domingo, 13 de outubro de 2013

O pilar da resistência saharaui: 12 de outubro dia da Unidade Nacional 1975-2013

 

Dissolve-se a Jemaa (*). A Frente Polisario convoca a todos, ninguém quer faltar, o futuro de todos depende do êxito deste grande dia.
A forte pressão marroquina pelo norte, com a chamada Marcha Verde, mais conhecida para o povo saharaui como a Marcha Negra. A eminência de uma ocupação que promete ser sangrenta e cruel, ou talvez os azares do destino levaram a que na última colónia espanhola, todo um povo se congregue debaixo de uma grande Jaima(**), uma única voz. A bandeira polisaria.

União. Divisão. Bombardeamentos. Minas. Muros. Exilio. Torturas. Intifada. Gdeim Izik. União. O 12 de outubro de 1975, ante a eminente invasão marroquina, constitui o dia da Unidade Nacional do Povo Saharaui. A ONU exigia um referendo de autodeterminação enquanto Espanha atraiçoava sem compaixão. Uma bomba caída do céu rebenta, ardem as areias do deserto e anseiam a divisão de um povo unido.

Sahara dividido, terra fragmentada, Rio de Ouro e Saguia el Hamra. Quais abutres, Marrocos e Mauritânia despedaçam os restos da última colónia espanhola. Constroem muros pretendendo a divisão, mas ignoram a firmeza cimentada na Unidade, que teceu um espírito de resistência.

Uns desde o exílio, outros detrás do muro e outros tantos dispersos pelo mundo, são as consequências da guerra e da grande mentira do acordo de paz e do incumprimento das resoluções do Conselho de Segurança da ONU. Talvez seja um pequeno povo, um povo por um muro dividido, mas em cada 12 de outubro este povo permanece mais unido e decidido a conquistar o seu inalienável direito à recuperação da sua total soberania nacional.

Sob a ocupação desencadearam a sua Intifada, sob tortura as suas lágrimas converteram em sementes de dignidade, dignidade que brotou numa calorosa primavera árabe, é a consequência de GDEIM IZIK. Sob cidades militarizadas sonham com a sua liberdade, em condições infra-humanas alimentam-se de esperança, no pior dos cenários construíram o seu Estado.

Fonte: Poemario por un Sahara Libre / Por Ebbaba Hameida Hafed

(*) Assembleia dos notáveis saharauis no tempo colonial espanhol. Composta por 102 membros, a sua grande maioria proclama a adesão à Frente Polisario e rejeita o Tratado de Madrid, pelo qual Espanha oferece a sua antiga colónia a Marrocos e à Mauritânia.

(**) Tenda tradicional tecida com pelo de dromedário.


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