Marcel Grosso (Foto imatin.net) |
Artigo do site informativo marroquino independente Demainonline:
Segundo a cadeia RFI, Marcel Gosso, ex-diretor-geral do Porto
autónomo de Abidjan, na Costa do Marfim, , procurado pela justiça do seu país,
vivia tranquilamente em Marrocos desde há três anos. Naturalmente com o
conhecimento e à vista das autoridades marroquinas.
M. Gosso, que tomou esta manhã um avião da Rouyal Air Maroc
(RAM) para Abidjan onde era esperado por parentes próximos, não é um santo
homem. Foi ele, quando dirigia o Porto autonomo de Abidjan, uma formidável
máquina de fazer dinheiro, quem financiou durante longos anos as extravagâncias
e os abusos do casal Gbagbo, Laurent e Simone, e lhes permitiu resistir à
pressão internacional durante a sangrenta guerra civil que abalou aquele país
africano.
Após a queda de Laurent Gbagbo(1), em abril de 2011, e a
fuga de Gosso para destino desconhecido (Marrocos, mas na época não o sabíamos…),
a justiça marfinense emitiu um mandado de prisão contra ele por apropriação
indevida de fundos de financiamento e armamento destinado às milícias
pró-Gbagbo que devastaram a parte ocidental do país cometendo inúmeros crimes
de guerra contra as populações civis.
Se é normal e até louvável que Marrocos dê asilo a pessoas
molestadas por várias razões nos seus respetivos países, paradoxalmente, o
reino de Mohamed VI quase nunca oferece asilo para escritores, jornalistas e
ativistas perseguidos nos seus países. Aqueles que são acolhidos em Marrocos são
geralmente canalhas.
(1) Laurent Koudou Gbagbo foi presidente do país de 26
de outubro de 2000 a 4 de dezembro de 2010, ou, segundo seus partidários, até
11 de abril de 2011.
Seu mandato foi marcado por
guerra civil que, por vários anos, dividiu o país em dois. Após a eleição
presidencial de 2010, tanto Laurent Gbagbo como seu oponente, Alassane
Ouattara, proclamaram-se vencedores. Em 4 de dezembro de 2010, data em que
terminaria o seu mandato, Gbagbo recusou-se a deixar a presidência do país.
Seguiu-se uma crise político-militar, cujo desfecho ocorreu em 11 de abril de
2011, quando Gbagbo foi preso pelas forças lideradas por Alassane Ouattara.
Em 31 de novembro de 2011 foi
transferido de sua prisão domiciliar em Abidjan na Costa do Marfim para a
prisão do TPI em Haia, para ser julgado pelos crimes cometidos durante sua
gestão como Presidente da Costa do Marfim.
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