O Programa Alimentar Mundial (PAM) iniciará no próximo mês
de janeiro um programa para o tratamento da desnutrição entre as crianças dos acampamentos
de refugiados, segundo deu a conhecer esta semana aquela agência da ONU.
“O PAM iniciará em princípios do próximo ano a distribuição de
um alimento rico em vitaminas para o tratamento da desnutrição das crianças saharauis
refugiadas”, declarou o representante do PAM na Argélia, Pedro Figueiredo.
Trata-se de suplemento nutricional especial chamado
“plumby’sup” para crianças com mais de 6 meses. É produzido com gordura vegetal,
açúcar e proteína, enriquecido com um complexo de minerais e vitaminas.
Referindo-se a um estudo dos principais indicadores do
estado nutricional destas crianças realizado recentemente nos acampamentos de
refugiados saharauis, Pedro Figueiredo salientou que a taxa de desnutrição global,
aguda e moderada (peso baixo para a idade) entre as crianças saharauis se mantém
nos mesmos níveis que nos últimos dois anos. Esta taxa foi de 7,6% em 2012 e
7,9% em 2011, quando o nível crítico é de 10%.
O inquérito, realizado em outubro e novembro de 2012 nos acampamentos
de refugiados saharauis, centrou-se nos principais indicadores do estado
nutricional em crianças de 6 a 59 meses e em mulheres entre os 15 e os 49 anos.
Relativamente à desnutrição crónica (baixa estatura para o peso
e a idade), a investigação do PAM registou uma “ligeira” melhoria nos últimos
dois anos.
Pedro Figueiredo afirmou que a higiene e o saneamento
existente nos acampamentos de refugiados saharauis tem consequências sobre a saúde
destas crianças.
“A pobre qualidade da água (alta salinidade) dá lugar a
alguns problemas de saúde, incluindo casos de diarreia nas crianças, agudizando
a desnutrição”, disse.
Em relação à cesta de alimentos que o PAM distribui aos
refugiados saharauis, o Representante do PAM explicou que ele contém 10
alimentos diferentes, segundo ele, “uma exceção” comparada com outros cestos para
os refugiados no mundo, que apenas contém 3-4 produtos alimentícios.
“Temos que fortalecer o programa de prevenção nos
suplementos alimentícios”, afirmou Pedro Figueiredo.
O inquérito do PAM também constatou uma “melhoria” na anemia
entre as crianças saharauis, tendo recolhido resultados “animadores” obtidos em
matéria de prevenção e tratamento da anemia.
A taxa de anemia diminuiu nos últimos dois anos entre as
crianças refugiadas saharauis de 53% em 2010 para 28% em 2012.
Prevalece a anemia entre as mulheres saharauis que estão a
amamentar, o inquérito mostrou que a taxa diminuiu nos últimos dois anos (18% em
2010 para 12% em 2012).
Relativamente ao tratamento da má nutrição entre as mulheres
vulneráveis, Figueiredo acrescentou que o PAM proporcionou dois anos de
alimentos ricos em vitaminas.
Sem comentários:
Enviar um comentário