A 26 de dezembro de 1884, Espanha tomou sob sua proteção o Sahara
Ocidental, que passou a chamar-se Sahara espanhol.
Os territórios da costa atlântica africana, entre os cabos
Bojador e Branco, há muito que conheciam a presença europeia, quando os
comerciantes portugueses do século XV navegavam até aí para trocar mercadorias com
as caravanas de Guiné.
A região era composta por dois núcleos: Rio de Ouro e Saguia
el Hamra. Em 1884, ante a pressão colonialista de franceses e ingleses em
África, Espanha decidiu tomar posse daquele território.
O rei Afonso XII estabeleceu um decreto pelo qual declarava
tomar sob a sua proteção o Rio de Ouro, na base de acordos concertados com os chefes
das tribos locais. Espanha comunicou a sua decisão a todas as demais potências.
A partir desse momento, o Sahara Ocidental converteu-se numa colónia a que se
incorporou também Ifni e o cabo Juby para integrar aquilo que era designado por
África Ocidental Espanhola.
A partir de 1958, o Sahara tornou-se uma província, com os seus
próprios representantes nas Cortes. Até aos anos 70, Marrocos não reivindicou
este território. Mas em 1975, aproveitando a agonia do general Franco, o rei
marroquino Hassan II organizou uma invasão ilegal, a chamada Marcha Verde, que
forçou a saída espanhola do território poucos meses depois (*), já com o rei
Don Juan Carlos na chefia do Estado. Desde então, o contencioso do Sahara continua
por resolver.
Fonte: La Gaceta
(*) Nota: De facto, tratou-se de um abandono mas a troco de
contrapartidas comerciais importantes para o Estado espanhol, tanto na
exploração dos fosfatos como da riqueza pesqueira da região. Os acordos
tripartidos de Madrid de 14 de novembro de 1975, viriam a consagrar “o negócio”,
pelo o qual o povo saharaui se viu despojado de poder exercer o seu direito à
autodeterminação.
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