Não há dúvida que a visita que Aminetou Haidar, ativista
saharaui e defensora dos Direitos Humanos, fez ao Congresso dos EUA na passada segunda-feira
teve mais importância de que aparenta. Haidar defendeu ante os congressistas norte-americanos
a causa do Sahara Ocidental ocupado, ao mesmo tempo que denunciou as contínuas
violações dos direitos humanos saharauis por parte do reino de Marrocos.
A presença de Haidar teve lugar no marco da “Conferência
Emir Abdelkader”, reunião que a ‘Defense Forum Foundation’ organiza periodicamente
cada ano, designando uma personalidade muçulmana como defensora destacada das
liberdades e defesa dos Direitos Humanos.
Na sua intervenção, Aminetou Haidar pediu, entre outras coisas,
a autodeterminação do Sahara Ocidental, e denunciou a política levada a cabo
por Marrocos de violações, detenções arbitrárias, desaparecimentos, atos de
tortura e execuções extrajudiciais.
A ativista saharaui pediu a criação de “mecanismos de vigilância”
dos direitos humanos dos saharauis para a Missão das Nações Unidas para o Referendo
no Sahara Ocidental (MINURSO), e lamentou que alguns países se oponham a isso
no Conselho de Segurança. Esses países são, lamentavelmente, Espanha e França,
entre outros.
A visita de Haidar a Washington pode ser decisiva para a
visita à região que John Kerry, Secretário de Estado dos Estados Unidos, vai realizar.
O conflito no Sahara Ocidental ocupa um espaço importante na agenda de Kerry.
O Secretário de Estado americano, John Kerry, será
particularmente interpelado sobre a posição norte-americana no que concerne ao
último caso de descolonização em África, sobretudo tendo em conta que a questão
do respeito dos direitos humanos no Sahara Ocidental ocupado está inscrita
entre as prioridades de Washington para a solução deste problema, refere o ‘Le
Quotidien d’Oran’ na sua edição de quinta-feira.
John Kerry, que teve que adiar a sua visita de trabalho à região
em finais de novembro, estará agora a 2 e 3 de abril próximo em visita à Argélia
e Marrocos, onde as “discussões serão orientadas em grande parte para a questão
saharaui para apoiar os esforços de Christopher Ross, Enviado Pessoal do Secretário-Geral
da ONU, Ban Ki-moon, para encontrar uma solução rápida, democrática e
consensual sobre o conflito do Sahara Ocidental”, acrescentou a mesma fonte.
Fonte: SPS (Sahara Press Service)
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