A Frente Polisario não só não apoia o terrorismo e o
extremismo islâmico, como inclusive combate o tráfico de armas destinado aos
grupos terroristas e restringe nos acampamentos de refugiados de Tindouf (Argélia)
o acesso às páginas de Internet extremistas, segundo revela um despacho diplomático
norte-americano difundido pelo portal Wikileaks.
Um documento confidencial de dezembro de 2009 indica, a
partir dos contactos da Embaixada dos Estados Unidos na Argélia com o Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e com as organizações
não-governamentais norte-americanas que operam em Tindouf, que embora se tenham
detetado casos individuais de saharauis que participaram no contrabando de
armas, a Frente Polisario “castiga severamente o tráfico de pessoas ou armas
que possam servir de ajuda aos terroristas”.
O despacho precisa que a Polisario “restringe o acesso dos
refugiados dos acampamentos às páginas de Internet extremistas”, por considerar
que “estas atividades são prejudiciais e um obstáculo aos objetivos políticos da
Polisario”.
“Os extremistas da região lançaram ameaças contra os ocidentais
que residem nos acampamentos, e informaram delas a Polisario”, prossegue o
despacho. “A perceção é que o povo saharaui está demasiado próximo do Ocidente e
não é suficientemente religioso”, acrescenta.
A causa dessa perceção, segundo as informações da Embaixada,
reside no facto de “os líderes religiosos saharauis terem animado as ONG ocidentais
a participar em seminários sobre o diálogo interconfessional e sobre os
problemas da mulher”.
O ministro do Interior de Marrocos, Taieb Cherqaoui, declarou
em várias ocasiões que os agentes marroquinos que assaltaram no dia 8 de novembro
de 2010 o acampamento [de protesto] saharaui de Gdeim Izik, próximo de El
Aaiún, depararam com métodos de violência similares aos existentes na zona sul
do Sahel, onde opera a Al Qaeda do Magrebe Islâmico (AQMI).
O coordenador da luta antiterrorista do Departamento dos
Estados Unidos, Daniel Benjamin, assegurou posteriormente que não havia nenhuma
prova sobre as supostas ligações terroristas dos ativistas saharauis e que a AQMI
não obteria “nenhuma ventagem” em atuar no Sahara Ocidental.
Fonte: La Gaceta
10-08-2013
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