Segundo o vice-presidente do Comité
de Defesa do Direito de Autodeterminação do Povo Saharaui (CODAPSO), o Comité foi
recebido na tarde de ontem, pelas 16h30 no hotel “El Parador” de El Aaiun por Jonathan
Luis, adjunto do Relator Europeu de Direitos Humanos para o Sahara Ocidental.
O presidente e o vice-presidente
do CODAPSO, Mohamed Dadach e Hmad Hammad, entregaram
um relatório que relata em detalhe a situação das violações de direitos humanos
que comete a administração de ocupação marroquina contra a população saharaui.
Os ativistas saharauis lamentaram
o pouco tempo que o adjunto do Relator de Direitos Humanos do Parlamento Europeu
para o Sahara Ocidental e os países do Sahel dedicou a esta visita para recolher
informação sobre a situação dos DDH no território.
Preocupação que o responsável
europeu justificou com o programa que lhe haviam imposto as autoridades marroquinas,
dado que não seria sua intenção que a visita fosse tão breve. O CODAPSO entregou
uma carta sobre o repúdio do povo saharaui ao acordo de pesca que a UE firmou com
Marrocos com a ilegal inclusão das aguas do Sahara Ocidental.
Segundo o vice-presidente do
CODAPSO, o relator recebeu durante a tarde de quinta-feira 17 comités saharauis
de direitos humanos, à excepção de duas associações saharauis que não assistiram,
em protesto contra o limitado e insuficiente tempo que o adjunto do relator
europeu dedicou às associações saharauis.
O relator europeu perguntou
ao CODAPSO o que fariam se não se resolvesse o conflito, ao que o presidente do
Comité, Mohamed Dadach (*), respondeu que “a população saharaui nos territórios
ocupados prosseguirá a sua luta pacífica para conquistar o direito à livre
determinação e que, em caso de outra decisão, a Frente Polisario é o único e
legítimo representante dos saharauis e que este saberá como recuperar o direito
do povo saharaui e toda a soberania nacional sob ocupação”.
Hmad Hammad denunciou que na
sala onde foram recebidas todas as associações saharauis os serviços secretos
marroquinos tinham colocado microfones para espiar as conversações entre o
adjunto do relator europeu e as associações saharauis. Denunciou também que
todos os que trabalham nesse hotel pertencem aos serviços secretos marroquinos.
Fonte: CODAPSO
(*) - Sidi Mohamed Dadach,
muitas vezes designado pelo «Mandela Saharaui» dado ser o preso político em
África com maior número de anos de cárcere depois do líder sul-africano. Passou 24 anos detido e sujeito a
condenação de pena de morte.
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