o remédio


O mais dramático desta situação são os incontáveis incidentes que ocorrem frequentemente em ambos os lados do muro construído pelos marroquinos no Sahara Ocidental. Normalmente, como em todas as regiões do mundo, essas vítimas são crianças, como bem define os relatórios do CICV, também as mulheres e outros civis que representam um grupo muito vulnerável.


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